"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

ESTÁ INDO MAL O PREFEITO EVANGÉLICO CRIVELLA, QUE MISTURA POLÍTICA E RELIGIÃO NO RIO

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Charge do Nani (nanihumor.com)
No ano passado, quando o então senador Marcelo Crivella (PRB) disputou a Prefeitura do Rio de Janeiro, recebeu o apoio de expressivas correntes de opinião liberais e de esquerda, para alcançar a vitória no primeiro turno e no segundo, ao derrotar Marcelo Freixo, do PSOL. Havia candidatos de todas as tendências, com a esquerda representada também por Jandira Feghali (PCdoB), Alexandre Molon (Rede), Ciro Aguiar (PSTU) e Thelma Bastos (PCO), e com a direita e o centro apresentando nomes como Pedro Paulo (PMDB), Flávio Bolsonaro (PSC), Indio Da Costa (PSD), Roberto Osorio (PSDB) e Carmen Migueles (Novo).
Com toda certeza, Crivella foi eleito porque prometeu que agiria como um governante laico e não iria misturar política e religião. Em menos de um ano, porém, o prefeito carioca já demonstrou exatamente o contrário, sua administração é marcada pelo sectarismo religioso, não há o menor acena ao ecumenismo, que seria recomendável.
UM RETROCESSO – Não há mais a menor dúvida de que houve um retrocesso odioso. O prefeito age como líder religioso exclusivista, tem a audácia de boicotar a maior e mais famosa festa do mundo. Se dependesse dele, o carnaval já teria sido abolido do calendário.
Em desrespeito à Constituição, a prefeitura incluiu o quesito religião nas estatísticas sobre quadros de pessoal em órgãos municipais e nas propostas para preenchimento de cargos públicos ou estatais. Ainda não satisfeito, Crivella “batiza” com nomes evangélicos as ruas em bairros populares e comunidades. E agora ninguém sabe até onde vai chegar essa interferência religiosa na atividade administrativa de uma das mais importantes cidades de um país que se diz laico e cuja Constituição protege a diversidade religiosa.
FÉ E POLÍTICA – Há exatamente 500 anos, Nicolau Maquiavel já exaltava a importância das religiões, devido à influência que exercem em relação à vida coletiva. O genial pensador florentino identificava que a religião é uma criação humana, mas reconhecia que suas dourinas ensinam os fiéis a respeitar as regras políticas a partir do mandamento religioso, é isso que interessa.
Maquiavel percebeu que o mandamento divino tinha força superior à lei dos homens, porque o povo “teme muito mais romper os juramentos dos que as leis, por prezar mais o poder de Deus do que o dos homens”, disse ele em um de seus discursos.
Cinco séculos depois, nada mudou e as religiões continuam a ser usadas politicamente, em todos os sentidos, inclusive com objetivos perversos, bárbaros e sinistros, através de sangrentos atos de terrorismo indevidamente praticados em nome de Deus.
OPÇÃO PESSOAL – A fé religiosa é transmitida pela família, mas pode se tornar uma opção pessoal. Com o passar dos anos, muitas pessoas mudam de religião ou simplesmente se tornam ateus ou agnósticos.
Pessoalmente, eu gosto de todas as religiões. Sou descendente bilateral de judeus que se tornaram cristãos-novos, para escapar da Santa Inquisição. Nos últimos anos, estudei com atenção o Espiritismo e o Budismo, mas continuo devotando  admiração aos chamados avatares: Krishna na Índia (3 mil anos antes de Cristo); Lao Tse na China (1.300 a.C.); ao mesmo tempo, surgiu Moisés no Egito e Oriente Médio (1.291 a.C); depois, Zoroastro na Pérsia (700 anos a.C.), Buda na região do Nepal/Himalaia (600 anos a.C.);  Confúcio no Nordeste da China (550 anos a.C.);  Sócrates na Grécia (469 a.C.); o próprio Jesus Cristo na Palestina, que marcou a abertura da atual nova Era; e Maomé em Meca, na Arábia (570 depois de Cristo).
Acredito até que a religião seja o assunto mais importante da humanidade, porque se todos cultivassem uma fé verdadeira e sem manipulações, dedicando-se ao bem comum, o mundo já teria atingido um alto grau de civilização, sem a menor dúvida, a criminalidade seria mínima.
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P.S. –
 Outro dia um comentarista propôs que a “Tribuna da Internet” não discutisse religião. Pessoalmente, discordo. Não sou dono da verdade, mas acho importantíssimo abordar assuntos religiosos, até mesmo para mostrar a necessidade de se respeitar a religião alheia, para que não se repitam posturas  altamente negativos como as adotadas pelo prefeito Marcelo Crivella, que Deus o perdoe por se comportar de maneira tão idiota(C.N.)


06 de outubro de 2017
Carlos Newton

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