"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

RIO DE JANEIRO, O LEGADO DA COPA E A FARRA DA INCOMPETÊNCIA

Pois é. A desculpa para os enormes investimentos realizados para trazer a Copa do Mundo e as Olimpíadas para o Rio de Janeiro era a mesma utilizada nos Jogos Pan-Americanos: O famoso “legado”.
 
O “legado” traduz a herança deixada pelos eventos em benefícios para a população do país sede. Obras de infraestrutura, mobilidade urbana, paisagismo, despoluição e por aí vai.
No entanto, estamos falando do Brasil. E aqui, com uma população bovina, alienada e formada por 74% de adultos analfabetos funcionais; o único legado que esses eventos deixarão será o de poucos bolsos recheados, muitos elefantes brancos e muitas obras feitas as pressas e mal executadas.
 
Quer maior prova disso do que a obtida ontem (16/01) e com as outras fortes chuvas que veem caindo na cidade neste verão?
 
Bairros e ruas que nunca antes haviam experimentado os “prazeres” de uma enchente, agora gozam “felizes” de inundações constantes ao menor cair de pingos. Avenidas, ruas e corredores rodoviários recém-inaugurados naufragam felizes e faceiros em qualquer chuvinha que ultrapasse a mais leve garoa.
 
Lojistas perdem, a cada nova chuva, estoques, tempo e dinheiro para limpar a imundície que a enchente carrega para seus estabelecimentos e ainda amargam a perda de clientes (e faturamento) por terem de se manter fechados ao público para limpezas cada vez mais constantes.
 
Enquanto isso, a ”competente” administração de Eduardo Paes dormita feliz (com os bolsos cheios de impostos e “outras coisinhas mais”) torcendo para aparecer na televisão dizendo que as sirenes de alerta funcionaram e ninguém morreu graças ao seu sistema.
 
Infelizmente, os repórteres “esquecerão” de perguntar por que a prefeitura só reage e se esquece de que os avisos dados pelo sistema de meteorologia também servem para que a cidade se prepare para as chuvas e minimize seu impacto.

Como sempre, a culpa será de São Pedro. Aquele cara mau que vive lá no céu e odeia o Rio de Janeiro, mandando sempre chuvas torrenciais no verão. Como figura divina e toda poderosa, São Pedro é maldoso e cruel porque detesta praia. A culpa jamais é da prefeitura que não envia equipes para as áreas conhecidamente “submersíveis” como forma de desobstruir galerias pluviais e remover qualquer lixo que possa vir a entupi-las. Serviço que era sempre executado (com bons resultados) até a década de 1990.
 
Jamais serão culpadas as empreiteiras famintas e corruptoras ou a prefeitura corrupta, preguiçosa e permissiva que libera obras sem vasta previsão de drenagem e com fiscalização deficiente.
 
Nunca terá culpa o prefeito que deixa de cumprir o seu dever de administrar para todos e foca todos os seus parcos esforços apenas nos grandes eventos, esquecendo-se de que a cidade continuará a existir depois deles terminados.
 
Também não têm culpa o secretariado de Eduardo Paes e os vereadores (sempre preocupados com o “bem-estar da cidade” e não com suas contas bancárias ou mordomias) que permitem a farra das empreiteiras, as obras mal planejadas e a ausência de um serviço vasto, óbvio e necessário de limpeza 24hs nas galerias pluviais durante o verão (o qual, todo carioca sabe desde “antes de nascer”, é marcado por chuvas fortes).
 
E, finalmente, o único culpado por tudo isso é o carioca.
 
Afinal de contas, foi o carioca quem elegeu (e reelegeu) Eduardo Paes. Mesmo sabendo que sua campanha se baseou em mentiras, em jogo sujo e em muitas fraudes. O carioca preferiu trocar a chance de um governo diferente, competente e honesto por um feriadão prolongado na praia.
 
Agora, resta ao carioca tirar desse governo desastroso, preguiçoso e corrupto de Eduardo Paes (responsável por entregar o Rio nas mãos das empreiteiras, das empresas de ônibus e da especulação imobiliária) a lição de que o voto tem uma importância fundamental na vida do cidadão e o que a negligência do eleitor sempre tem gravíssimas consequências.
 
E você, o que pensa disso?
 
20 de janeiro de 2014
visão panorâmica

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