"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

O QUE GANHARÁ O BRASIL COM AS PALESTRAS DE CÁRMEN LÚCIA E MORO NOS EUA?


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Lemann bancou a viagem da ministra e do juiz aos EUA
A viagem que brasileiros quaisquer façam ao exterior, quando for, para o que for e por quanto tempo for, a ninguém interessa e ninguém tem nada a ver com isso. É decisão pessoal que só quem viaja pode tomar e sabe da conveniência e da oportunidade. É decisão descricionária humana. É o direito que cada um tem, de ir e vir, quando quiser e quando puder.
TEMOS TUDO A VER – Mas quando esses brasileiros não são brasileiros quaisquer, mas a presidente da Suprema Corte de Justiça e o juiz federal, ambos encarregados do julgamento dos integrantes do maior e mais escandaloso esquema de corrupção da história do país, aí todos nós, brasileiros, temos tudo a ver com as viagens que os dois magistrados fazem ao exterior, sem se despojar de suas togas. Ou seja, quando não vão em viagens particulares, mas oficiais.
É o caso da ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal, e do juiz federal Sérgio Moro. Nesta segunda (dia 6) e terça-feiras (7), noticia-se que suas Excelências estarão nos Estados Unidos, na Columbia University e no The New School for Social Research. Vão fazer palestras. E o que parece mais desconfortante, ou decepcionante: ambos, a ministra e o juiz, vão a Nova York sob o patrocínio do empresário Jorge Paulo Lemann, o homem mais rico do Brasil, segundo a Revista Forbes.
É UM ERRO – Meu Deus, aonde vamos parar? Ainda assim, há juízes no Brasil. Que não percamos a fé nem a esperança. Mas, nesse empreendimento, Carmen e Moro deveriam estar fora. Estar longe. E responder: “Não vamos”. Os empresários jamais empreendem algo para perder. Mas, ainda assim, respeitemos a inocência, a boa-fé, a candura e a independência dos referidos magistrados.
São viagens que trazem preocupação e despertam indagações. Preocupa porque, se viver já é permanente risco, se expor a prolongadas viagens-relâmpagos de avião, cujos acidentes, embora raros, são fatais, muito mais arriscado é. Só o povo brasileiro é que deseja e torce para ter Cármen Lúcia e Moro vivos. Vivos, seguros, sem correr risco algum e com muita saúde e disposição. Porque os bandidos querem vê-los distantes, sem ação, sem poder. Querem vê-los, enfermos e inválidos. Ou mortos.
MÃOS LIMPAS – Criminosos são perversos. Só pensam em práticas criminosas. Suas mentes engendram as mais diabólicas tramas. O crime organizado matou na Itália o juiz Giovanni Falcone, que estava à frente da Operação Mãos Limpas. Não nos enganemos. Apenas o povo brasileiro foi quem chorou e chora a morte do ministro Teori Zavascki. Povo sofrido, sem vez, sem voz, sem visibilidade e que vinha sendo roubado há anos e anos por quadrilhas muito bem estruturadas e que a Polícia Federal e os Procuradores da República conseguiram apanhar, Moro os colocou na cadeia e fez recuperar, em parte, a fortuna desviada para suas contas bancárias. Que político e/ou empresário bandido quer juízes desse porte?
E as indagações que despertam não são poucas. Que benefício trarão para o Brasil e para o povo brasileiro as palestras que a presidente do Supremo Tribunal Federal e o juiz federal Sérgio Moro farão para alunos e professores das duas universidades americanas? A resposta é: nenhum.
Que os dois magistrados não vão dar aula de Direito, isso é certo. Também comentar sobre as investigações, inquéritos e ações penais que tramitam na Justiça brasileira contra corruptos e corruptores, sobre este assunto os dois magistrados nem poderão tocar. Juiz não pode comentar nem emitir opinião sobre feitos que estão (ou estiveram) sob seu julgamento.
TODOS JÁ SABEM – Fazer palestra sobre a origem, a evolução e o combate à corrupção, dentro e fora do Brasil, isso o mundo inteiro já sabe. Afinal, não estamos na época da comunicação por pombo-correio nem por cabograma (o Titanic afundou em 15.04.1912 e a primeira notícia, de 5 linhas, foi publicada na edição do Jornal do Brasil quatro dias depois).
Faz tempo que o planeta ficou pequeno. E o que acontece em qualquer parte dele é transmitido e divulgado ao vivo, em cores, no instante do acontecimento. Ou será que um ou outro vai primeiro divulgar aos americanos a lista completa dos nomes que constam das 77 delações da Odebrecht e que já foram homologadas por Cármen Lúcia?. Não. Não será esta a finalidade de tão longa e desgastante viagem. A finalidade é mesmo…não sei. Se algum leitor souber, nos antecipe, por favor.

07 de fevereiro de 2017
postado por m.americo

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