Seu plano supremo segue as mesmas ideias de alguns autores ambientalistas
O filme Vingadores: Guerra Infinita segue destruindo nas bilheterias mundiais, quebrando sucessivos recordes de arrecadação. Em apenas 11 dias de exibição, o filme já superou a marca de US$ 1 bilhão nas bilheterias mundiais. No momento, a arrecadação total está em US$ 1,6 bilhão. E o filme ainda nem estreou na China, que é o segundo maior mercado do mundo.
O filme mostra a luta de um time de super-heróis contra um supervilão com poderes divinos chamado Thanos. E qual o grande plano? Matar metade da população do universo. O motivo? Há muita gente e poucos recursos.
À primeira vista, isso pode parecer aquele típico plano cartunesco que apenas um vilão de histórias em quadrinhos poderia conceber. No entanto, o que é realmente assustador é que tal raciocínio é bastante semelhante às posições de vários ambientalistas do mundo atual, que não se cansam de espalhar temores infundados sobre os perigos do superpovoamento do mundo.
Thanos e Ehrlich
Vingadores: Guerra Infinita é a culminação de 18 filmes anteriores e 10 anos de trabalho dos Estúdios Marvel. O filme gira em torno de vários heróis que unem forças para impedir que Thanos, o antagonista supremo do Universo Marvel, consiga obter todas as seis "pedras infinitas". Se Thanos obtiver a posse dessas pedras, ele poderá alcançar seu objetivo supremo: a destruição de "metade de toda a vida do universo".
Thanos acredita que há recursos finitos no universo (uma ideia adequadamente insensata, considerando-se que o universo é infinito e está em constante expansão). Assim, se o crescimento populacional permanecer irrestrito, a crescente demanda por recursos irá inevitavelmente trazer devastação e ruína para todos. Reduzir a população universal à metade seria, na mente de Thanos, "não um sofrimento, mas sim uma salvação", pois seria uma medida feita para evitar a pobreza e a inanição.
A premissa é equivocada, mas é impressionante como várias pessoas aqui na terra concordam com ela.
As preocupações de Thanos são idênticas àquelas de Paul Ralph Ehrlich, professor de Stanford e guru do movimento ambientalista. Em seu extremamente influente livro, publicado em 1968, chamado The Population Bomb (A Bomba Populacional), Ehrlich previu que o rápido crescimento populacional faria com que a demanda pelos recursos finitos da terra superasse enormemente a oferta, o que resultaria no colapso de todas as sociedades.
Mais especificamente, Ehrlich previu que haveria uma enorme escassez de comida nos EUA e que "já na década de 1970 ... centenas de milhões de pessoas irão morrer de fome neste país". Ehrlich afirmou que, entre 1980 e 1989, 65 milhões de americanos literalmente morreriam de fome, e que, até 1999, a população americana encolheria 22,6 milhões de habitantes.
Sua previsão para a Inglaterra era ainda mais desesperadora: "Se eu fosse um apostador, apostaria uma quantia substantiva de dinheiro que a Inglaterra deixará de existir até o ano 2000". (Essa previsão é especialmente divertida, dado que estou escrevendo este artigo em 2018 em um café no centro de Londres).
No primeiro Dia da Terra, celebrado em 1970, Ehrlich alertou: "Dentro de dez anos, todas as mais importantes vidas animais nos oceanos estarão extintas. Grandes áreas costeiras terão de ser evacuadas por causa do fedor de peixe morto".
Em uma entrevista concedida em 1979, Ehrlich previu que "em algum momento dos próximos 15 anos, o fim virá — e por "o fim", refiro-me a um total colapso da capacidade do planeta de sustentar a humanidade".
Apesar de todo este notável currículo, Ehrlich continua até hoje sendo um dos favoritos da mídia e do mundo acadêmico. Até hoje ele continua fazendo previsões apocalípticas, e até hoje a realidade sempre insiste em comprovar como ele sempre esteve espetacularmente errado. O que fazer quando a realidade insiste em contrariar suas previsões? Dobrar a aposta e fingir que não errou, é claro. Ainda no mês passado, Ehrlich declarou que "o colapso da civilização é uma certeza nas próximas décadas".
Previsões ruins, políticas monstruosas
Um pouco menos divertidas que as previsões erradas foram as horrendas políticas implantadas no mundo real em decorrência dos catastrofismos previstos por Ehrlich.
