O Islã avança rumo a uma religiosidade cada vez mais pura e próxima às fontes. No norte da Nigéria, um homem que se diz líder do Boko Haram assume sequestro de mais de 200 adolescentes no norte da Nigéria. A organização – cuja tradução é “a educação ocidental é um pecado” - deseja fundar Estado islâmico no país e já teria matado mais de 3.000 pessoas. Segundo os jornais, os puros e duros islâmicos do grupo reivindicaram ontem o sequestro de 276 meninas de Chibok, no norte do país, ocorrido no dia 14 de abril. Em vídeo, o movimento prometeu tratar as adolescentes como escravas, vendê-las em países vizinhos e forçá-las a casar.
A mensagem foi lida por um homem que se identificou como Abubakar Shekau, líder do grupo radical. "Eu capturei suas meninas. Nós vamos vendê-las no mercado, por Alá. Alá diz que eu devo vendê-las. Ele me ordenou que as venda. Vou vender mulheres. Eu vendo mulheres".
No vídeo, ele aparece usando uniforme militar e de pé diante de um veículo blindado e duas camionetes com metralhadoras.
"Eu disse que a educação ocidental deve parar. Vocês, meninas, devem deixar a escola e se casar", acrescentou Shekau, que indicou manter as jovens como "escravas".
Alguém ainda lembra de Malala Yousufzai? Aconteceu há pouco mais de um ano. As celebridades criadas pela mídia são tão fugazes que até eu, que escrevi sobre o assunto, não mais lembrava.
Malala foi aquela estudante paquistanesa, de 16 anos, atacada com tiros na cabeça pelos talibãs por defender o direito de educação das meninas, que ganhou projeção mundial ao defender o óbvio. Em julho passado, foi aplaudida de pé na sede da ONU, onde pediu aos líderes mundiais que proporcionem educação compulsória e gratuita para todas as crianças.
Ora, quem não quer educação gratuita e compulsória para as crianças? A fortuna de Malala foi viver em um país dominado por fanáticos muçulmanos e ter sido alvejada na cabeça. Suas conclamações nada têm de novo ou original. Até parece o papa pedindo preces pela paz. A ONU declarou a data de seu aniversário, 12 de julho, como Dia de Malala.
Ao discursar para líderes jovens de mais de 100 países, ela pediu "uma luta global contra o analfabetismo, a pobreza e o terrorismo". "Vamos pegar nossos livros e canetas", disse ela. "Eles são nossas armas mais poderosas. Uma criança, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo. Educação é a solução".
Só que a fama súbita parece ter subido à cabeça da menina e inspirado sandices. Malala inaugurou em setembro passado, na Inglaterra, a maior biblioteca pública da Europa, na região central de Birmingham.
Com a mosca azul zumbindo sobre sua cabecinha adolescente, Malala desatou a dizer bobagens. “Não há arma mais poderosa do que o conhecimento nem maior fonte de conhecimento do que a palavra escrita. Canetas e livros são armas que derrotam o terrorismo”, disse Malala, que vive na cidade inglesa desde outubro, após ter sobrevivido ao atentado praticado por militantes do Talibã.
Que educação é a solução, isto não se discute. Que canetas e livros sejam armas que derrotam o terrorismo, isto é solene bobagem de jovem que melhor teria feito se inaugurasse a biblioteca em silêncio. Afinal, é um livro que está a base da opressão islâmica, da mesma forma que um livro oprime judeus e cristãos até hoje. Não por acaso, árabes, judeus e cristãos são chamados de povos do Livros. Livros libertam, sim. Mas podem muito bem oprimir. Todo movimento terrorista tem em sua base um livro.
