(Alan Marques – Folhapress) |
Brincadeira de péssimo gosto. Gostem ou não a maioria dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), isso é o que se pode dizer sobre o esperado resultado do julgamento da ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer.
Com maioria já formada pela não cassação da chapa, o que favorece o presidente Michel temer, que permanecerá no cargo e alongará a crise política que chacoalha o País, a aguardada decisão é certamente o maior escárnio da Corte eleitoral, que por motivos suspeitos preferiu descartar os depoimentos bombásticos do empresário Marcelo Bahia Odebrecht e dos marqueteiros João Santana e Mônica Moura, que confirmaram não apenas o uso caixa 2 pela campanha de Dilma Rousseff em 2014, mas o recebimento de dinheiro de propina do Petrolão.
Os rapapés discursivos dos ministros favoráveis a Temer foram tantos, que o julgamento transformou-se em espetáculo enfadonho e decadente, o qual mostra que o Brasil é uma nação sem saída e refém da corrupção e dos conchavos entre os Poderes constituídos.
O viés détraqué do julgamento alcançou seu ápice quando o presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, afirmou que o processo em si e o hercúleo trabalho do relator servirão para que o Brasil conheça como acontecem as eleições. Os brasileiros há muito sabem que a política verde-loura dá-se à sombra da rapinagem e dos escambos criminosos, não sendo necessárias explicações adicionais. Aliás, o próprio julgamento foi a derradeira e magna aula sobre o modus faciendi da política.
Não bastasse a grave crise econômica enfrentada pelo País, a maior da história nacional, a crise política, com a não cassação da chapa Dilma-Temer, há de se prolongar e agravar, pois o presidente da República terá pela frente uma insana batalha para manter-se no cargo, exigindo que questões primordiais sejam deixadas de lado.
Como se os brasileiros de bem merecessem esse resultado vergonhoso de um julgamento que esperava-se seria moralizador, os ministros do TSE favoráveis a Michel Temer darão ao País um presente no melhor estilo cavalo de Troia. Isso porque a decisão pela não cassação da chapa manterá elegível a ignara Dilma Rousseff, responsável, juntamente com Lula, pelo período mais corrupto da história brasileira.
Não se pode esquecer que, na contramão da lógica jurídica, o Judiciário vem atropelando sem cerimônia a legislação vigente, pois no processo de impeachment um acordo bandoleiro e de última hora, entre esquerdistas coléricos e o ministro Ricardo Lewandowski, não suspendeu os direitos políticos de Dilma, em mais um atentado contra a Constituição.
Se os brasileiros ainda têm forças para manter a esperança – o UCHO.INFO está certo de que é preciso mantê-la – o melhor caminho é interromper o silêncio obsequioso e despertar para a realidade. Assistir a uma sequência de absurdos sem qualquer reação, como se a maioria estivesse em estado letárgico, é conivência espúria.
09 de junho de 2017
ucho.info
Nenhum comentário:
Postar um comentário