"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 14 de março de 2015

DILMA DÁ AS COSTAS AOS MÉDICOS CUBANOS, SEUS ALIADOS NA CAMPANHA


Nos anos de 1950, o jovem francês Jean Blondel se aventurou no interior da Paraíba para um estudo sobre a política brasileira. Ao final da incursão de alguns meses no sertão, emplacou o livro “As Condições da Vida Política no Estado da Paraíba”, publicado pela Fundação Getúlio Vargas em 1957 e hoje raríssimo nos sebos.
Em um dos tópicos desse trabalho, Blondel tratou do papel dos médicos na política sertaneja. E usou como exemplo um profissional filho de agricultores que nasceu em Bonito de Santa Fé, seguiu para o Rio de Janeiro para estudar e, depois de formado, retornou à terra natal com o objetivo claro de ingressar na política.
E ele usou a medicina para isso. Diz um trecho do livro: “Fez-se necessário, tratando gratuitamente, dando medicamentos, fazendo obras profiláticas de natureza espetacular. Já conhecido, foi eleito prefeito de seu município em 1951″. Enfim, completa o texto, ele se transformou em novo “chefe político” local e estadual.
CHEFE POLÍTICO
“Médico” e “chefe político” nos anos de 1950 remetem a “médico” e “chefe político” em 2015: os cubanos do Mais Médicos, ameaçados pela ditadura da ilha em pleno território brasileiro, precisam de uma pequena e urgente retribuição da “chefe política” Dilma Rousseff.
Em 2013, esses mesmos cubanos forma recebidos com festa pela população do interior e das periferias, com indignação e até intolerância por parte da classe médica brasileira e como cabos eleitorais pela campanha à reeleição da presidente Dilma.
Sem os cubanos, o Mais Médicos não seria uma vitrine de Dilma, e sim uma vidraça, já que 80% dos 14 mil profissionais do programa vieram da ilha de Fidel Castro.
Passados quase dois anos de serviços ao país, em locais nunca antes ocupados por médicos, esses mesmo cubanos úteis na eleição agora pedem socorro.
Eles servem ao Palácio do Planalto e cuidam dos brasileiros mais pobres. Mas, para o governo Dilma, a pressão que sofrem do governo cubano em pleno solo brasileiro é um burocracia “fora da alçada do Ministério da Saúde”.

14 de março de 2015
Eduardo Scolese
Do UOL

Nenhum comentário:

Postar um comentário