O juiz federal Sergio Moro aceitou nesta quinta-feira (9) denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-senador do Distrito Federal (DF) Jorge Afonso Argello, conhecido como Gim Argello, preso desde abril de 2016 na Operação Lava Jato.
Ele se tornou réu pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por obstruir os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras instaurada no Senado e da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) no Senado e na Câmara dos Deputados, em 2014.
ACERTO EM CPI – Conforme a denúncia, as CPIs, das quais ele era vice-presidente, foram criadas para apurar fatos ilícitos cometidos contra a Petrobras – na ocasião, diz a denúncia, houve acerto de pagamento de propina ao ex-senador para evitar a convocação de empreiteiros para prestarem depoimento.
De acordo com o MPF, Argello solicitou e aceitou promessa de vantagem indevida de R$ 5 milhões da empresa Galvão Engenharia, recebendo efetivamente parte do valor (R$ 1,6 milhão) por intermédio de partidos políticos.
Gim Argello já foi condenado pela Justiça Federal por corrupção passiva e lavagem de dinheiro a 19 anos de prisão, em outubro de 2016.
CONDENAÇÃO – Em novembro de 2017, a 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) confirmou a condenação da primeira instância, mas reduziu a pena para 11 anos e oito meses.
Ele exerceu o cargo de senador entre 2008 e fevereiro de 2015 pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e está preso no Complexo Médico-Penal (CMP), em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.
A defesa de Argello disse que ainda não teve acesso à aceitação da denúncia e, por isso, não vai se manifestar por ora. A reportagem não conseguiu contato com a Galvão Engenharia.
11 de agosto de 2018
José Vianna e Ederson Hising
G1 PR, Curitiba
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