Embora não tão diretas quanto o plano de Thanos de exterminar diretamente metade da população mundial, é fato que as idéias de Ehrlich geraram vários abusos de direitos humanos ao redor do mundo, incluindo milhões de esterilizações forçadas no México, na Bolívia, no Peru, na Indonésia, em Bangladesh e na Índia — bem como a draconiana política chinesa de apenas um filho por casal. Em 1975, funcionários do governo esterilizaram 8 milhões de homens e mulheres na Índia. Apenas para efeito de comparação, a Alemanha de Hitler esterilizou compulsoriamente de 300 mil a 400 mil pessoas.
Desde que Ehrlich escreveu A Bomba Populacional, em 1968, a população mundial mais do que dobrou, indo de 3,5 bilhões para 7,5 bilhões. Desde 1968, as mortes por inanição acabaram, exceto nas zonas flageladas por guerras. E o consumo diário de calorias per capita aumentou mais de 30%.
Na Ásia — a região do planeta que consumia a menor quantidade de calorias e que apresentava a mais acelerada taxa de crescimento populacional em 1968 —, o consumo de calorias aumentou 40%, mais rápido que a média global.
Desde 1990, o número total de pessoas famintas diminuiu em 216 milhões, não obstante o fato de a população mundial ter aumentado mais de 1,9 bilhão de pessoas neste mesmo período.
Mais ainda: nos últimos 20 anos, a proporção da população mundial vivendo na pobreza extrema caiu pela metade. Hoje, menos de 10% da população mundial continua a viver na pobreza extrema. E uma pessoa sai da pobreza extrema a cada segundo.
Adicionalmente, mais de 80% das pessoas ao redor do mundo têm acesso à eletricidade. As taxas de mortalidade infantil, que estavam em 6,5% (65 mortes a cada 1.000 partos) em 1990 caíram para 3,05% em 2016. E mais de 80% de todas as crianças com um ano de idade ao redor do mundo já foram vacinadas contra alguma doença.
Nossos recursos vão muito bem, e estão longe de acabar
Ainda assim, alguns podem contra-argumentar dizendo que todas essas tendências positivas não invalidam o principal argumento de Ehrlich e Thanos: o de que o progresso, em algum momento, chegará ao fim, pois esgotaremos todos os recursos naturais.
Qual o problema com esse argumento? Ele ignora completamente um fator crucial: a engenhosidade humana.
O economista Julian Simon, da Universidade de Maryland, fez uma observação fundamental em seu livro O Recurso Supremo, de 1981: o cérebro humano é o "recurso supremo". Humanos sempre são capazes de inovar para contornar a escassez. Eles fazem isso se tornando mais eficientes, criando substitutos e aumentando a oferta.
A lógica é básica: se, de um lado, uma população maior significa mais bocas para comer e mais recursos sendo consumidos, de outro, também significa mais cabeças para pensar e mais mãos e pés para produzir. Quando a população aumenta, aumentam também a oferta e variedade de habilidades, tornando os processos de produção cada vez mais eficientes.
Um número maior de pessoas significa maior especialização. Quanto mais pessoas, mais indivíduos podem se especializar nas infinitas áreas de conhecimento a serem exploradas neste mundo. Cada indivíduo se concentra naquilo que ele faz de melhor; naquilo em que ele possui uma maior vantagem comparativa em relação aos outros. A divisão do trabalho se aprofunda.
E estamos vivenciando isso continuamente. Novas tecnologias e melhores e mais aprimorados métodos agrícolas permitiram à humanidade utilizar menos terra e, ao mesmo tempo, produzir muito mais comida, a qual, por sua vez, está sendo vendida a preços reais cada vez menores. Em 2013, o mundo utilizou 26 milhões a menos de hectares do que utilizou em 2000.
Peguemos os cereais como exemplo: um hectare hoje produz em média 118% mais do que produzia há 50 anos. Se todos os agricultores mundiais conseguirem chegar ao mesmo nível de produtividade de um agricultor médio americano, um pedaço de terra do tamanho da Índia poderá deixar de ser usado para fins agrícolas, sendo então retornado para a natureza.
Quanto aos recursos finitos de que depende nosso mundo moderno, considere os combustíveis fósseis. Graças às modernas tecnologias de perfuração e aos avançados métodos de descoberta e exploração, há hoje muito mais reservas de petróleo e gás sendo exploradas. Desde 1980, as reservas de petróleo comprovadas já aumentaram 151%. Para o gás, esse aumento foi de 163%. Para colocar esses dados em perspectiva, em 2015, nós humanos utilizamos 34 bilhões de barris de petróleo; ao mesmo tempo, descobrimos outros 53,2 bilhões de barris a cada ano entre 2010 e 2015.
