"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

JORNAL WASHINGTON POST VÊ PRÉ-SAL MURCHAR

O economista Carlos Francisco Theodoro Machado Ribeiro de Lessa – Carlos Lessa, como é mais conhecido – não é homem de fugir de uma boa rusga. Em 2003, quando presidente do BNDES (cargo a que chegou com o apoio de Aloizio Mercadante e Maria da Conceição Tavares, pelo que se wikipedia na praça) logo se chocou com os ministros da Fazenda e do Desenvolvimento, Antonio Palocci e Luiz Fernando Furlan.
 
Para Furlan, mandou uma banana Split, tendo a ele deixado claro que o BNDES podia ser vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, mas que o órgão era independente. Ordens, só do Lula. Acreditou-se intocável, até que depois de fazer críticas ao presidente do Banco Central, Carlos Henrique Meirelles, foi afastado do cargo. Lula ainda teve de engulir um manifesto contra sua demissão, com mais de 500 assinaturas de notáveis de todos os tamanhos. Mas saiu, e foi substituído no banco por Guido Mantega.
Menciono o Carlos Lessa em razão da pancadaria que deu na Petrobras na época da proposta do leilão do poço de Libra. Sua posição foi a mesma do que o ex-presidente da empresa Sérgio Gabrielli (um dos principais responsáveis pela delicada situação em que hoje está a Petrobras) e do colega do PSOL, o jovem senador amapaense Randolfe Rodrigues. Em comum, todos com a posição de que esses recursos petrolíferos poderiam ser explorados pela Petrobras sozinha (sic).
Quanto à explicação da presidente da empresa, Graça Silva Foster, de que a Petrobras não contava com os recursos necessários para explorar Libra, Carlos Lessa proclamou aos jornalistas de que se tratava “de um argumento sem graça, uma desgraça”. E completou: “não consigo entender como isso está acontecendo se a presidente Dilma, em discurso quando candidata à presidência da República, disse que não iria privatizar o pré-sal”.
A turma do PSOL e os nacionalistas extremistas adjacentes vão ficar uma fera depois de lerem o interessante artigo de Juan Forero, na edição de hoje do Washington Post.  Vão falar mal da imprensa, do capitalismo, da Graça Foster, da Dilma.
Recorda Forero que quando se soube da pujança dos poços (do pré-sal), o governo brasileiro anunciou que o Brasil se tornaria um dos grandes do mundo no setor energético. Nossas autoridades falaram, então, o que lhes dava na telha: que as reservas tinham 50 bilhões de barris, 100 bilhões de barris, 240 bilhões de barris, o que nos faria ultrapassar as da Arábia Saudita.
Depois das descobertas, em 2007, o então Presidente  Luiz Inácio Lula da Silva proclamou uma de suas mais bombásticas declarações, no sentido de que Deus abençoara o Brasil, que o Brasil ganhara na loteria  e que o petróleo permitiria a modernização do País. Na época, “a  Petrobrás estava entre as dez maiores companhias de petróleo do mundo, admirada por investidores como George Soros, a queridinha de Wall Street”.
Mas, hoje, comenta Forero, passados seis anos,  o entusiasmo não mais subsiste: a produção de petróleo estagnou,  a Petrobrás está cheia de dividas, e as companhias estrangeiras estão cautelosas em investir aqui (Forero escreveu seu artigo no Rio de Janeiro). A propósito, menciona Wagner Frei, um geólogo que por 35 anos trabalhou para a Petrobras: o problema é que “muitos dos poços perfurados na área do pré-sal  não resultaram em nada”.
Segundo o jornalista, a grande descoberta do pré-sal,  em alta profundidade, parece ter hoje ficado menos atrativa às grandes companhias petrolíferas, isso porque  “outras fontes promissoras de energia emergiram em todo o mundo,  incluindo novos campos  na África , xisto betuminoso no Canadá e gás de xisto nos EUA”.
Deixo o endereço eletrônico da matéria de Juan Forero, no Washington Post:
 08 de janeiro de 2014
Pedro Luiz Rodrigues - Diário do Poder

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