"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

O FIM DA CARREIRA DE LULA




Ideologias à parte, o fato é que Lula é hoje execrado  por milhões de brasileiros. É verdade que a maior parte dos inimigos de Lula pertencem à classe média e que grande parte dos eleitores pertencem às classes pobres que dão sustentação ao populismo lulista  Mas com o andar da carruagem do Lava Jato, a popularidade de Lula tende a encolher. Por outro lado, por falta de um adversário que venha a ter penetração na massa de eleitores lulistas, se Lula não tiver seus direitos políticos cassados, continuará com chance de ser novamente eleito em 2018.

Se as eleições fossem hoje o adversário tucano mais forte seria  Alckmin ou Aécio, sendo que nenhum deles é páreo para Lula nas camadas mais pobres, que estão obviamente, muito mais preocupadas com os benefícios do assistencialismo lulista do que com a pretensa ou suposta ética dos opositores de Lula.  

Como o “sistema” já cansou do PT, tudo fará para destruir a imagem de Lula, inviabilizando sua candidatura. E como FHC não vai ser candidato, será inútil utilizá-lo como alvo de um contra-ataque. Porém nesta análise devemos levar em conta que Lula continuaria sendo útil ao “sistema” como foi durante seus dois mandatos, tendo Henrique Meirelles no comando da “macro economia”. Se os banqueiros aceitaram agora, embora com alguma resignação, a presença de seu representante no Governo Dilma, aceitariam com muito mais conforto uma parceria com Lula. 

Quanto à reforma política que será aprovada pelos próprios políticos, vai ser mais uma jogada do faz de conta, com algumas concessões não sistêmicas. O que o Brasil precisa é de uma revolução política que não vai acontecer porque a sociedade não está nem vai estar ORGANIZADA com este fim, porque tem uma pauta  diversificada e corporativista, sendo que cada segmento tem as suas reivindicações especificas.

O Brasil como Nação não é contemplado pela grande maioria do seus cidadãos. Pressionadas na luta pela sobrevivência, a maioria dos brasileiros não  podem pensar no bem comum que transcenda os limites de seus grupos e corporações, amigos e familiares 


Ps.  A queda do PT seria muito importante para a nossa ingênua classe média começar a ter uma visão sistêmica da política e da corrupção. Essa visão sistêmica revelaria que a corrupção não tem ideologia e que está presente em todas as correntes, variando apenas o seu grau de intensidade. 
No caso do PT, a sua cúpula com Lula e Zé Dirceu no comando, AVACALHOU  com a corrupção que era mais discreta nos outros partidos. Além disso, movidos por uma arrogância patológica,não tiveram a habilidade de negociar com alguns concorrentes agressivos, a exemplo de Bob Jeff, o grande delator do Mensalão. 

É óbvio que a corrupção vai continuar depois do PT, como já existe e sempre existiu em todo o Brasil. O que a classe média precisa entender é que seu maior inimigo hoje está no próprio capitalismo e não no comunismo, como no século passado. Enquanto ela tiver essa percepção ideológica (e portanto falsa) da realidade,   continuará sendo massa de manobra dos donos do poder, por quem é manipulada, sem ter consciência disso. 

21 de maio de 2015
Mtnos Calil, Psicanalista, é Coordenador do Grupo Mãos Limpas Brasil. Ideologia Zero, Simulacro Zero.

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