Estamos resolvendo os problemas da fome, da pobreza, do analfabetismo, das doenças, das mortalidade infantil, da produção de comida e muito mais a uma taxa sem precedentes. E, em vez de se tornarem mais escassos, os recursos naturais estão, na realidade, ficando mais baratos em termos reais.
O crescimento da população, longe de ser um problema, é uma solução
Os seres humanos não são apenas consumidores. Cada consumidor é também um produtor. E foi exatamente essa nossa contínua produção o que aprimorou sobremaneira o nosso padrão de vida desde o nosso surgimento até a época atual. Todos os luxos que usufruímos, todas as grandes invenções que melhoraram nossas vidas, todas as modernas conveniências que nos atendem, e todos os tipos de lazer que nos fazem relaxar foram produzidas por uma mente humana em conjunto com a maior oferta de mão-de-obra disponibilizada pelo crescimento populacional.
Podemos seguir esta sequência lógica: os recursos são finitos; os seres humanos consomem recursos; mas os seres humanos também produzem recursos; logo, se os seres humanos produzirem mais recursos do que consomem, um aumento populacional será benéfico para a nossa espécie.
Que nós produzimos mais do que consumimos é um fato autoevidente: basta olharmos para o padrão de vida que usufruímos hoje e compará-lo àquele que tínhamos há 50, 100 ou 1.000 anos. À medida que a população aumentou, aumentou também a nossa prosperidade e nosso bem-estar material. E, melhor de tudo, a redução no sofrimento humano foi impressionante.
A mente humana em conjunto com a maior oferta de mão-de-obra disponibilizada pelo crescimento populacional foi o que possibilitou isso. E quanto mais mentes existirem, mais inovações surgirão para melhorar nossas vidas. A cura para o câncer tem mais chances de ser descoberta em uma sociedade com sete bilhões de pessoas do que em uma com apenas um punhado de indivíduos.
Conclusão
Quando você estiver assistindo a Vingadores: Guerra Infinita, divirta-se com este que tem tudo para ser o maior filme de todos os tempos. Mas lembre-se: a legitimidade dos temores de Thanos quanto ao superpovoamento do mundo é tão fictícia quanto o próprio personagem. A humanidade vai continuar prosperando.
17 de maio de 2018
Alexander Hammond
O filme Vingadores: Guerra Infinita segue destruindo nas bilheterias mundiais, quebrando sucessivos recordes de arrecadação. Em apenas 11 dias de exibição, o filme já superou a marca de US$ 1 bilhão nas bilheterias mundiais. No momento, a arrecadação total está em US$ 1,6 bilhão. E o filme ainda nem estreou na China, que é o segundo maior mercado do mundo.
O filme mostra a luta de um time de super-heróis contra um supervilão com poderes divinos chamado Thanos. E qual o grande plano? Matar metade da população do universo. O motivo? Há muita gente e poucos recursos.
À primeira vista, isso pode parecer aquele típico plano cartunesco que apenas um vilão de histórias em quadrinhos poderia conceber. No entanto, o que é realmente assustador é que tal raciocínio é bastante semelhante às posições de vários ambientalistas do mundo atual, que não se cansam de espalhar temores infundados sobre os perigos do superpovoamento do mundo.
Thanos e Ehrlich
Vingadores: Guerra Infinita é a culminação de 18 filmes anteriores e 10 anos de trabalho dos Estúdios Marvel. O filme gira em torno de vários heróis que unem forças para impedir que Thanos, o antagonista supremo do Universo Marvel, consiga obter todas as seis "pedras infinitas". Se Thanos obtiver a posse dessas pedras, ele poderá alcançar seu objetivo supremo: a destruição de "metade de toda a vida do universo".
Thanos acredita que há recursos finitos no universo (uma ideia adequadamente insensata, considerando-se que o universo é infinito e está em constante expansão). Assim, se o crescimento populacional permanecer irrestrito, a crescente demanda por recursos irá inevitavelmente trazer devastação e ruína para todos. Reduzir a população universal à metade seria, na mente de Thanos, "não um sofrimento, mas sim uma salvação", pois seria uma medida feita para evitar a pobreza e a inanição.
A premissa é equivocada, mas é impressionante como várias pessoas aqui na terra concordam com ela.
As preocupações de Thanos são idênticas àquelas de Paul Ralph Ehrlich, professor de Stanford e guru do movimento ambientalista. Em seu extremamente influente livro, publicado em 1968, chamado The Population Bomb (A Bomba Populacional), Ehrlich previu que o rápido crescimento populacional faria com que a demanda pelos recursos finitos da terra superasse enormemente a oferta, o que resultaria no colapso de todas as sociedades.
