"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 16 de setembro de 2020

REELEIÇÃO TEM DE ACABAR



A renovação, a troca constante e programada dos postos de poder, é uma das características republicanas que precisa ser conservada e respeitada. Por isso, os mecanismos de escolha devem primar pela rotatividade dos dirigentes. Perpetuação nos cargos deve ser evitada. Reeleição tem de ser abolida. 
A alternância é sempre o ideal na cúpula das organizações privadas e, sobretudo, das instituições públicas.

Não dá para aceitar a armação para permitir a reeleição dos presidentes da Câmara e do Senado. É hora de renovar. 
Da mesma forma que a reeleição para a Presidência da República também deveria não ser permitida. Te seu inventor, Fernando Henrique Cardoso, se arrepende e defende seu fim. A razão é bem simples. A tendência do segundo mandato é repetir erros do primeiro. Tal desgaste não vale a pena para as entidades.

Muito antecipada e prematuramente, já se especula sobre as chances de reeleição do Presidente Jair Bolsonaro. 
A abordagem do tema, antes de se completarem dois anos de governo, bagunça a governabilidade. A eleição surpresa de Bolsonaro não foi respeitada por seus adversários e inimigos. Desde janeiro de 2019, na prática, vivemos um absurdo “terceiro turno” eleitoral. Quando se fala de reeleição, Bolsonaro faz o jogo que lhe convém: a ironia, às vezes um deboche, deixando no ar a dúvida se vai disputar ou não a própria reeleição.

Bolsonaro devia ser o Presidente a fazer a transição para a situação correta. Deveria se empenhar pelo fim da reeleição. 
O problema é que sofre a pressão de alguns fatores: sua própria vaidade e ambição, junto com uma natural pressão de seus apoiadores para continuar no poder, apesar da brutal e desonesta campanha midiática, mais intensa que a debilóide oposição política.

O debate público contra a reeleição precisa se intensificar. Aliás, é fundamental iniciar discussões sérias sobre uma das mais importantes reformas: a Política. Necessitamos implantar o voto distrital. Valorizar e fortalecer o poder local é uma prioridade. Seria bom também restringir a reeleição do parlamentar, para que a função não se torne uma “profissão”, gerando até “direito” a aposentadoria - absurdo que acontece atualmente.

A Política demanda renovação constante. A cidadania brasileira tem a obrigação moral de promover essa mudança.
















Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!

16 de setembro de 2020
Jorge Serrão é Editor-chefe do Alerta Total. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos

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