Em um folder de uma agremiação de turismo na América Latina – wtmlatinamerica.com – foi explicitada uma lista de razões que motivam o turismo nesta parte do continente americano. E a motivação de turismo relacionado ao patrimônio cultural ficou em sexto lugar, à frente do turismo em busca por praias e sol (7º lugar) e do turismo de aventura. A lista coloca à frente, em primeiro lugar, viagens de negócios. Depois, férias, turismo de luxo, pessoas com + de 50 anos e cruzeiros.
Não sei se a classificação está correta e lógica, mas ao que parece, a preservação do patrimônio cultural das cidades tem uma relação direta com a economia do turismo. Ou seja, as cidades que consideram a preservação das características históricas que a identificam, diferenciando-as de todas as demais, podem ter um retorno significativo e crescente em sua economia decorrente da indústria do turismo.
SEGUNDO PLANO – Se a renovação de áreas deterioradas das cidades é hoje um tema importante, nem sempre a preocupação com a preservação das áreas construídas é uma premissa central nos projetos de renovação urbana.
Preservação cultural é um tema que ainda patina e é tratado como exceção; áreas preservadas e centros históricos urbanos são vistos e tratados como “patinhos feios” que os gestores urbanos têm que administrar e “engolir”. Por isso, as políticas na área são tão inconstantes e débeis. Mudam ao bel-prazer do gestor público de plantão.
Com instabilidade e ações pouco significativas, o Rio de Janeiro é um exemplo do que falamos acima. A cidade tem um acervo patrimonial considerável. Afinal foi, por mais de um século, capital do império e da República. Porém, as políticas de preservação de suas áreas preservadas são instáveis e de pequeníssima monta.
E mais, depois de a cidade ter recebido o título de Patrimônio Mundial na categoria paisagem cultural, o órgão municipal de preservação, que se encontrava pendurado no gabinete do prefeito na gestão anterior, com o pomposo nome de IRPH (Instituto Rio Patrimônio da Humanidade), sumiu da nova estrutura municipal!
SIMPLESMENTE SUMIU – Não consta nem na nova estrutura do Gabinete do Prefeito, e nem sabemos se ele voltou a fazer parte da Secretaria da Cultura! Parece que não. Simplesmente sumiu da estrutura anunciada da Prefeitura do Rio.
O desaparecimento do órgão municipal do patrimônio cultural da estrutura administrativa do Rio, bem como de seu Conselho do Patrimônio Cultural, só mostra a falta de importância e o descaso com que o tema é tratado não só na cabeça dos governantes em geral, mas também e na nossa cultura popular em geral.
E assim vamos. Ou não vamos, ao que tudo indica…
12 de fevereiro de 2017
Sonia Rabello
Nenhum comentário:
Postar um comentário