"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 12 de fevereiro de 2017

SETOR DE PATRIMÔNIO CULTURAL SUMIU DO ORGANOGRAMA DA PREFEITURA DO RIO





Em situação de abandono (Foto: Claudio Prado de Mello)
Em um folder de uma agremiação de turismo na América Latina – wtmlatinamerica.com – foi explicitada uma lista de razões que motivam o turismo nesta parte do continente americano. E a motivação de turismo relacionado ao patrimônio cultural ficou em sexto lugar, à frente do turismo em busca por praias e sol (7º lugar) e do turismo de aventura. A lista coloca à frente, em primeiro lugar, viagens de negócios. Depois, férias, turismo de luxo, pessoas com + de 50 anos e cruzeiros.
Não sei se a classificação está correta e lógica, mas ao que parece, a preservação do patrimônio cultural das cidades tem uma relação direta com a economia do turismo. Ou seja, as cidades que consideram a preservação das características históricas que a identificam, diferenciando-as de todas as demais, podem ter um retorno significativo e crescente em sua economia decorrente da indústria do turismo.
SEGUNDO PLANO – Se a renovação de áreas deterioradas das cidades é hoje um tema importante, nem sempre a preocupação com a preservação das áreas construídas é uma premissa central nos projetos de renovação urbana.
Preservação cultural é um tema que ainda patina e é tratado como exceção; áreas preservadas e centros históricos urbanos são vistos e tratados como “patinhos feios” que os gestores urbanos têm que administrar e “engolir”. Por isso, as políticas na área são tão inconstantes e débeis. Mudam ao bel-prazer do gestor público de plantão.
Com instabilidade e ações pouco significativas, o Rio de Janeiro é um exemplo do que falamos acima. A cidade tem um acervo patrimonial considerável. Afinal foi, por mais de um século, capital do império e da República.  Porém, as políticas de preservação de suas áreas preservadas são instáveis e de pequeníssima monta.
E mais, depois de a cidade ter recebido o título de Patrimônio Mundial na categoria paisagem cultural, o órgão municipal de preservação, que se encontrava pendurado no gabinete do prefeito na gestão anterior, com o pomposo nome de IRPH (Instituto Rio Patrimônio da Humanidade), sumiu da nova estrutura municipal!
SIMPLESMENTE SUMIU – Não consta nem na nova estrutura do Gabinete do Prefeito, e nem sabemos se ele voltou a fazer parte da Secretaria da Cultura! Parece que não. Simplesmente sumiu da estrutura anunciada da Prefeitura do Rio.
O desaparecimento do órgão municipal do patrimônio cultural da estrutura administrativa do Rio, bem como de seu Conselho do Patrimônio Cultural, só mostra a falta de importância e o descaso com que o tema é tratado não só na cabeça dos governantes em geral, mas também e na nossa cultura popular em geral.
E assim vamos. Ou não vamos, ao que tudo indica…

12 de fevereiro de 2017
Sonia Rabello

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