Terrorismo não é achado de homens incultos, muito antes pelo contrário. Em meados do século XIX, surgiu na Rússia tzarista um pequeno manifesto intitulado O Catecismo do Revolucionário, escrito na Suíça e assinado por dois revolucionários russos, Serguei Guennadovich Netchaiev e Mikhail Bakunin. Este panfleto tem sido até hoje a cartilha que inspirou todo terrorismo do século seguinte, desde Lênin, Stalin, Yasser Arafat, George Habash, Wadi Haddad, Carlos, o Chacal, Che Guevara, Aloysio Nunes Ferreira, Lamarca, Marighella e Fernando Gabeira, etarras ou OLP. Entre milhares de outros, bem entendido.
O atentado contra a menina provocou protestos ao redor do mundo, incluindo críticas da ONU e de potências ocidentais, assim como uma mobilização popular dentro do próprio Paquistão, ultrapassando as barreiras étnicas, religiosas e políticas do país. Malala foi indicada a premiações internacionais e recebeu o Prêmio Nacional da Paz, concedido pelo governo paquistanês, no ano passado.
Hoje, quem lembra de Malala? Mas o Islã avança, dizia. Há exatamente uma semana, eu comentava o projeto de lei que quer legalizar o casamento das meninas e o estupro conjugal no Iraque. Um de seus artigos permite que as crianças se divorciem a partir dos nove anos, o que significa que podem se casar antes desta idade. Outro prevê que uma mulher seja obrigada a ter relações sexuais com seu marido quando ele pedir.
Tudo muito coerente com o Islã. Maomé – abençoado seja seu nome – não se casou com Aisha quando ela tinha seis e consumou o casamento aos nove? Se o profeta pode, por que não poderiam os crentes?
Os opositores ao projeto afirmam que representa um retrocesso em matéria de direitos da mulher e que pode agravar as tensões entre diferentes confissões do país. Os partidários do projeto de lei afirmam que o texto apenas regula práticas que já existem.
Segundo a imprensa nigeriana, Abubakar Shekau vendeu algumas das estudantes seqüestradas como esposas em mercados na fronteira com o Chade e Camarões, a US$ 12 (R$ 26). Perguntinha que me parece pertinente: qual mulher não é vendida no mundo árabe? Ou alguma muçulmana pode escolher namorado ou marido? Só que 12 dólares me parece muito barato.
Os festivais de camelo de Riad, Arábia Saudita, atraem todos os anos milionários empresários árabes que pagam até US$ 5 milhões por um camelo.
A mensagem foi lida por um homem que se identificou como Abubakar Shekau, líder do grupo radical. "Eu capturei suas meninas. Nós vamos vendê-las no mercado, por Alá. Alá diz que eu devo vendê-las. Ele me ordenou que as venda. Vou vender mulheres. Eu vendo mulheres".
No vídeo, ele aparece usando uniforme militar e de pé diante de um veículo blindado e duas camionetes com metralhadoras.
"Eu disse que a educação ocidental deve parar. Vocês, meninas, devem deixar a escola e se casar", acrescentou Shekau, que indicou manter as jovens como "escravas".
Alguém ainda lembra de Malala Yousufzai? Aconteceu há pouco mais de um ano. As celebridades criadas pela mídia são tão fugazes que até eu, que escrevi sobre o assunto, não mais lembrava.
Malala foi aquela estudante paquistanesa, de 16 anos, atacada com tiros na cabeça pelos talibãs por defender o direito de educação das meninas, que ganhou projeção mundial ao defender o óbvio. Em julho passado, foi aplaudida de pé na sede da ONU, onde pediu aos líderes mundiais que proporcionem educação compulsória e gratuita para todas as crianças.
Ora, quem não quer educação gratuita e compulsória para as crianças? A fortuna de Malala foi viver em um país dominado por fanáticos muçulmanos e ter sido alvejada na cabeça. Suas conclamações nada têm de novo ou original. Até parece o papa pedindo preces pela paz. A ONU declarou a data de seu aniversário, 12 de julho, como Dia de Malala.
