"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 9 de outubro de 2018

APÓS CRÍTICAS, BOLSONARO E HADDAD RECUAM SOBRE FAZER NOVA CONSTITUIÇÃO

Resultado de imagem para haddad e bolsonaro charges
Charge do Laerte (laerte.com)
Levados ao segundo turno da eleição presidencial, os candidatos do PSL, Jair Bolsonaro, e do PT, Fernando Haddad, recuaram e descartaram a controversa ideia de fazer uma nova Constituição para o país. Enquanto o petista vai recalibrar a estratégia da campanha e acenar ao centro, seu adversário fortalecerá as táticas que lhe renderam 46% dos votos no primeiro turno.
Bolsonaro se preocupou, em entrevista ao Jornal Nacional nesta segunda-feira (dia 8), em enfatizar que respeita o voto popular e que desautorizou seu vice, general Hamilton Mourão, por ter dito que ele considerava convocar uma Constituinte escrita por notáveis e achava razoável a hipótese de um autogolpe contra o Congresso.
ERROU O NOME – “Ele deu uma canelada. Eu o desautorizei”, disse Bolsonaro sobre o vice, cujo nome errou duas vezes (“Augusto”). “Ele é general, eu sou capitão, mas o presidente serei eu.”
Bolsonaro ainda acenou ao Nordeste e aos mais pobres, campos em que o PT leva vantagem, e afirmou que não acabará com o Bolsa Família.
O PT, por sua vez, fez um gesto significativo ao eleitorado de centro que teme ver Haddad tutelado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado por corrupção. Nesta segunda-feira (dia 8), o candidato foi liberado pelo padrinho de visitá-lo semanalmente na sede da Polícia Federal em Curitiba, onde cumpre pena, e reduziu o número de citações a seu nome em entrevistas.
NOVOS RUMOS – A correção de rota petista deve ser mais drástica do que a de Bolsonaro, a fim de buscar ampliar a base de 29,3% dos votos recebidos no domingo. A avaliação da campanha, porém, é que perfazer a diferença será “muito difícil”.
Após receber Haddad nesta segunda-feira, Lula o autorizou a revisar pontos do programa de governo em busca de alianças. Assim foi descartada a instalação de uma Assembleia Constituinte, criticada.
Indagado em entrevista no Jornal Nacional desta segunda sobre a possibilidade de nova Constituição, Haddad declarou que o PT “reviu o posicionamento” e que eventuais mudanças se darão somente com emendas à atual.
CARTA BRANCA – Lula orientou o discípulo a ir à rua fazer campanha e deu carta branca para que firme sua identidade e converse com diversos partidos –inclusive com lideranças do PSDB como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, com quem tem boa relação.
A ideia é que os acordos formais se deem entre siglas de esquerda e centro-esquerda, como PDT, PSB e PSOL, mas haja espaço para uma frente em defesa da democracia. O ex-adversário Ciro Gomes (PDT), terceiro colocado, pretende anunciar nesta quarta “apoio crítico” ao petista.
Após se reunir com Haddad e o comando da campanha em São Paulo, a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), afirmou que as visitas de Haddad a Lula dependerão da dinâmica de campanha: “Temos menos de 20 dias. Não sei qual será o tempo e a disposição para isso. Se for possível, ele vai; se não, vai fazer campanha”.
WAGNER REFORÇA – Para articular o arco de diálogo, a campanha de Haddad incorporou nesta segunda o senador eleito pela Bahia Jaques Wagner. Com bom trânsito entre políticos, empresários e integrantes das Forças Armadas, o ex- ministro da Defesa de Dilma Rousseff buscará diferentes setores e tentará esfriar os ânimos no PT.
Uma ala importante da coordenação defende que o eixo do segundo turno seja o debate econômico, com a radicalização do discurso e sem acenos ao mercado, enquanto o grupo próximo a Haddad quer movimentos para ampliar o apoio, inclusive com empresários e investidores.
A campanha se preocupa também em buscar o eleitor lulista que migrou para Bolsonaro. Daí a ênfase no discurso para o eleitorado mais pobre.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Em tradução simultânea, Bolsonaro seguirá na mesma balada, porque não se mexe em time que está vencendo. Do outro lado, os petistas estão batendo cabeça, porque ninguém sabe o que fazer e Lula já jogou a toalha, convencido da derrota(C.N.)

09 de outubro de 2018
Marina Dias, Catia Seabra e Talita Fernandes
Folha

Nenhum comentário:

Postar um comentário