No seu discurso de posse, após quatro anos de desmandos na política macroeconômica que carimbou o seu último desgoverno, Dilma se esforçou para explicar por que o ano de 2015 será de ajuste na economia, já que busca agora redirecioná-la, ao adotar um plano construído por uma equipe de estirpe conservadora formada por tucanos de exuberante plumagem.
A presidente deixou claro, na solenidade de posse, que a nossa economia encontra-se literalmente desajustada, tentando explicar e justificar a situação face aos comentários informais que apareceram após a sua reeleição; referiu-se aos ajustes que possivelmente seriam adotados quando passaram a ser mal interpretados pelos brasileiros, principalmente pelo segmento de pessoas que veneram a dialética da seita petista, aqueles que só pensam nos benefícios e jamais cogitam em pagar pelo ônus do caos econômico que se encontra instalado no País.
Muitos já têm um razoável conhecimento sobre as necessidades de ajuste após a indicação da nova equipe econômica, mas ignoram completamente a forma “como” isso será realizado, uma vez que se trata de uma etapa imprescindível na composição de um planejamento estratégico inevitável para a sua plena execução.
O futuro foi sinalizado, ao ser utilizada uma linha circunspecta que fala laconicamente de um equilíbrio nas deterioradas contas públicas, na recondução da inflação ao centro da meta, na demolição do déficit das contas externas, na ressurreição dos investimentos e no restabelecimento da confiança que adormece debilitada para assegurar o crescimento do PIB e a manutenção do pleno emprego.
O futuro foi sinalizado, ao ser utilizada uma linha circunspecta que fala laconicamente de um equilíbrio nas deterioradas contas públicas, na recondução da inflação ao centro da meta, na demolição do déficit das contas externas, na ressurreição dos investimentos e no restabelecimento da confiança que adormece debilitada para assegurar o crescimento do PIB e a manutenção do pleno emprego.
O atual ambiente macroeconômico internacional também não se encontra favorável para que sejam implementadas ações ortodoxas visando à revitalização da nossa economia. Estamos atravessando um período de declínio nos preços das commodities, as quais contribuem com aproximadamente 50% das nossas exportações.
O Federal Reserve – FED (Banco Central dos EUA) deverá iniciar, provavelmente até o final do segundo semestre deste ano, uma reversão na sua política monetária iminentemente expansionista, o que proporcionará uma redução considerável de circulação de dólares nos mercados globais.
Dessa forma, o Brasil terá que pagar mais caro pelos financiamentos em moeda estrangeira e isso é extremamente preocupante nas circunstâncias atuais.
O Federal Reserve – FED (Banco Central dos EUA) deverá iniciar, provavelmente até o final do segundo semestre deste ano, uma reversão na sua política monetária iminentemente expansionista, o que proporcionará uma redução considerável de circulação de dólares nos mercados globais.
Dessa forma, o Brasil terá que pagar mais caro pelos financiamentos em moeda estrangeira e isso é extremamente preocupante nas circunstâncias atuais.
Para Europa e Japão, a atividade econômica ainda não se encontra consolidada e a economia chinesa está em notória desaceleração. Trata-se de um quadro afunilador para os mercados internacionais, que poderá ser suavizado se a economia americana continuar se restabelecendo, como assim desejamos.
Em nosso ambiente doméstico, neste ano que se inicia, jamais poderemos considerá-lo como um marco na retomada do crescimento econômico, pois esta fase aguda que estamos atravessando exige privações que impõem o balanceamento das nossas contas públicas.
Segundo a média de projeções estabelecida pelo mercado financeiro (Focus- Banco Central) até o presente momento, o crescimento deve situar-se em torno de aproximadamente 0,5% para 2015. Pelo visto, será mais um exercício em que o crescimento econômico será igualmente ridículo, implicando na perpetuidade declinante na tendência de arrecadação do setor público.
Segundo a média de projeções estabelecida pelo mercado financeiro (Focus- Banco Central) até o presente momento, o crescimento deve situar-se em torno de aproximadamente 0,5% para 2015. Pelo visto, será mais um exercício em que o crescimento econômico será igualmente ridículo, implicando na perpetuidade declinante na tendência de arrecadação do setor público.
Estamos chegando ao final do ciclo de repressão dos preços controlados pelo governo, particularmente da energia elétrica e das tarifas dos transportes urbanos, contribuindo com generosidade para a elevação da inflação e, consequentemente, propiciando a alavancagem dos juros.
Não podemos deixar de considerar a corrupção desvairada que sangra os cofres da administração pública, os escândalos que brotam diariamente em todos os cantos do Brasil e o esfacelamento do patrimônio da Petrobras, fontes inesgotáveis que aumentarão consideravelmente as dificuldades a serem superadas.
Não podemos deixar de considerar a corrupção desvairada que sangra os cofres da administração pública, os escândalos que brotam diariamente em todos os cantos do Brasil e o esfacelamento do patrimônio da Petrobras, fontes inesgotáveis que aumentarão consideravelmente as dificuldades a serem superadas.
A equipe econômica que está assumindo conta com ampla aceitação dos mercados e do segmento empresarial, mas deverá defrontar-se com uma vigorosa obstinação política que será desencadeada por importantes segmentos da irresponsável seita petista. Se o ajuste previsto será exitoso ou não é uma dúvida que nos oprimirá daqui pra frente. É indispensável imaginar que será uma realidade, porque caso não aconteça positivamente, restará uma única alternativa que será recomeçar mais uma vez.
O grande questionamento da sociedade para a área econômica é se teremos mudanças profundas no modelo de política econômica. Não resta dúvida de que a questão tem máxima relevância, pois, para muitos analistas econômicos, a economista Dilma ainda não evoluiu no seu jeito de ser. Para ela, basta que os indicadores econômicos assinalem uma pequena recuperação, para que aflore o seu peculiar comportamento intempestivo que a faz abdicar do fortalecimento dos fundamentos macroeconômicos e retornar às experiências desastradas que já vivenciamos na sua última inconsequente administração.
Outra interrogação passa pela expectativa semelhante ao primeiro período de Lula quanto ao aspecto conservador adotado na política econômica, que seja predominante e evolutivo até o final do seu segundo mandato.
O jeito, por enquanto, ao meu ver, é aguardar com atenção e cautela os próximos seis meses para se ter um melhor sentimento de como as coisas irão acontecer.
O jeito, por enquanto, ao meu ver, é aguardar com atenção e cautela os próximos seis meses para se ter um melhor sentimento de como as coisas irão acontecer.
Arthur Jorge Costa Pinto é Administrador, com MBA em Finanças pela UNIFACS (Universidade Salvador).
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