Os Estados Unidos fecharam 2013 com uma taxa de 7% de desemprego, o equivalente a 10,9 milhões de desempregados, um indicativo forte de que o pior da crise já passou. Enquanto isso, o Brasil do PT e da Dilma abre 2013 com uma taxa de desemprego de 7,4%, comprovando o que todos já sabiam, mas que as mentiras oficiais escondiam. Temos, no Brasil, 61 milhões de pessoas em idade de trabalhar que não conseguem emprego. Abaixo, artigo de Gustavo Patu, publicado na Folha de São Paulo.
Adeus ao pleno emprego
No começo de seu segundo mandato, Lula foi abençoado por uma mudança na metodologia utilizada pelo IBGE para medir o crescimento da economia do país, com revisão dos resultados apurados nos anos anteriores.
De um dia para o outro, o Brasil estava melhor do que se imaginava. Anos tidos como fracos se tornaram razoáveis, e os medíocres passaram a bons; o presente, que de fato mostrava progressos, já estava ótimo. Era apenas, obviamente, uma nova métrica --ninguém havia ficado mais rico ou mais pobre. Mas imagem não é pouca coisa: os indicadores mais favoráveis facilitaram a obtenção do ambicionado grau de investimento, atestado de solidez concedido por agências especializadas. A retomada econômica ficou mais evidente e virou trunfo político.
Passados os anos de bonança, com Dilma Rousseff a caminho de sua campanha reeleitoral, o IBGE inaugurou uma nova e mais completa medição dos índices de desemprego. Desde a manhã da última sexta-feira, o mercado de trabalho não é mais tão favorável como parecia.
Apurado em todo o país, o percentual de desocupados não está mais abaixo dos 6%, patamar que encorajou especialistas e propagandistas a falar em pleno emprego --e tratado por Dilma, nos momentos de maior entusiasmo, como a menor taxa do mundo (uma das menores, ao menos) ou de nossa história.
O índice divulgado foi de 7,4%, numa diferença grande o bastante para levar o desemprego nacional a superar, por exemplo, o dos Estados Unidos, que mal e mal se recuperam de uma crise de raras proporções.
A fotografia mais ampla mostra ainda o que o Brasil tem de precário e desigual: 61 milhões em idade de trabalhar estão fora do mercado; no Nordeste, um em cada dez busca uma vaga sem conseguir. De novo, apenas uma nova métrica. Mas imagem não é pouca coisa, ainda mais perto da eleição.
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