"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

JUROS NA ESTRATOSFERA E A ECONOMIA DANDO VOOS DE GALINHA


O comentarista Luis Hipolito Borges foi à raiz do problema, em recente análise sobre a economia, ao dizer que no Brasil os juros vão à estratosfera. Até o Plano Real do presidente Itamar Franco, com inflação alta e escala móvel da correção monetária, juros altos, voávamos no escuro, sem possibilidade de planejamento de médio e longo Prazo, e sem o importante uso do crédito a longo prazo. Íamos no rumo, manejávamos no instinto.

Com o Plano Real de Itamar, a inflação amainou e os juros saíram das alturas e foram para a estratosfera, mas como passamos a poder planejar e começar a usar o poderoso motor de crédito de longo prazo, mesmo com juros altos a economia cresceu razoavelmente no governo FHC I.

Como o governo FHC II não soube transmitir confiança aos mercados e manejou muito mal o câmbio, deixando-o supervalorizado, e como os banqueiros ainda estavam “cabreiros” em emprestar muito dinheiro a longo prazo etc., seu segundo mandato foi pífio.

CRÉDITO FARTO

Nos governos Lula I e II, o presidente conseguiu transmitir confiança aos mercados e aos banqueiros, que agora já estavam mais tranquilos de emprestar a longo prazo. Valorizou-seum pouco o salário mínimo, e mesmo com os juros ainda na estratosfera, o país então conseguir usar a pleno o possante motor do crédito a longo prazo.

Os governos Lula I e II tiveram sorte de contar ainda com fortes ventos de cauda da conjuntura Internacional, principalmente com a China demandando muitas commodities do Brasil.
Mas a presidente Dilma pegou no manche (joy-stick) do Brasil com o motor do crédito a longo prazo meio esgotado pelo endividamento das famílias (cerca de 45% da sua renda), ventos de proa da conjuntura Internacional e perto do esgotamento desse ciclo. 

Agora, depois de vender “gato e entregar lebre” para vencer as eleições, ela tenta reduzir o déficit e a despesa pública (ajuste fiscal) e esperar cerca de um ano e meio para as famílias se desendividarem, para então recomeçarem a usar novamente o possante motor do crédito, em mais um novo ciclo.

VOOS DE GALINHA

O governo não faz o certo economicamente, que seria reduzir drasticamente a despesa de um inchado governo e investir só em projetos produtivos, para, daí sim, ter condições de reduzir os juros, que no Brasil andam lá no mínimo pelos 60% ao ano, para uma inflação média de 7% ao ano, (spread de 53% ao ano), na estratosfera, como diz o comentarista Luis Hipolito Borges. E o governo não o que é certo porque considera suicídio político.

Prevejo longa vida para os juros na estratosfera no Brasil, e os nossos ciclos de crescimento se darão sempre em “voos de galinha”, como diz o economista Carlos Lessa.

10 de abril de 2015
Flávio José Bortolotto

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