E, finalmente, chegamos ao pior dos mundos: crescimento do PIB raquítico no trimestre e inflação persistente.
O que espanta é a manifestação do Ministro da Fazenda, ao apontar a queda do consumo e a restrição ao crédito como os principais fatores determinantes para o resultado.
Mesmo sem possuir cursos sofisticados de teoria econômica, qualquer cidadão com nível mediano de informação desconfia ser equivocado seu posicionamento ao insistir nesses dois aspectos como sendo as molas propulsoras do crescimento.
Das duas uma: ou Guido Mantega é tão incompetente que não é capaz de reconhecer que desenvolvimento baseado em tais parâmetros deve constituir uma estratégia temporária, nunca um princípio básico a ser constantemente perseguido, em detrimento dos realmente fundamentais, mas com pouco apelo populista.
Ou passou a assumir definitivamente um papel preponderante na parafernália de encenações políticas destinadas a enganar o eleitorado de baixo nível, predominante por aqui, visando à reeleição de Dilma, deixando de lado o interesse nacional e postergando a implantação dos fundamentos econômicos corretos que o país implora, condenando-o a mais quatro anos de atraso e perda de prestígio no âmbito internacional.
A primeira hipótese é bastante improvável, face à sua formação acadêmica, certamente impecável.
Resta a segunda, mais plausível, e que ratifica o divórcio entre as necessidades urgentes do Brasil e o apego a cargos, com manutenção de poder a qualquer custo, tão característica da baixa qualidade e da ausência de espírito público de nossas autoridades.
Só nos resta torcer para que o agronegócio continue a salvar a pátria e esperar que os resultados das angustiantes eleições que se aproximam tragam um sopro de esperança.
Paulo Roberto Gotaç é Capitão de Mar e Guerra, reformado.
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