Mirando o Congresso Nacional, centrais sindicais ligadas ao PT protestam contra a terceirização
Nesta terça-feira (7), as centrais sindicais e os movimentos sociais vinculados ao PT fazem uma série de protestos contra a terceirização e pró-Dilma. As ações terão como alvo principal Congresso Nacional, justamente enquanto a presidente Dilma Rousseff tenta se acertar com os aliados do PMDB. As centrais miram o Legislativo, comandado pelo PMDB, embora as últimas mudanças em regras de direitos trabalhistas tenham sido iniciativa do Palácio do Planalto. Vale ressaltar que o PT está dando suporte às manifestações.
Os atos foram marcados em doze capitais brasileiras. Além de serem contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, entidades como a CUT, CTB e o MST vão protestar contra o projeto de lei que pode ser votado nesta terça na Câmara dos Deputados e altera o sistema de contratação de profissionais terceirizados.
À tarde, uma reunião de líderes definirá se o Projeto de Lei 4330/04 será ou não votado em plenário. Além da pressão nas ruas, representantes dos trabalhadores estarão em Brasília para tentar convencer os deputados e o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a não votar o projeto. “Estaremos focados no PL 4330 que, na nossa avaliação, é 1 milhão de vezes mais prejudicial aos trabalhadores que as MPs 664 e 665”, revelou Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores, referindo-se às medidas provisórias da presidente que restringiram o acesso a direitos trabalhistas, como seguro-desemprego e pensão por morte.
As MPs foram de autoria do Executivo e causaram constrangimento na relação entre o governo e as centrais. Inclusive, foram consideradas um estelionato eleitoral, já que na campanha presidencial Dilma prometeu que não mudaria direitos trabalhistas. Freitas ainda afirmou que nesta terça as bandeiras pró-Dilma não serão prioritárias, embora estejam presentes nos atos. “Vamos focar no Congresso porque é lá que hoje estão as maiores ameaças aos direitos dos trabalhadores”, ressaltou o presidente da CUT.
Ao avaliar a repercussão dos protestos anti-Dilma de 15 de março, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na semana passada que o PT errou ao não apoiar os atos organizados dois dias antes pela CUT, CTB e MST.
Um novo protesto nacional contra Dilma está agendado para o próximo domingo (12).
Adilson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), revelou que, apesar de o foco do protesto nacional ser o projeto de lei da terceirização, o desconforto com o governo ainda persiste, porque Dilma não recuou das MPs que restringem os benefícios trabalhistas. “Não ficou clara qual foi a flexão que o governo fez”, afirmou Araújo. “Será uma contraposição à agenda regressiva de um Congresso mais conservador que na legislatura passada.”
(Por Danielle Cabral Távora)
07 de abril de 2015
in ucho.info
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