Mais especificamente, Ehrlich previu que haveria uma enorme escassez de comida nos EUA e que "já na década de 1970 ... centenas de milhões de pessoas irão morrer de fome neste país". Ehrlich afirmou que, entre 1980 e 1989, 65 milhões de americanos literalmente morreriam de fome, e que, até 1999, a população americana encolheria 22,6 milhões de habitantes.
Sua previsão para a Inglaterra era ainda mais desesperadora: "Se eu fosse um apostador, apostaria uma quantia substantiva de dinheiro que a Inglaterra deixará de existir até o ano 2000". (Essa previsão é especialmente divertida, dado que estou escrevendo este artigo em 2018 em um café no centro de Londres).
No primeiro Dia da Terra, celebrado em 1970, Ehrlich alertou: "Dentro de dez anos, todas as mais importantes vidas animais nos oceanos estarão extintas. Grandes áreas costeiras terão de ser evacuadas por causa do fedor de peixe morto".
Em uma entrevista concedida em 1979, Ehrlich previu que "em algum momento dos próximos 15 anos, o fim virá — e por "o fim", refiro-me a um total colapso da capacidade do planeta de sustentar a humanidade".
Apesar de todo este notável currículo, Ehrlich continua até hoje sendo um dos favoritos da mídia e do mundo acadêmico. Até hoje ele continua fazendo previsões apocalípticas, e até hoje a realidade sempre insiste em comprovar como ele sempre esteve espetacularmente errado. O que fazer quando a realidade insiste em contrariar suas previsões? Dobrar a aposta e fingir que não errou, é claro. Ainda no mês passado, Ehrlich declarou que "o colapso da civilização é uma certeza nas próximas décadas".
Previsões ruins, políticas monstruosas
Um pouco menos divertidas que as previsões erradas foram as horrendas políticas implantadas no mundo real em decorrência dos catastrofismos previstos por Ehrlich.
Embora não tão diretas quanto o plano de Thanos de exterminar diretamente metade da população mundial, é fato que as idéias de Ehrlich geraram vários abusos de direitos humanos ao redor do mundo, incluindo milhões de esterilizações forçadas no México, na Bolívia, no Peru, na Indonésia, em Bangladesh e na Índia — bem como a draconiana política chinesa de apenas um filho por casal. Em 1975, funcionários do governo esterilizaram 8 milhões de homens e mulheres na Índia. Apenas para efeito de comparação, a Alemanha de Hitler esterilizou compulsoriamente de 300 mil a 400 mil pessoas.
Desde que Ehrlich escreveu A Bomba Populacional, em 1968, a população mundial mais do que dobrou, indo de 3,5 bilhões para 7,5 bilhões. Desde 1968, as mortes por inanição acabaram, exceto nas zonas flageladas por guerras. E o consumo diário de calorias per capita aumentou mais de 30%.
Na Ásia — a região do planeta que consumia a menor quantidade de calorias e que apresentava a mais acelerada taxa de crescimento populacional em 1968 —, o consumo de calorias aumentou 40%, mais rápido que a média global.
Desde 1990, o número total de pessoas famintas diminuiu em 216 milhões, não obstante o fato de a população mundial ter aumentado mais de 1,9 bilhão de pessoas neste mesmo período.
Mais ainda: nos últimos 20 anos, a proporção da população mundial vivendo na pobreza extrema caiu pela metade. Hoje, menos de 10% da população mundial continua a viver na pobreza extrema. E uma pessoa sai da pobreza extrema a cada segundo.
Adicionalmente, mais de 80% das pessoas ao redor do mundo têm acesso à eletricidade. As taxas de mortalidade infantil, que estavam em 6,5% (65 mortes a cada 1.000 partos) em 1990 caíram para 3,05% em 2016. E mais de 80% de todas as crianças com um ano de idade ao redor do mundo já foram vacinadas contra alguma doença.
Nossos recursos vão muito bem, e estão longe de acabar
Ainda assim, alguns podem contra-argumentar dizendo que todas essas tendências positivas não invalidam o principal argumento de Ehrlich e Thanos: o de que o progresso, em algum momento, chegará ao fim, pois esgotaremos todos os recursos naturais.
Qual o problema com esse argumento? Ele ignora completamente um fator crucial: a engenhosidade humana.
