"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 27 de abril de 2021

SUSTENTABILIDADE: IDEOLOGIA OU ECONOMIA?

Especialista explica a importância do setor privado para o desenvolvimento ambiental no Brasil

A discussão sobre o meio ambiente há muito tempo deixou de ser uma questão ideológica e, a cada ano, fica mais nítida a importância da sustentabilidade para a economia. Assim, tem sido cada vez mais comum ver empresas investindo no desenvolvimento do setor e pensando em formas de realizar ações que atendam a necessidade do presente, sem comprometer as gerações futuras.

O advogado, cientista político, professor e sócio da Mello Frota Consultoria, Leandro Mello Frota, destaca que o modelo de esgotamento que tínhamos no passado está superado e, por isso, temas como preservação dos biomas, mudanças climáticas e energia renovável fazem parte do nosso cotidiano. Além disso, as organizações já estão entendendo que precisam desempenhar o papel de contribuir com a sociedade local. Ouça o podcast!

“No Brasil, por exemplo, as empresas que integram a B3 – Índice de Sustentabilidade Empresarial – têm apresentado uma performance melhor do que as que estão na Bovespa. Isso está ligado ao fato de priorizarem as questões ligadas ao avanço sustentável”, ressaltou.

O protagonismo brasileiro nesse segmento está relacionado principalmente à biodiversidade natural e às possibilidades de geração de energia solar e eólica. Diante disso, as empresas têm assumido o papel de impulsionar políticas públicas voltadas para a sustentabilidade.

“Isso mostra que o mundo, pelo menos na área ambiental, está entendendo que defender o meio ambiente não é mais política ideológica e sim uma política financeira que pode ser muito rentável para todas as partes”, explicou.

Saneamento básico

A poluição urbana é um dos fatores que mais prejudicam o meio ambiente. Atualmente, cerca de 94% do saneamento básico no Brasil é feito pelo setor público, enquanto apenas 6% é feito pelas empresas privadas. A aprovação do Marco Legal do Saneamento veio para destravar importantes pautas de concessões no país.

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“O Novo Marco Regulatório do Saneamento traz segurança jurídica e atrai o setor privado. De acordo com analistas, os investimentos podem chegar a R$700 bilhões só em água e esgoto. Com as políticas de resíduos sólidos, podemos aumentar entre R$300 e R$400 bilhões”, afirmou.

Também é importante destacar que o saneamento básico está diretamente relacionado com direitos humanos, políticas de infraestrutura, sociais e econômicas.

“Acredita-se que serão gerados mais de 700 mil empregos diretos. Além disso, é possível movimentar vários setores da economia. E ainda temos as questões voltadas para a saúde, pois cada recurso investido em saneamento básico, retorna três vezes mais para a saúde. Então, recursos que eram destinados a tratamento de doenças que vêm da ausência de água tratada ou esgoto, podem ser direcionados para novos tratamentos e prevenções”, acrescentou.

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A expectativa é que o Marco Legal do Saneamento seja o grande momento para equilibrar e melhorar a qualidade dos serviços, promovendo transformação para a sociedade.

É preciso investir mais no turismo ambiental

Apesar de possuir uma das maiores biodiversidades do mundo, o Brasil ainda não é muito popular no setor de turismo ambiental. Leandro Frota destaca que as visitações aos parques brasileiros nos anos de 2018/2019 chegaram a 12 milhões. Enquanto nos Estados Unidos, na mesma época, o número foi de aproximadamente 200 milhões de visitantes.

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“É um absurdo o brasileiro visitar mais a Estátua da Liberdade do que seus parques, como Bonito, Chapada dos Veadeiros, entre outros. Ele não conhece o seu próprio país e isso é fruto da ausência de educação nas escolas e de políticas públicas que estimulem o turismo verde”, comentou.

Segundo Leandro, ainda estamos engatinhando nesse setor. “Nosso país ganharia muito se entendesse que o investimento nessa área poderia levar o Brasil à sonhada categoria geopolítica”, completou.

Setor privado e meio ambiente

O setor privado tem cooperado com o desenvolvimento, mas a expectativa é que haja cada vez mais progressos nas iniciativas sustentáveis.

“Os especialistas especulam que só de oportunidades de negócios em razão dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, até 2030, pode-se chegar a US$12 trilhões, além de 380 milhões de postos de trabalho. A crise econômica é mundial, mas as perspectivas de crescimento são animadoras”, apontou.

O mundo está se conscientizando da importância da sustentabilidade e, hoje, as empresas têm grandes oportunidades de olhar para o meio ambiente visando não apenas a preservação, mas também os negócios.

Os movimentos sustentáveis estão entrando com cada vez mais força nas organizações e quanto maiores forem os investimentos, melhores serão os resultados a médio e longo prazo. A tão esperada mudança de cenário econômico virá, principalmente, a partir do bom desempenho do setor privado neste segmento.

27 de abril de 2021
Instituto Millenium

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