Caros amigos: Um velho Coronel da Força Aérea Brasileira, Cyrano Portocarrero, grande amigo do meu pai, forjou a seguinte máxima:
“Um homem, sem seu cavalo, é apenas um homem. Um cavalo, sem seu cavaleiro, é sempre um cavalo”.
O pensamento visa a chamar a atenção para a nobreza do cavalo diante da insignificância do homem. Coisa dos que chamamos de “homens do cavalo”, entre os quais, honrado, me incluo!
É com este espírito, mal comparando, que enxergo a nomeação do governador Jaques Wagner para o Ministério da Defesa, no qual ele é apenas um petista, com toda a insignificância decrescente que o título encerra, já as Forças Armadas, com ou sem ministro, serão sempre Instituições Nacionais Permanentes, com toda a importância que o texto constitucional lhes confere!
Assim, pouco importam as virtudes ou os vícios do Sr JW, pois ele só terá significado e importância se os militares houverem por bem incorporá-lo ao seu meio e prestigiá-lo como Chefe Militar, o que ele não é, nem nunca será!
Como disse, ele não passa de um petista desempregado, cujo único contato com o nosso meio foi em passagem pelo Colégio Militar do Rio de Janeiro. Deve ter feito amigos que seguiram a carreira e que hoje estão em reserva, nada mais. Pouco se sabe sobre ele neste período, o que me induz a pensar em mediocridade...
Como virtudes, se é que podemos chamar assim, JW tem a proximidade, a simpatia e a confiança da Governanta Dilma Rousseff bem como a facilidade de trânsito nos meandros do Congresso Nacional. Cabe aos Comandantes das Forças e a seus Altos Comandos saber usar estas “virtudes”, mantendo, dele e do governo, a distância de segurança necessária para manobrar no espaço que lhes confere o afastamento do poder e a liberdade de não serem membros e de não terem outros compromissos com o governo além do cumprimento de suas missões constitucionais.
Se JW fez o CFR (Curso de Formação de Reservistas) do CMRJ, deve lembrar-se da máxima de que “quem dá a missão, dá os meios”! Basta lembrá-lo disso ou ensiná-lo sobre o tema desde logo e, após, manter a voga e a pressão!
JW foi sindicalista e saberá interpretar o espírito da mensagem em todos os aspectos ela que encerra, inclusive no social, ligado às necessidades da Família Militar.
Entendo que se deve respeitar a autoridade do Ministro da Defesa, nos seus devidos limites, mas não há qualquer motivo para incorporar o petista JW ao nosso convívio ou para ter com ele consideração além da regulamentar, ou seja, enquanto ele estiver ministro deve ser cobrado e exigido pelas Forças em tudo o que lhe cabe como intermediário junto aos Poderes da República. Não há razão para termos qualquer outro tipo relacionamento ou de consideração para com ele.
Ele, estando ministro ou não, é apenas um político filiado ao partido dos trabalhadores, enquanto nós seremos sempre Marinheiros, Soldados e Aviadores do Brasil!
Os militares conhecem todos os limites do exercício do poder legal, conhecem suas missões, seus deveres e seus compromissos para com a Nação e, para serem eficientes, eficazes e efetivos não precisam bajular ou prestar vassalagem a quem quer que seja, basta-lhes a lei, os regulamentos e a confiança dos brasileiros!
Portanto, qualquer que seja o Ministro da Defesa, precisamos, isto sim, de Comandantes, Chefes e Líderes Militares, eles é que fazem a diferença !
É o que penso e espero!
Paulo Chagas, General de Brigada na reserva, é Presidente do Ternuma.
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