"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

MINISTRO BARROS, DA SAÚDE, NEGOCIOU PROPINA EM TROCA DE NOMEAÇÃO NO PARANÁ

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Ricardo Barros é denunciado por um empreiteiro
Um delator ligado a desvios de verba pública no Paraná afirma que negociou com o ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), a compra de um cargo no governo do Estado pelo valor de R$ 15 mil mensais. Os pagamentos foram feitos, segundo ele, ao cunhado de Barros, Juliano Borguetti, irmão de Cida Borghetti (PP), mulher do ministro e vice-governadora da gestão de Beto Richa (PSDB).
O delator é Eduardo Lopes de Souza, dono da construtora Valor, apontada como responsável por desvios de cerca de R$ 20 milhões da Secretaria da Educação do Paraná. Ele foi um dos alvos da operação Quadro Negro, que investiga o esquema.
HOMOLOGAÇÃO – A Folha teve acesso aos anexos do acordo assinado há mais de um mês com a Procuradoria-Geral da República e que aguarda homologação do ministro Luiz Fux no Supremo Tribunal Federal.
A reunião com Barros, segundo o delator, ocorreu “bem no começo do ano de 2015”, quando o ministro era deputado federal. Souza relata que o combinado foi nomear Marilane Aparecida Fermino para um cargo de assistente na vice-governadoria. Ela atuava ajudando a construtora Valor na Secretaria de Educação.
“Nessa reunião, Ricardo Barros disse que concordaria com a proposta, mas era para pagar R$ 15 mil mensais ao Juliano Borguetti (eu tinha oferecido R$ 10 mil)”, diz trecho da delação de Souza.
TRANSFERÊNCIA – O empresário afirmou que a ideia era que Marilane fosse realocada, posteriormente, para a Sema (Secretaria do Meio Ambiente), que é da “cota da família Barros”, segundo ele.
“Ele [Barros] disse que colocaria Mari na Sema e que, em relação aos contratos que eu ganhasse lá, a gente acertava na época da campanha. Ele disse que não gostava de receber valores ao longo da execução das obras”, afirmou o delator.
No “Diário Oficial” de 21 de janeiro de 2015 foi publicada a nomeação de Marilane como assessora da vice-governadoria do Estado. O salário base do cargo que a servidora ocupou era R$ 9.000.
TRÊS PARCELAS – Souza relata que pagou três parcelas de R$ 15 mil por três meses, totalizando o desembolso de R$ 45 mil. “Ele [Juliano Borghetti, cunhado de Barros] ia buscar o dinheiro comigo lá na Valor”.
Em dezembro de 2015, Borghetti, que é ex-vereador de Curitiba, chegou a ficar preso por três dias em uma das fases da Quadro Negro, que prendeu também o delator. Investigadores relataram à reportagem que Borghetti foi detido porque recebeu três cheques da construtora Valor de R$ 15 mil cada.
Essa não foi a primeira vez que o ex-vereador foi preso. Em 2013, ele se envolveu em briga entre os torcedores do Atlético-PR e do Vasco em uma rodada do Campeonato Brasileiro na Arena Joinville (SC) e acabou sendo detido.
PERDEU O CARGO – Segundo Souza, o desgaste da imagem de Borghetti no episódio o impossibilitava de assumir cargos no governo. No entanto, “foi lhe dado o direito à nomeação de um cargo na vice-governadoria”, disse Souza. A nomeação teria sido acertada na reunião entre Barros, seu cunhado e o empreiteiro.
O delator afirmou que Marilane chegou a ser apresentada por Barros ao secretário do Meio Ambiente, mas que o combinado de deslocá-la para a pasta não aconteceu. Disse ainda que depois ela perdeu o posto na vice, já que “o governador Beto Richa retirou alguns cargos da lá”.
O empreiteiro diz que combinou com Borghethi suspender os pagamentos até que a situação da servidora se resolvesse. Logo depois, vieram a público os desvios envolvendo a Secretaria da Educação e a construtora Valor e os pagamentos não foram retomados. Hoje, Marilane trabalha na Secretaria de Administração e Previdência do Paraná.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – O ministro Ricardo Barros, além de ser uma anta (quando abre a boca, só fala idiotices), também é chegado a uma propina. Se fosse em outro governo, já teria sido demitido, mas Temer parece ter orgulho dos corruptos de seu Gabinete. (C.N.)


02 de setembro de 2017
Bela Megale
Folha

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