"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

NETANYAHU: "NÃO TEMOS MELHORES AMIGOS NO MUNDO DO QUE A COMUNIDADE EVANGÈLICA, E A COMUNIDADE EVANGÉLICA NÃO TEM MELHOR AMIGO NO MUNDO DO QUE O ESTADO DE ISRAEL."

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu disse no domingo em um encontro de evangélicos brasileiros que eles são os melhores amigos do Estado judeu. Netanyahu está em uma visita de seis dias ao Brasil para participar da posse de Jair Bolsonaro como presidente.



Esta é a primeira vez que um primeiro-ministro israelense visita o Brasil. Embora o Brasil tivesse vários presidentes católicos conservadores, nenhum deles estava disposto a se aproximar de Israel. Com Jair Bolsonaro, um católico nominal, foi diferente, porque sua base de votação principal era evangélica.

Não temos melhores amigos no mundo do que a comunidade evangélica, e a comunidade evangélica não tem melhor amigo no mundo do que o Estado de Israel,” disse Netanyahu no evento no Rio de Janeiro. De acordo com o jornal israelense World Israel News, “A grande população evangélica do Brasil tem o crédito de liderar o caminho para a ascensão do presidente eleito Jair Bolsonaro ao poder no início deste ano.”

Netanyahu espera que as relações de Israel com o Brasil melhorem por causa da influência que os evangélicos têm em Bolsonaro. Netanyahu disse no evento evangélico: “O Presidente Bolsonaro diz: ‘Somos irmãos.’ Somos irmãos e vamos aproveitar o futuro juntos.

“Você sabe que o primeiro nome do Presidente Bolsonaro em hebraico é Yair, que também é o nome do nosso filho. Mas Yair significa algo em hebraico: Aquele que traz luz. E acho que agora temos uma oportunidade de juntos trazer muita luz para o povo do Brasil e para o povo de Israel. Essa é uma aliança de irmãos. Por isso, quero convidar todos vocês no próximo ano em Jerusalém.”

Mais cedo no domingo, Netanyahu disse a líderes judeus brasileiros que Bolsonaro havia informado que ele queria transferir a embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém. Ele disse que Bolsonaro havia prometido que “não é uma questão de se, apenas uma questão de quando.”

A promessa de Bolsonaro de transferir a embaixada brasileira para Jerusalém foi uma promessa para agradar aos eleitores evangélicos. Não se sabe se ele cumprirá sua promessa o mais rápido possível ou se ficará adiando indefinidamente para não desagradar a seus eleitores evangélicos.

Embora World Israel News e outras agências de notícias israelenses creditem aos evangélicos brasileiros a vitória de Bolsonaro, depois de sua eleição Bolsonaro deixou de dar aos evangélicos o principal crédito, que ele agora dá aos revisionistas da Inquisição.

A Inquisição teve sua mão negra no Brasil, que é hoje a maior nação católica do mundo. Nos últimos anos, autores judeus brasileiros publicaram vários livros sobre o sofrimento e a morte de judeus brasileiros presos na rede da Inquisição.
Judeus brasileiros conseguiram estabelecer um feriado em memória dos judeus que sofreram perseguição e morte sob a Inquisiçãono Brasil. Há também o Museu Brasileiro da Inquisição, criado por judeus.

A Inquisição, que tem uma história de perseguição e execução de judeus, inclusive no Brasil, tem sido uma bandeira muito importante de vários grupos católicos “conservadores” radicais no Brasil que defendem seu revisionismo

O mais proeminente defensor brasileiro do revisionismo da Inquisição, Olavo de Carvalho, tem em Bolsonaro a mesma má influência que Steve Bannon teve sobre o presidente dos EUA, Donald Trump, no passado. Aliás, tanto Carvalho quanto Bannon são adeptos do ocultista islâmico René Guénon.

Trump acabou vendo Bannon como um oportunista e expulsou-o da Casa Branca. A esperança e oração de muitos evangélicos que votaram em Bolsonaro é que ele veja também que Carvalho é um oportunista e expulse sua influência do governo dele.

Em contraste com o pai de Netanyahu, que é autor de um livro volumoso contra a Inquisição e seu revisionismo, Carvalho minimiza a gravidade dos horrores da Inquisição, inclusive neste comentário público:

“Até mesmo na imagem popular das fogueiras da Inquisição a falsidade domina. Todo mundo acredita que os condenados "morriam queimados", entre dores horríveis. As fogueiras eram altas, mais de cinco metros de altura, para que isso jamais acontecesse. Os condenados (menos de dez por ano em duas dúzias de países) morriam sufocados em poucos minutos, antes que as chamas os atingissem.”

