"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

MÍDIA INTERNACIONAL REPERCUTE MANUTENÇÃO DA CONDENAÇÃO DE LULA



“The Guardian” ressalta que a decisão complica planos de Lula
A imprensa internacional noticiou amplamente a votação dos desembargadores da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) em favor de manter a condenação e ampliar a pena de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex em Guarujá (SP). 
OPÇÕES LEGAIS – O jornal britânico de “The Guardian” ressalta que a decisão “complica seus planos para concorrer a um terceiro mandato e marca uma extraordinária mudança de sorte para o líder mais popular da história brasileira moderna”. “A decisão significa que Lula está legalmente inelegível nas eleições presidenciais de outubro – embora ele ainda tenha uma série de outras opções legais, dependendo do voto do terceiro juiz. Poucos observadores acreditam que o ex-presidente será preso”, observa o diário inglês.
O jornal espanhol “El País” afirma que a condenação por corrupção “compromete as aspirações do político de esquerda para um novo mandato nas eleições presidenciais de outubro”, já que a sentença significa que ele será declarado inelegível. Mas o jornal lembra também que Lula “pode recorrer para adiar a execução e ganhar tempo numa tentativa de chegar em eleições em que todas as pesquisas o colocam como o grande favorito”.
TENSÕES SOCIAIS – A rede Al Jazeera, sediada no Catar, ao noticiar a decisão, diz que ela deve “exacerbar as tensões sociais no Brasil, que nos anos anteriores foi abalado por crises política, econômica e institucional”. O texto publicado em seu site afirma que o julgamento em Porto Alegre foi acompanhado de protestos contrários e a favor do ex-presidente: “Milhares de apoiadores de Lula da Silva se reuniram com cartazes com o slogan ‘Eleição sem Lula é fraude’. Em outros lugares de Porto Alegre, multidões opositoras de reuniram para comemorar a condenação”.
O diário econômico britânico Financial Times destaca que “os ativos brasileiros, que já estavam se recuperando muito antes da decisão, ampliaram seus ganhos nas notícias”. “Embora o senhor Lula da Silva seja possa apresentar novos recursos nos tribunais superiores, ele tem tempo limitado para revogar a decisão no lento sistema de Justiça do Brasil antes que o tribunal eleitoral do país anuncie os candidatos oficiais, em agosto”, destaca o jornal. “Ele também não será preso pelo menos até que esgote todas as vias de recurso dentro do tribunal de Porto Alegre, conhecido como TRF4, um processo que pode levar várias semanas ou mesmo meses”, acrescenta o diário.
RECURSOS – A notícia é manchete do site do jornal argentino “El Clarín”, que em seu texto destaca a fala do juiz Leandro Paulsen, o segundo desembargador a dar o seu voto, de que a participação de Lula no esquema de desvio de dinheiro da Petrobras é “inequívoca”. O jornal afirma também que o processo pode durar vários meses, já que “Lula não será detido até que sua defesa esgote todos os recursos de apelação”. E observa que “as ruas ao redor da corte contavam com um enorme deslocamento de segurança para evitar possíveis distúrbios”.
O mais importante jornal americano, O The New York Times, aponta que a decisão do TRF-4 é um “golpe significativo” na missão de Lula de alcançar um terceiro mandato. “A decisão foi uma vitória para os promotores no que pode ser o caso de maiores proporções no confronto entre o Poder Judiciário brasileiro e a elite política. Os promotores têm retratado o Sr. da Silva, que também é acusado em outros seis casos de corrupção, como um elemento fundamental do sistema político endemicamente corrupto do Brasil”, analisa The New York Times.

25 de janeiro de 2018
Deu no G1

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