O jornalista Pedro do Coutto já chamou atenção aqui na Tribuna da Internet para a falta de empolgação nessa campanha eleitoral.
Realmente, no Rio de Janeiro, que sempre foi considerado uma espécie de termômetro político do país, nunca se viu nada igual.
Às vésperas de uma importantíssima eleição geral, que vai de deputado estadual a presidente da República, deixando de fora apenas vereadores e prefeitos, a mobilização tem sido mínima.
No Rio de Janeiro, onde quatro fortes candidatos hipoteticamente teriam chances de vitória na eleição de governador, praticamente não há comícios, concentrações, carreatas, passeatas nem carros de som.
O número de placas nas ruas também diminuiu espantosamente em relação aos últimos pleitos, não se vê a tradicional distribuição de “santinhos” nas ruas e pouquíssimos automóveis circulam com adesivos de candidatos ou partidos.
ESTRANHO FENÔMENO
Como explicar esse estranho fenômeno? Bem, de início pode-se dizer que não é concebível achar que essa desmobilização acontece porque os custos da propagando eleitoral se tornaram elevados demais ou porque os candidatos estão confiantes de que serão eleitos simplesmente porque falam nas rádios e aparecem esporadicamente na televisão.
Seria mais lógico entender que a desmoralização da classe política é tão expressiva que os candidatos hoje sentem vergonha de se apresentarem ao público. E não faltam motivos, pois a opinião pública brasileira efetivamente está desenvolvendo a convicção de que pessoas de bem não entram na política.
Nesse aspecto, a transfiguração ideológica e ética do PT foi um dos principais fatores que levaram a essa conjuntura de desencanto com a política. No entanto, se o PT não serve, os demais partidos não lhe ficam atrás.
Como dizia Oswaldo Aranha, a política hoje parece um deserto de homens e ideias. Os eleitores poderiam até fazer como Diógenes, vagando eternamente pelo Congresso Nacional com uma lanterna acesa, sem encontrar um político em que pudessem realmente confiar.
É triste admitir que essa situação esteja ocorrendo, mas é a nossa realidade. Por isso, como diria o consagrado conferencista Luiz Inacio da Silva, nunca antes, na História deste país, houve uma eleição tão desmoralizada. E o principal culpado dessa situação, sem a menor dúvida, é o próprio Lula.
18 de setembro de 2014
Carlos Newton
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