PF investiga banco suspeito de ajuda a doleiros para lavar a jato grana de corrupção e tráfico de drogas
Um grande banco que financiava as operações do doleiro Alberto Youssef, principalmente nas operações de lavagem de dinheiro e compra de diamantes via países africanos, é a maior bomba a estourar na Operação Lava Jato. Tão grave quanto essa relação – que tem grandes políticos envolvidos no negócio – é a conexão entre os doleiros pegos na Lava Jato e que também mexiam com grana do tráfico de drogas, na recém-descoberta conexão entre o Porto de Santos, no Brasil, e países africanos e europeus. O esquema envolve tanta gente de peso que pode terminar abafado, por alegada “falta de provas”.
Não será tão fácil esconder, porque o caso é investigado há dois anos pela Interpol, envolvendo as polícias da Espanha, Suíça, Inglaterra e Itália. O risco de abafamento ficou mais complicado com a prisão, quinze dias atrás, na Espanha, da doleira gaúcha Maria de Fátima Stocker, de 41 anos. “Hospedada” na Penitenciária de Madri V, a doleira é suspeita de envolvimento com a Ndranghetta - máfia italiana de drogas. A PF brasileira, que pediu a prisão dela depois da apreensão de 3,7 toneladas de cocaína pura no Porto de Santos, no final de março, agora comprovar a relação dela com o esquema detonado pela Operação Lava Jato.
As investigações buscam mais provas da relação de negócio entre Maria de Fátima e o doleiro Alberto Youssef. Juntadas as pontas, confirma-se o que o Alerta Total antecipou na edição de 1º de abril: “Espionagem contra o governo procura elos entre aLava Jato e as operações Hulk e Oversea”. Agora, também entram as informações da Operação Monte Polino. O caso pode ficar mais explosivo se vier à tona o nome da instituição financeira brasileira que dava suporte à ação dos doleiros – que é agora o principal foco da PF em busca de provas concretas.
A PF avalia que só a ajuda de um grande banco, que fizesse operações rotineiras, em alto volume, nos países para os quais a droga se destinava, poderia ajudar a rede de doleiros levantar um volume tão alto de dólares e euros para repassar aos traficantes e suas empresas de fachada. O caso se torna politicamente explosivo quando expõe que as operações ilegais do doleiro Youssef se entrelaçam com esquemas de desvio de dinheiro público em negócios com a Petrobras, Ministério da Saúde, Correios e por aí vai... Os norte-americanos já pediram ao Ministério Público Federal todas as informações sobre o doleiro Youssef, desde sua atuação no escândalo do Banestado, que explodiu a partir do ano 2000.
O caso de Maria de Fátima é bem emblemático de como a espionagem norte-americana vem colaborando com as polícias de diversos países. Foi a NSA (National Security Agency) dos EUA quem alertou à Interpol sobre a doleira, que tinha residência em Londres, depois de ter morado muitos anos na Suíça, onde foi casada com um banqueiro, o que lhe deu direito a cidadania. Não é à toa que o governo brasileiro tem tanto medo da bisbilhotagem da NSA – que atua contra suspeitas de lavagem de dinheiro que financiem o tráfico de drogas, armas e o terror contra os Estados Unidos.
Agora, o entrelaçamento das Operações Lava Jato, Hulk, Oversea e Monte Polino, com alto risco também de envolver a Operação Porto Seguro, vai permitir o rastreamento detalhado do esquema de lavagem de dinheiro (reais, dólares e euros) para financiar a logística de exportação de drogas para a Europa, Cuba e países africanos, junto com o financiamento a esquemas de alta corrupção política.
Se tanta sujeita vier à tona, um vaso sanitário, bem cheio, vai desabar sobre a campanha reeleitoral - prejudicando Dilma e seu Super Presidentro...
Episódio 2
Releia o artigo de domingo: Vai pra Copa que o pariu
Homenagem
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.
06 de maio de 2014
06 de maio de 2014
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
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