"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

MILITARES AGEM PARA EVITAR DEMISSÃO DE BEBIANO E NEUTRALIZAR FILHOS DE BOLSONARO

Resultado de imagem para filhos de bolsonaro charges
Charge do Sponholz (sponholz.arq.br)
Diante da crise instalada no Palácio do Planalto envolvendo o ministro da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno, e o vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ), interlocutores do presidente Jair Bolsonaro, principalmente militares, estão agindo para tentar conter o imenso problema criado no dia em que o governo queria anunciar qual a proposta da reforma da Previdência vai encaminhar ao Congresso.
A temperatura da crise se elevou após a TV Record exibir na noite de quarta-feira, dia 13, uma entrevista com o presidente, a primeira após receber alta do hospital Albert Einstein. À emissora, Bolsonaro praticamente rifou Bebianno ao dizer que ele poderá “voltar às origens” caso fique comprovado seu envolvimento em suspeitas de desvio de recursos eleitorais.
MAGOADO – O ministro, que foi presidente do PSL, disse a interlocutores que está “muito magoado”. Só que Bebianno já avisou que não pede demissão e que só sai demitido pelo presidente. Ninguém duvida também que ele pode deixar o governo atirando.
Preocupados com a ação dos filhos, que em vários momentos têm trazido diferentes crises para o governo e com a proteção que eles têm recebido do pai, os “bombeiros” do Planalto estão agindo para tentar evitar que a saída de Bebianno possa aprofundar a crise e espalhá-la para outros setores.
Mais do que proteger Bebianno, esses interlocutores do presidente estão convencidos de que “é preciso estancar” essa ação dos filhos de Bolsonaro, que estariam prejudicando o País. Lembram que misturar família e governo nunca deu bons resultados e isso, mais uma vez, está sendo provado com seguidos episódios nestes menos de dois meses de nova administração.
MOBILIZAÇÃO – Nesta quinta-feira, o vice-presidente Hamilton Mourão, e os ministros do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno e da Secretaria de Governo, Santos Cruz, estão agindo para conter essa tempestade que tomou conta de Brasília. Eles, no entanto, não são os únicos.
Outros ministros e outras pessoas próximas da Bolsonaro estavam buscando o presidente nesta quinta-feira, dia 14, para tentar lhe mostrar as implicações desses atos, com sérias consequências para o País e a governabilidade. Os desajustes do Executivo imediatamente atravessam a rua levam problemas à já desarrumada e conflituosa base aliada.
PELO TWITTER – Os auxiliares do presidente entendem que não é possível governar com ímpetos pelo Twitter, repetindo até um pouco do comportamento do norte-americano Donald Trump. Advertem que isso tem consequências, normalmente, desastrosas.
A publicação por Carlos Bolsonaro do áudio enviado pelo presidente a Bebianno pelo WhatsApp foi considerada “inadmissível” porque está ligado à violação da segurança das comunicações do presidente da República. Os interlocutores do presidente vão tentar mostrar a ele que existe uma liturgia do cargo e que ela precisa ser respeitada.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Excelente matéria de Tânia Monteiro. Traça um retrato perfeito da situação. Se continuar a reboque dos filhos, Bolsonaro se arrisca a jogar seu prestígio na lata do lixo. Tem de se assumir como presidente e colocar os filhos em seus devidos lugares. Eles se julgam “príncipes-regentes”, mas acontece que o Brasil é uma república. (C.N.)


14 de fevereiro de 2019
Tânia Monteiro
Estadão

Nenhum comentário:

Postar um comentário