"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 12 de maio de 2017

ODEBRECHT QUERIA IMPEDIR A COOPERAÇÃO COM SAUIÇA, MAS DILMA SABIA QUE ERA INÚTIL


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Charge do Sponholz (sponholz.arq.br)
A delação da empresária Mônica Moura, mulher do marqueteiro João Santana, revelou que Marcelo Odebrecht insistiu com o casal para pedir a então presidente Dilma Rousseff que barrasse a cooperação jurídica do Brasil com a Suíça, por meio da qual os investigadores brasileiros conseguiram acesso a provas de propinas pagas pela empreiteira. No entanto, Dilma respondeu que “não poderia fazer nada sobre isso”, segundo Mônica.
Ela relatou na delação premiada que Santana resistia a abordar Dilma sobre o assunto porque ela já havia dito, em ocasiões anteriores, que qualquer tentativa de interferência nesse sentido era “inútil e politicamente arriscado”. No entanto, a própria Mônica teria relatado a preocupação da Odebrecht quando ouviu de Dilma que não faria nada a respeito do assunto.
DILMA E CARDOZO – Segundo Mônica, pouco antes de ser preso, em junho de 2015, Marcelo Odebrecht mandou seu motorista particular buscá-la para uma reunião na casa dele. Na conversa, Marcelo pediu a Mônica que convencesse João Santana a falar com Dilma sobre os riscos do acordo de cooperação entre o Brasil e a Suíça. O então ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, também deveria ser acionado.
Em outra ocasião, um executivo da empresa, Ernesto Vieira Baiardi, voltou a soliticar a ajuda de Mônica no mesmo sentido. “Era visível o desespero de Marcelo e Ernesto quanto às provas que foram enviadas pela Suíça”, informa o documento com os principais pontos do relato de Mônica.
PAGAMENTOS NO EXTERIOR – Marcelo interpelou Mônica para saber também de detalhes de campanhas pagas no exterior. Ela disse que repassou informações genéricas e sugeriu que ele checasse com Hilberto Silva, Fernando Miggliaccio, André Rabello e Ernesto Baiardi, todos executivos da Odebrecht.
Apesar dos apelos, Santana “não se sentiu à vontade de tratar do tema com a presidente, inclusive porque ouvira comentários veementes dela, em ocasiões recentes, se negando a interferir neste tema, por ser ‘inútil e politicamente arriscado’. Monica Moura em uma ocasião transmitiu a preocupação da Odebrecht e os reiterados pedidos para que intervissem junto a presidente, contudo Dilma Rousseff disse que não poderia fazer nada sobre isso”, aponta o documento.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – A estratégia da Odebrecht para evitar rastreamento do dinheiro sujo era pagar caixa 2 e propinas sempre em dinheiro vivo, aqui no Brasil, ou em depósitos nas contas no exterior. Dilma só se recusou a intervir porque Cardozo lhe informara que boicotar o acordo com a Suíça seria confissão de culpa. Além disso, os documentos das contas bancárias seriam enviados do mesmo jeito. A estratégia de Dilma e Cardozo, para evitar o impeachment, então passou a atribuir os “malfeitos” ao governo anterior e seguir em frente. Não foi nenhum ato de grandeza dela a posição de não querer atrapalhar o acordo com a Suíça(C.N.)


12 de maio de 2017
Renata Mariz
O Globo

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