Ao discursar para líderes jovens de mais de 100 países, ela pediu "uma luta global contra o analfabetismo, a pobreza e o terrorismo". "Vamos pegar nossos livros e canetas", disse ela. "Eles são nossas armas mais poderosas. Uma criança, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo. Educação é a solução".
Só que a fama súbita parece ter subido à cabeça da menina e inspirado sandices. Malala inaugurou em setembro passado, na Inglaterra, a maior biblioteca pública da Europa, na região central de Birmingham.
Com a mosca azul zumbindo sobre sua cabecinha adolescente, Malala desatou a dizer bobagens. “Não há arma mais poderosa do que o conhecimento nem maior fonte de conhecimento do que a palavra escrita. Canetas e livros são armas que derrotam o terrorismo”, disse Malala, que vive na cidade inglesa desde outubro, após ter sobrevivido ao atentado praticado por militantes do Talibã.
Que educação é a solução, isto não se discute. Que canetas e livros sejam armas que derrotam o terrorismo, isto é solene bobagem de jovem que melhor teria feito se inaugurasse a biblioteca em silêncio. Afinal, é um livro que está a base da opressão islâmica, da mesma forma que um livro oprime judeus e cristãos até hoje. Não por acaso, árabes, judeus e cristãos são chamados de povos do Livros. Livros libertam, sim. Mas podem muito bem oprimir. Todo movimento terrorista tem em sua base um livro.
Terrorismo não é achado de homens incultos, muito antes pelo contrário. Em meados do século XIX, surgiu na Rússia tzarista um pequeno manifesto intitulado O Catecismo do Revolucionário, escrito na Suíça e assinado por dois revolucionários russos, Serguei Guennadovich Netchaiev e Mikhail Bakunin. Este panfleto tem sido até hoje a cartilha que inspirou todo terrorismo do século seguinte, desde Lênin, Stalin, Yasser Arafat, George Habash, Wadi Haddad, Carlos, o Chacal, Che Guevara, Aloysio Nunes Ferreira, Lamarca, Marighella e Fernando Gabeira, etarras ou OLP. Entre milhares de outros, bem entendido.
O atentado contra a menina provocou protestos ao redor do mundo, incluindo críticas da ONU e de potências ocidentais, assim como uma mobilização popular dentro do próprio Paquistão, ultrapassando as barreiras étnicas, religiosas e políticas do país. Malala foi indicada a premiações internacionais e recebeu o Prêmio Nacional da Paz, concedido pelo governo paquistanês, no ano passado.
Hoje, quem lembra de Malala? Mas o Islã avança, dizia. Há exatamente uma semana, eu comentava o projeto de lei que quer legalizar o casamento das meninas e o estupro conjugal no Iraque. Um de seus artigos permite que as crianças se divorciem a partir dos nove anos, o que significa que podem se casar antes desta idade. Outro prevê que uma mulher seja obrigada a ter relações sexuais com seu marido quando ele pedir.
Tudo muito coerente com o Islã. Maomé – abençoado seja seu nome – não se casou com Aisha quando ela tinha seis e consumou o casamento aos nove? Se o profeta pode, por que não poderiam os crentes?
Os opositores ao projeto afirmam que representa um retrocesso em matéria de direitos da mulher e que pode agravar as tensões entre diferentes confissões do país. Os partidários do projeto de lei afirmam que o texto apenas regula práticas que já existem.
Segundo a imprensa nigeriana, Abubakar Shekau vendeu algumas das estudantes seqüestradas como esposas em mercados na fronteira com o Chade e Camarões, a US$ 12 (R$ 26). Perguntinha que me parece pertinente: qual mulher não é vendida no mundo árabe? Ou alguma muçulmana pode escolher namorado ou marido? Só que 12 dólares me parece muito barato.
Os festivais de camelo de Riad, Arábia Saudita, atraem todos os anos milionários empresários árabes que pagam até US$ 5 milhões por um camelo.
10 de maio de 2014
janer cristaldo
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