O economista Julian Simon, da Universidade de Maryland, fez uma observação fundamental em seu livro O Recurso Supremo, de 1981: o cérebro humano é o "recurso supremo". Humanos sempre são capazes de inovar para contornar a escassez. Eles fazem isso se tornando mais eficientes, criando substitutos e aumentando a oferta.
A lógica é básica: se, de um lado, uma população maior significa mais bocas para comer e mais recursos sendo consumidos, de outro, também significa mais cabeças para pensar e mais mãos e pés para produzir. Quando a população aumenta, aumentam também a oferta e variedade de habilidades, tornando os processos de produção cada vez mais eficientes.
Um número maior de pessoas significa maior especialização. Quanto mais pessoas, mais indivíduos podem se especializar nas infinitas áreas de conhecimento a serem exploradas neste mundo. Cada indivíduo se concentra naquilo que ele faz de melhor; naquilo em que ele possui uma maior vantagem comparativa em relação aos outros. A divisão do trabalho se aprofunda.
E estamos vivenciando isso continuamente. Novas tecnologias e melhores e mais aprimorados métodos agrícolas permitiram à humanidade utilizar menos terra e, ao mesmo tempo, produzir muito mais comida, a qual, por sua vez, está sendo vendida a preços reais cada vez menores. Em 2013, o mundo utilizou 26 milhões a menos de hectares do que utilizou em 2000.
Peguemos os cereais como exemplo: um hectare hoje produz em média 118% mais do que produzia há 50 anos. Se todos os agricultores mundiais conseguirem chegar ao mesmo nível de produtividade de um agricultor médio americano, um pedaço de terra do tamanho da Índia poderá deixar de ser usado para fins agrícolas, sendo então retornado para a natureza.
Quanto aos recursos finitos de que depende nosso mundo moderno, considere os combustíveis fósseis. Graças às modernas tecnologias de perfuração e aos avançados métodos de descoberta e exploração, há hoje muito mais reservas de petróleo e gás sendo exploradas. Desde 1980, as reservas de petróleo comprovadas já aumentaram 151%. Para o gás, esse aumento foi de 163%. Para colocar esses dados em perspectiva, em 2015, nós humanos utilizamos 34 bilhões de barris de petróleo; ao mesmo tempo, descobrimos outros 53,2 bilhões de barris a cada ano entre 2010 e 2015.
Estamos resolvendo os problemas da fome, da pobreza, do analfabetismo, das doenças, das mortalidade infantil, da produção de comida e muito mais a uma taxa sem precedentes. E, em vez de se tornarem mais escassos, os recursos naturais estão, na realidade, ficando mais baratos em termos reais.
O crescimento da população, longe de ser um problema, é uma solução
Os seres humanos não são apenas consumidores. Cada consumidor é também um produtor. E foi exatamente essa nossa contínua produção o que aprimorou sobremaneira o nosso padrão de vida desde o nosso surgimento até a época atual. Todos os luxos que usufruímos, todas as grandes invenções que melhoraram nossas vidas, todas as modernas conveniências que nos atendem, e todos os tipos de lazer que nos fazem relaxar foram produzidas por uma mente humana em conjunto com a maior oferta de mão-de-obra disponibilizada pelo crescimento populacional.
Podemos seguir esta sequência lógica: os recursos são finitos; os seres humanos consomem recursos; mas os seres humanos também produzem recursos; logo, se os seres humanos produzirem mais recursos do que consomem, um aumento populacional será benéfico para a nossa espécie.
Que nós produzimos mais do que consumimos é um fato autoevidente: basta olharmos para o padrão de vida que usufruímos hoje e compará-lo àquele que tínhamos há 50, 100 ou 1.000 anos. À medida que a população aumentou, aumentou também a nossa prosperidade e nosso bem-estar material. E, melhor de tudo, a redução no sofrimento humano foi impressionante.
A mente humana em conjunto com a maior oferta de mão-de-obra disponibilizada pelo crescimento populacional foi o que possibilitou isso. E quanto mais mentes existirem, mais inovações surgirão para melhorar nossas vidas. A cura para o câncer tem mais chances de ser descoberta em uma sociedade com sete bilhões de pessoas do que em uma com apenas um punhado de indivíduos.
Conclusão
Quando você estiver assistindo a Vingadores: Guerra Infinita, divirta-se com este que tem tudo para ser o maior filme de todos os tempos. Mas lembre-se: a legitimidade dos temores de Thanos quanto ao superpovoamento do mundo é tão fictícia quanto o próprio personagem. A humanidade vai continuar prosperando.
17 de maio de 2018
Alexander Hammond
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