Para uma plateia basicamente formada por diplomatas de carreira e alguns poucos convidados externos, como o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), o chanceler Ernesto Araújo afirmou que o Brasil havia perdido sua voz e falava para agradar os administradores da ordem global.
“Queríamos ser um bom aluno na escola do globalismo e achávamos que isso era tudo. O Brasil volta a dizer o que sente e sentir o que é”, afirmou o diplomata.
Segundo a agência “Reuters“, o discurso do novo chanceler foi recebido com claro constrangimento entre os presentes. Ao final, puxados por alguns convidados, alguns se levantaram, mas nem sequer aplaudiram. Outros, o fizeram claramente sem vontade.
O discurso de Araújo também não repercutiu bem entre blogs petistas e jornalistas da grande mídia.
O blog petista “Brasil 247” afirmou:
O discurso em que o chanceler Ernesto Araújo criticou o ‘globalismo’ – o que, na prática, significa criticar o multilateralismo e e defender o imperialismo dos Estados Unidos – causou perplexidade entre o corpo técnico do Itamaraty.
O jornalista Ricardo Noblat, da revista “VEJA“, não poupou ataques contra o novo ministro das Relações Exteriores:
Nem entre bolsonaristas de raiz pegou bem o discurso feito pelo embaixador Ernesto Araújo ao assumir, ontem, o cargo de ministro das Relações Exteriores. Foi um desempenho, o dele, capaz de deixar chocados diplomatas tupiniquins e estrangeiros.
O jornalista Bernardo Mello Franco, do jornal “O Globo“, outro crítico ferrenho de Jair Bolsonaro, também atacou Araújo:
A posse de Ernesto Araújo foi o samba do diplomata doido. Em discurso, o novo chanceler misturou referências a Renato Russo, Tarcísio Meira, Raul Seixas e um seguidor anônimo no Twitter. Recitou um trecho da Bíblia em grego e uma versão de Ave Maria em tupi.
03 de janeiro de 2019
renova mídia
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