Fotomontagem com Mons. Sánchez Sorondo
ilustra torturas durante o acordo Pequim-Vaticano
O Vaticano renovou por mais dois anos seu acordo secreto com o governo comunista de Pequim. O que significa isso na prática para os bons religiosos e fieis chineses?
Um fato, entre muitos outros semelhantes, acontecido nos dias da renovação do iniquo pacto, é revelador.
O padre católico Liu Maochun, da diocese de Mindong, província de Fujian, estava visitando os doentes de um hospital quando foi preso pela polícia que o levou violentamente.
Os policiais o interrogaram num centro de detenção na cidade de Fu'an. Uma fonte da diocese disse a Bitter Winter que o P. Liu Maochun foi cruelmente torturado.
Os agentes tocaram um gongo próximo a seus ouvidos e iluminaram seus olhos por vários dias seguidos, um método de tortura conhecido como “exaurir uma águia”, quando uma pessoa fica sem dormir por muito tempo.
“O governo declara que Don Liu Maochun desobedeceu às suas regras e é “ideologicamente radical”, explicou a fonte.
As tensões entre o regime e os padres da diocese vem aumentando desde a assinatura dos acordos entre a China e o Vaticano em 2018.
O acordo provisório não melhorou a condição do clero conhecido como membro da Igreja Católica clandestina da China, que não aceita o comunismo.
O Partido Comunista Chinês exige adesão à espúria Associação Patriótica Católica Chinesa (APCC). Os padres que recusam enfrentam perseguição severa, incluindo prisão, maus-tratos e intimidação.
O Pe Liu Maochun passou 17 dias preso sob tortura
O Pe. Liu Maochun, 46, vive na residência do ex-bispo em Luojiang, compartilhando-a com o bispo auxiliar da diocese, Guo Xijin.
O sacerdote foi repreendido repetidamente por sua recusa a ingressar na APCC. A máquina repressiva também se assanhou contra seus parentes.
O governo também perseguiu um diácono da diocese, ameaçando demolir sua casa e levar seus filhos.
A polícia torturou ao Pe. Liu Maochun porque quer saber como vazou à imprensa estrangeira a tortura do Pe. Huang, outro sacerdote de Mindong que se recusa a aderir à APCC.
Um católico local disse a Bitter Winter que o padre Liu Maochun postou uma mensagem no WeChat, substitutivo ditatorial de Twitter, dizendo que se ele ingressasse na APCC, seria por causa dos métodos desleais e desprezíveis do regime e não por sua própria vontade.
A advogada Wang Yu
foi obrigada a 'confessar' pela TV
No dia seguinte à prisão do padre Liu, o Departamento de Segurança Pública de Ningde ordenou a prisão do padre Zhu Rutuan, outro sacerdote da diocese, para forçá-lo a ingressar no APCC.
Tendo recebido um aviso, o padre escondeu-se e os funcionários socialistas estão usando ferramentas de vigilância de alta tecnologia para encontrá-lo.
Um membro da administração persecutória disse a Bitter Winter que as autoridades consideram os padres que se recusam a se juntar à Igreja Patriótica como “extremistas religiosos”.
O “extremismo” provém de que eles acreditam apenas em Deus e rejeitam a autoridade do Partido Comunista.
“Existem planos para deter 'extremistas religiosos' ou aqueles rotulados como xie jiao (seita danosa) em cursos especiais de doutrinação, que são chamados hipocritamente de 'Casas do Amor'”, disse a fonte.
03 de dezembro de 2020
Luis Dufaur, escritor, jornalista, conferencista de política internacional
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