O Brasil não precisa de novas leis, é tudo uma grande conversa fiada. O que mantém o país no atraso e o povo na barbárie não é o Grande Irmão ou forças ocultas externas. Quem nos coloca de cócoras, à margem da rodovia do desenvolvimento, causando nosso eterno e irremovível atraso, são os nossos ladrões engravatados. Por isso, nem é necessário criar novas leis. O que o país precisa é de magistrados e de homens descomprometidos com a corrupção e com o crime organizado.
Dos vermes que parasitam o Estado, a nossa “democracia” permitiu ao cidadão-eleitor questionar comportamento e renovar, caso julgue necessário, apenas os que jazem entranhados nos Poderes Executivo e Legislativo, mas manteve os vermes do Poder Judiciário inalcançáveis e com regalias intocadas, imutáveis desde o “tempo da escravidão”, sujeitos, quando muito, a uma aposentadoria precoce, salvo raríssimas exceções.
PRIVILÉGIOS SEM FIM – Os magistrados estão livres das obrigações e das punições aplicadas ao cidadão-eleitor, que paga os salários e penduricalhos de uma “casta aristocrática” de sangue azul, privilegiada, cujos “palácios”, rodeados pela desigualdade e pela miséria, são capazes de envergonhar qualquer sociedade minimamente civilizada.
Venha visitar Brasília e se surpreenda com a suntuosidade dos gigantescos prédios do Supremo, do Superior Tribunal de Justiça, do Tribunal Superior Eleitoral, do Tribunal de Contas da União, da Procuradoria-Geral da República etc. Não existe nada igual em nenhum outro país do mundo. Neste particular, ninguém nos supera.
REFLEXO MORAL – Diante dessa realidade nababesca, que nada tem a ver com a desoladora realidade do país, creio que os ministros do Supremo sejam apenas o reflexo moral dos presidentes que os colocaram ali.
Salvo honrosas exceções(?), esses ministros estão destinados a julgar de acordo com os rigores da lei apenas as questões que não têm consequências institucionais e políticas e que não atingem as elites. Mas sempre julgarão de acordo com a conveniência as questões políticas e criminais dos seus padrinhos, mesmo que para isso se vejam obrigados a contrariar o que já defenderam anteriormente ou jogar no lixo aquele “livrinho” verde e amarelo, símbolo desta Nova República.
- Triste país. Triste sina. E olha que de 1988 para cá pouco tempo se passou. Mas já foi mais do que suficiente para que os democratas que se revezam no poder conseguissem inviabilizar o presente e ameaçar o futuro de um dos países mais ricos e viáveis do mundo
22 de agosto de 2017
Francisco Vieira
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