É mais do que natural que o mais proeminente defensor brasileiro da Inquisição veja os melhores amigos de Israel como piores do que os marxistas. Hostilizando (algo que o autoproclamado “estrategista” no caso de Trump nunca tentou fazer) os evangélicos, o autoproclamado “estrategista” no caso de Bolsonaro disse
“As igrejas evangélicas fizeram mais mal ao Brasil do que a esquerda inteira.” Isso significa que ele quer que Bolsonaro lute mais agora contra as igrejas evangélicas do que a luta que ele teve contra a esquerda?

Significa que quando os evangélicos, que foram vítimas da Inquisição, abraçam Israel e os judeus, que também foram vítimas da Inquisição, como seus melhores amigos, um dano maior do que o marxismo resultará?

Meu artigo “Olavo de Carvalho e a Inquisição” diz:
Em 2013, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu se encontrou com o Papa Francisco no Vaticano, e deu ao líder da Igreja Católica “The Origins of the Inquisition in Fifteenth Century Spain” (As Origens da Inquisição na Espanha do Século Quinze), um livro que em grande parte gira em torno de católicos espanhóis questionando, torturando e castigando judeus, expondo como milhares deles foram expulsos da Espanha ou queimados vivos na estaca.

A Revista Judaica (Jewish Journal) disse que “As Origens da Inquisição na Espanha do Século Quinze,” uma obra-prima acadêmica e um tomo minucioso sobre a Inquisição da Espanha, descreve como a Igreja Católica perseguia, e muitas vezes executava, multidões de judeus.

O Business Insider comentou que “é importante pensar no contexto do livro, que foi escrito Ben-Zion Netanyahu, pai de Netanyahu. Ben-Zion era um historiador conceituado que trabalhava na Universidade Hebraica de Jerusalém e na Universidade Cornell nos EUA.”

A CBS News disse: “Ben-Zion Netanyahu, pai de Netanyahu, era um historiador israelense… melhor conhecido em círculos acadêmicos por suas pesquisas acerca da Inquisição da Igreja Católica contra os judeus da Espanha na Idade Média.”

Os evangélicos são uma sólida esperança para o governo Bolsonaro, mas os revisionistas da Inquisição e seu oportunismo representam um verdadeiro desafio e ameaça.
Contudo, com os evangélicos e suas orações, o Brasil está tendo um excelente novo começo: com Israel ao seu lado. Com Netanyahu dizendo oficialmente que os evangélicos brasileiros são os melhores amigos de Israel, o Brasil está tendo uma grande nova chance de avançar como uma nação que encontra as bênçãos de Deus.

Pergunto-me se Deus vai abrir as portas para o Brasil de uma maneira extraordinária. Em 2008 conheci o profeta americano Chuck Pierce, que disse que se o Brasil se aproximasse de Israel, Deus daria ao Brasil a unção que os EUA perderam. Você pode ler sobre sua visão neste artigo: Brasil, a próxima ameaça (regional ou global) à supremacia econômica dos EUA?

Como um evangélico conservador brasileiro, saúdo as palavras de Netanyahu: “Não temos melhores amigos no mundo do que a comunidade evangélica.”

Entretanto, tenho uma dúvida sobre seu outro comentário: “A comunidade evangélica não tem melhor amigo do mundo do que o Estado de Israel.” Considerando que o governo israelense, mesmo sob a coalizão de direita de Netanyahu, defende a agenda homossexual, Netanyahu e seu governo tratariam os evangélicos conservadores que se opõem à agenda gay como amigos ou inimigos?

Somente Deus pode ajudar o católico nominal Bolsonaro a ter um encontro real com Jesus Cristo e proteger a si mesmo e seu governo dos oportunistas, especialmente os revisionistas da Inquisição.

Só Deus pode ajudar Netanyahu a ter um verdadeiro encontro com Jesus Cristo e se tornar um verdadeiro amigo dos evangélicos conservadores que se opõem ao aborto e à agenda homossexual, porque não há maiores defensores de Israel do que os evangélicos conservadores, e estou feliz em ser um deles.

Minha esperança é que nós evangélicos conservadores, em nossa amizade com Israel, tenhamos mais e mais influência sobre o governo Bolsonaro e que os católicos direitistas, que amam a Inquisição e seu revisionismo (que é um óbvio sinal de inimizade clara ou velada aos judeus), percam sua influência no governo Bolsonaro.

A luta no Brasil agora é mais do que socialismo versus capitalismo. São os melhores amigos de Israel contra os melhores amigos da Inquisição.

02 de janeiro de 2019

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