"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 9 de março de 2017

MINISTÉRIO PÚBLICO DA SUIÇA REVELA A MOVIMENTAÇÃO DAS CONTAS DE CUNHA


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Charge do Lute, reproduzida do Hoje em Dia

Durante todo o período em que ocupou cargos públicos ou mandatos parlamentares, o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) manteve ocultos no exterior valores superiores a US$ 100 mil, sem declarar as quantias no Brasil. A informação consta do documento de alegações finais do Ministério Público Federal (MPF), apresentado na ação movida contra o peemedebista na Lava-Jato, na qual ele é acusado de receber US$ 1,5 milhão em propinas na compra de áreas de exploração de petróleo na África pela Petrobras.
Cunha foi dirigente da Cedae, companhia de abastecimento de água e saneamento básico do Rio, e da Telerj, estatal de telefonia. Foi deputado estadual do Rio entre 2001 e 2002 e eleito deputado federal em 2003, tendo permanecido no cargo até 2016.
CONDUTA DIVERSA – “Durante todo esse período, Eduardo Cunha praticou crimes e manteve contas não declaradas no exterior, em total dissonância com as funções públicas que exercia, razão pela qual era exigida especial conduta diversa mormente pelos cargos de relevância que exercia””, diz o documento. Entre 2007 e 2013, os saldos das contas de Cunha superaram US$ 1 milhão.
Os procuradores afirmam que Cunha utilizou trustes falsos no exterior, já que ele mantinha total ingerência na administração dos recursos, usados como uma espécie de poupança para gastos fora do Brasil. Para os procuradores, ao usar o mecanismo do trust, não disponível no Brasil, Cunha chegou a “um nível extremo” de sofisticação na ocultação e dissimulação do patrimônio.
BLOQUEIO NA SUÍÇA – Os procuradores pedem à Justiça a devolução, a favor da União, dos valores mantidos por Cunha no exterior. No documento, afirmam que os saldos foram omitidos do Banco Central e da Receita Federal até que os crimes foram descobertos e que as contas só foram declaradas depois de terem sido bloqueadas pelas autoridades suíças.
Confira os saldos de 31 de dezembro de cada ano, entre 2007 e 2013, segundo o Ministério Público da Suíça:
CONTA ORION SP – 2008 – US$ 1.146.792,00; 2009 – US$ 2.402.913,00; 2010 – US$ 1.661.123,00; 2011 – US$ 2.522.520,00; 2012 – US$ 2.445.835,00; 2013 – US$ 2.226.181,00.
CONTA TRIUMPH SP – 2007 – US$ 4.216.599,00; 2008 – US$ 1.438.104,00; 2009 – US$ 1.900.783,00; 2010 – US$ 2.182.988,00; 2011 – US$ 1.688.159,00; 2012 – US$ 1.098.776,00; 2013 – US$ 892.546,00.
CONTA NETHERTON – 2014 – US$ 2.393.709,00.

09 de março de 2017
Cleide Carvalho
O Globo

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