Impossível mudar os costumes, que vem da pré-história, acoplados à necessidade sempre justificada pela sobrevivência do ser humano. Tem sido assim e assim continuará, espera-se que não até o fim do mundo.
No entanto… No entanto, não haverá um único cidadão que deixe de horrorizar-se quando vê despedaçadas e dependuradas carcaças e partes de animais, expostas ao consumo geral, mesmo sabendo que pouco depois irão para a mesa na forma de bifes suculentos ou de costelas apetitosas. Menos ainda se livrará do horror quem assiste a degola desses milhões de seres ditos inferiores, mas quem sabe plenos de consciência quando deles se aproxima o golpe final? Basta atentar para como se comportam na fila do abate: os berros são lamentos impossíveis de ser esquecidos.
Choca a imagem das peças de boi nos ganchos dos frigoríficos, sangrando e logo esfaqueadas à espera de novos capítulos da ronda dessa matança permanente. São vidas abatidas em nome da vida dos que irão degluti-los.
Poderia ser diferente? Por enquanto, nem pensar. Raramente fazemos questão de assistir esse festival macabro, exceção dos encarregados dele. A ninguém será dado imaginar a humanidade sem comer carne de animais. Ainda bem que só de animais, pois em tempos imemoriais comia-se também o ser humano. É claro que o sacrifício serve para minorar as agruras dos homens famintos, a começar pelas crianças, mas nem por isso deixa de se constituir em indiscriminada matança.
A crise que assola nossa produção de carne, pelo jeito a maior do planeta, desperta a atenção de quantos são agredidos pelas imagens dos últimos dias. Haveria alternativa, além de desligar a televisão? Ou de cobrir as vitrinas dos açougues? Por enquanto, não. Mas um dia, quem sabe, a Humanidade encontrará sucedâneos para dispensar essa degola, ainda hoje capaz de chocar o ser humano.
Além de tudo, acresce que se ganha muito dinheiro com tal atividade. E até dinheiro podre, da corrupção. Que tal condenar os culpados ao trabalho social da prestação de serviços nos frigoríficos?
26 de março de 2017
carlos chagas
No entanto… No entanto, não haverá um único cidadão que deixe de horrorizar-se quando vê despedaçadas e dependuradas carcaças e partes de animais, expostas ao consumo geral, mesmo sabendo que pouco depois irão para a mesa na forma de bifes suculentos ou de costelas apetitosas. Menos ainda se livrará do horror quem assiste a degola desses milhões de seres ditos inferiores, mas quem sabe plenos de consciência quando deles se aproxima o golpe final? Basta atentar para como se comportam na fila do abate: os berros são lamentos impossíveis de ser esquecidos.
Choca a imagem das peças de boi nos ganchos dos frigoríficos, sangrando e logo esfaqueadas à espera de novos capítulos da ronda dessa matança permanente. São vidas abatidas em nome da vida dos que irão degluti-los.
Poderia ser diferente? Por enquanto, nem pensar. Raramente fazemos questão de assistir esse festival macabro, exceção dos encarregados dele. A ninguém será dado imaginar a humanidade sem comer carne de animais. Ainda bem que só de animais, pois em tempos imemoriais comia-se também o ser humano. É claro que o sacrifício serve para minorar as agruras dos homens famintos, a começar pelas crianças, mas nem por isso deixa de se constituir em indiscriminada matança.
A crise que assola nossa produção de carne, pelo jeito a maior do planeta, desperta a atenção de quantos são agredidos pelas imagens dos últimos dias. Haveria alternativa, além de desligar a televisão? Ou de cobrir as vitrinas dos açougues? Por enquanto, não. Mas um dia, quem sabe, a Humanidade encontrará sucedâneos para dispensar essa degola, ainda hoje capaz de chocar o ser humano.
Além de tudo, acresce que se ganha muito dinheiro com tal atividade. E até dinheiro podre, da corrupção. Que tal condenar os culpados ao trabalho social da prestação de serviços nos frigoríficos?
26 de março de 2017
carlos chagas
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