Não se deve ao acaso nem a paranoias inexplicáveis a sensação de insegurança que toma conta dos brasileiros. A percepção tem estreita relação com a realidade. Segundo informações preliminares do Mapa da Violência, a taxa de homicídios no país é a maior desde 1980. A pesquisa se baseia em dados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde (MS), que tem como fonte os atestados de óbito emitidos no território nacional.
Em 2012, o SIM registrou 56.337 assassinatos no Brasil. O índice - 29 mortes por 100 mil habitantes - rompe o teto fixado pela Organização Mundial da Saúde para indicar situação de violência epidêmica: 10 homicídios por 100 mil pessoas. Antes, a maior taxa brasileira era a de 2003, quando o número de vidas perdidas atingiu a espantosa cifra de 51 mil pessoas (28,9 mortes por 100 mil habitantes). Em números absolutos, houve incremento de 7,9% em comparação com 2011 (27,1 homicídios).
Vale a comparação. Nossas taxas são de 50 a 100 vezes maiores do que a de países como o Japão. Mesmo considerando Estados cuja realidade se aproxima mais da brasileira, as cifras assustam. O México, que enfrenta guerra interna contra o narcotráfico, figura no ranking do Mapa da Violência em posição mais confortável que a nossa - 22,1 em 2011. Os Estados Unidos também: em 2011, exibiram taxa de 5,3 homicídios pelo mesmo recorte da população.
Com taxa de homicídios crescente, é compreensível a apreensão dos cidadãos. Sobretudo porque a violência não se restringe a perda de vidas. Furtos, roubos, estupros, sequestros relâmpagos se tornaram rotina no dia a dia do cidadão. Grades, muros altos, prisão domiciliar não afastam nem inibem criminosos. O simples ir e vir parece exercício de alto risco. Parar no semáforo pode significar assalto ou simplesmente interrupção do percurso traçado. Pessoas saem de casa sem a certeza de que farão o caminho de volta.
É assustador e preocupante. O Brasil, antes conhecido pela alegria e cordialidade, passa a ser visto como país violento. A indesejável marca assusta investidores e afugenta turistas. Pior: ceifa promessas nascentes. As maiores vítimas são jovens, sobretudo da periferia. Rapazes e moças são impedidos de contribuir para o desenvolvimento nacional.
Passou da hora de resolver velhos problemas. O diagnóstico é conhecido. Mas sai governo, entra governo, as medidas eficazes, aptas a produzir índices minimamente civilizados, permanecem nas gavetas de gabinetes acarpetados. Quando um ato violento mobiliza a opinião pública, elas são lembradas. Passada a emoção, voltam ao esquecimento.
Em 2012, o SIM registrou 56.337 assassinatos no Brasil. O índice - 29 mortes por 100 mil habitantes - rompe o teto fixado pela Organização Mundial da Saúde para indicar situação de violência epidêmica: 10 homicídios por 100 mil pessoas. Antes, a maior taxa brasileira era a de 2003, quando o número de vidas perdidas atingiu a espantosa cifra de 51 mil pessoas (28,9 mortes por 100 mil habitantes). Em números absolutos, houve incremento de 7,9% em comparação com 2011 (27,1 homicídios).
Vale a comparação. Nossas taxas são de 50 a 100 vezes maiores do que a de países como o Japão. Mesmo considerando Estados cuja realidade se aproxima mais da brasileira, as cifras assustam. O México, que enfrenta guerra interna contra o narcotráfico, figura no ranking do Mapa da Violência em posição mais confortável que a nossa - 22,1 em 2011. Os Estados Unidos também: em 2011, exibiram taxa de 5,3 homicídios pelo mesmo recorte da população.
Com taxa de homicídios crescente, é compreensível a apreensão dos cidadãos. Sobretudo porque a violência não se restringe a perda de vidas. Furtos, roubos, estupros, sequestros relâmpagos se tornaram rotina no dia a dia do cidadão. Grades, muros altos, prisão domiciliar não afastam nem inibem criminosos. O simples ir e vir parece exercício de alto risco. Parar no semáforo pode significar assalto ou simplesmente interrupção do percurso traçado. Pessoas saem de casa sem a certeza de que farão o caminho de volta.
É assustador e preocupante. O Brasil, antes conhecido pela alegria e cordialidade, passa a ser visto como país violento. A indesejável marca assusta investidores e afugenta turistas. Pior: ceifa promessas nascentes. As maiores vítimas são jovens, sobretudo da periferia. Rapazes e moças são impedidos de contribuir para o desenvolvimento nacional.
Passou da hora de resolver velhos problemas. O diagnóstico é conhecido. Mas sai governo, entra governo, as medidas eficazes, aptas a produzir índices minimamente civilizados, permanecem nas gavetas de gabinetes acarpetados. Quando um ato violento mobiliza a opinião pública, elas são lembradas. Passada a emoção, voltam ao esquecimento.
02 de junho de 2014
Editorial Correio Braziliense
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