"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 14 de março de 2015

NÃO MAIS QUE DE REPENTE, FHC É O CARA!



São muitas as formas de corrupção moral. Todas são graves, embora tendamos a considerar piores aquelas que envolvem valores financeiros. No entanto, meter a mão no bolso alheio ou em recursos públicos é apenas uma das muitas maneiras em que a deformação moral pode se expressar. Quando falamos delas, principalmente no espaço da política, não estamos diante de compartimentos isolados, como se a cada momento histórico apenas uma gaveta pudesse ser aberta.
As coisas não funcionam assim. Um governo corrupto será, também, um governo mentiroso. O governo mentiroso forjará dossiês contra seus adversários. O que forja dossiês, assassinará reputações de pessoas de bem. Quem o faça, andará com as piores companhias. O que ande em más companhias investirá contra os valores morais da sociedade. O que precisa destruir valores, desejará dominar o vocabulário através do “politicamente correto”.
Quem quer controlar as palavras e a comunicação não é verdadeiramente democrático. Governo que não seja democrático buscará transferir o poder, do povo e de seus representantes, para conselhos formados por seus companheiros. Quem coloque aí a efetiva fonte de seu poder precisará organizar, remunerar e manter a seu serviço multidões de militantes cuja causa real seja ele próprio e a sua preservação. Quem faça tudo e qualquer coisa para si mesmo, será, necessariamente, corrupto. E o círculo se fecha. É a ruptura desse círculo que nos leva à rua no dia 15 de março.
FALSO PUDOR
Há quem goste de como as coisas estão no Brasil. E há quem diga que não gosta, mas, com falso pudor, afirme que devemos nos conformar porque a alternativa é pior. E tendo dito que a alternativa é pior, dá por irretocável a assertiva e pleiteia, sem constrangimento algum, que tudo fique como está.
Observe o que estão fazendo, a partir de terça-feira, 10 de março, com FHC (que se presta para isso). O velho ex-presidente, desde 1998, era insubstituível ocupante do último pau do galinheiro petista. Até o depoimento de Pedro Barusco à CPI da Petrobras, Fernando Henrique, designado por Dilma, era candidato a fundador emérito da corrupção na empresa, o cara da “privataria”. Pois até ele – pasmem! – ganha lâmpada nova como farol da História e vira sábio conselheiro da Pátria simplesmente porque saiu em defesa do mandato da presidente.
Dá para entender como o uso que fazem de FHC se enquadra no circuito fechado que desenhei acima? É o mesmo quadro de corrupção moral que só recebe impulsos de uma ideologia malsã e de um projeto de poder.

14 de março de 2015
Percival Puggina

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