GOVERNADOR TAMBÉM ERA 'MANGA', NO SUBMUNDO DO PROPINODUTO
Segundo a nova denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o governador de Minas Fernando Pimentel (PT) na Operação Acrônimo, “manteiga”, “manga” e “alface”, entre outros alimentos, estavam entre os códigos secretos para destravar propina.
O suborno foi pago pela Odebrecht, em dinheiro vivo, para facilitar a liberação de financiamentos do BNDES para obras da empreiteira na Argentina e em Moçambique quando Pimentel era ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Em troca do apoio, a empreiteira teria oferecido propinas da ordem de R$ 15 milhões ao então ministro.
De acordo com a denúncia, a grana era resgatada por um emissário do governador e teria ocorrido em ao menos sete ocasiões. Para receber os repasses, cada um de pelo menos R$ 500 mil, o agente supostamente a serviço do petista precisava dizer uma senha, não raro hortifrutigranjeira, ao portador do dinheiro da empreiteira.
Detalhes do esquema foram dados pelo empresário Benedito Rodrigues de Oliveira, o Bené, apontado como “operador” do governador. Nos depoimentos, contou que, após conversas de Pimentel com Marcelo Odebrecht, passou a tratar dos pagamentos com o João Carlos Mariz Nogueira, então diretor de Crédito à Exportação da empreiteira.
A partir das declarações, a Polícia Federal buscou mais provas do envolvimento do petista no esquema. Numa troca de mensagens com o executivo em 17 de julho de 2013, um dia após a Camex aprovar a cobertura do financiamento na Argentina pelo seguro do crédito à exportação, Bené avisa ao executivo, supostamente referindo-se a Pimentel: “Deu certo, né!!! Nosso amigo acabou de me falar!!!”. Em seguida, emenda: “Você não pede, camarada! Vc manda! Falei que a nossa turma é comprometida!”.
Conforme a denúncia, que será analisada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), Bené acionou um de seus funcionários, Pedro Augusto de Medeiros, para recolher a propina da Odebrecht em hotéis de São Paulo. Antes das entregas, Nogueira repassava por mensagem a senha a ser apresentada pelo emissário. O dinheiro era estocado em Brasília e, conforme a acusação, custeou despesas da campanha de Pimentel a governador, em 2014.
Além de “manteiga”, “manga” e “alface”, houve “algodão”, “escada” e “4-branco 5-pimenta”, conforme as perícias feitas pela PF.
Em nota, o advogado de Pimentel, Eugênio Pacelli, disse que a denúncia é ainda “mais frágil” que a anterior, por ter como base “exclusivamente” o depoimento de um colaborador, no caso Bené, “não se apoiando em nenhum meio de prova admitido pela Justiça”.
A assessoria de imprensa da Odebrecht informou que nem a empresa nem a defesa do empresário iriam comentar o caso.
12 de novembro de 2016
diário do poder
Segundo a nova denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o governador de Minas Fernando Pimentel (PT) na Operação Acrônimo, “manteiga”, “manga” e “alface”, entre outros alimentos, estavam entre os códigos secretos para destravar propina.
O suborno foi pago pela Odebrecht, em dinheiro vivo, para facilitar a liberação de financiamentos do BNDES para obras da empreiteira na Argentina e em Moçambique quando Pimentel era ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Em troca do apoio, a empreiteira teria oferecido propinas da ordem de R$ 15 milhões ao então ministro.
De acordo com a denúncia, a grana era resgatada por um emissário do governador e teria ocorrido em ao menos sete ocasiões. Para receber os repasses, cada um de pelo menos R$ 500 mil, o agente supostamente a serviço do petista precisava dizer uma senha, não raro hortifrutigranjeira, ao portador do dinheiro da empreiteira.
Detalhes do esquema foram dados pelo empresário Benedito Rodrigues de Oliveira, o Bené, apontado como “operador” do governador. Nos depoimentos, contou que, após conversas de Pimentel com Marcelo Odebrecht, passou a tratar dos pagamentos com o João Carlos Mariz Nogueira, então diretor de Crédito à Exportação da empreiteira.
A partir das declarações, a Polícia Federal buscou mais provas do envolvimento do petista no esquema. Numa troca de mensagens com o executivo em 17 de julho de 2013, um dia após a Camex aprovar a cobertura do financiamento na Argentina pelo seguro do crédito à exportação, Bené avisa ao executivo, supostamente referindo-se a Pimentel: “Deu certo, né!!! Nosso amigo acabou de me falar!!!”. Em seguida, emenda: “Você não pede, camarada! Vc manda! Falei que a nossa turma é comprometida!”.
Conforme a denúncia, que será analisada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), Bené acionou um de seus funcionários, Pedro Augusto de Medeiros, para recolher a propina da Odebrecht em hotéis de São Paulo. Antes das entregas, Nogueira repassava por mensagem a senha a ser apresentada pelo emissário. O dinheiro era estocado em Brasília e, conforme a acusação, custeou despesas da campanha de Pimentel a governador, em 2014.
Além de “manteiga”, “manga” e “alface”, houve “algodão”, “escada” e “4-branco 5-pimenta”, conforme as perícias feitas pela PF.
Em nota, o advogado de Pimentel, Eugênio Pacelli, disse que a denúncia é ainda “mais frágil” que a anterior, por ter como base “exclusivamente” o depoimento de um colaborador, no caso Bené, “não se apoiando em nenhum meio de prova admitido pela Justiça”.
A assessoria de imprensa da Odebrecht informou que nem a empresa nem a defesa do empresário iriam comentar o caso.
12 de novembro de 2016
diário do poder
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