Há algo estranho nos bastidores da Operação Lava-Jato, que desmontou o maior e mais ousado esquema de corrupção de que se tem notícia, o Petrolão. Nesta quinta-feira (10), a Polícia Federal deflagrou a Operação Dragão (36ª fase da Lava-Jato) com o objetivo de prender dois acusados de lavagem de dinheiro de empreiteiras envolvidas no esquema que saqueou os cofres da Petrobras: Adir Assad (que já estava preso em Curitiba) e Rodrigo Tacla Duran. A PF também cumpriu mandado de busca e apreensão.
A Justiça determinou a prisão preventiva (quando não há prazo para sair) de ambos, mas Assad já estava preso em Curitiba, por determinação do juiz Sérgio Moro. Duran, por sua vez, não foi preso, pois tem cidadania espanhola e está no exterior desde abril passado. Ele tem cidadania espanhola e seu nome foi incluído, em setembro, na lista da Interpol. A Operação Dragão só foi possível por causa de informações repassadas por delatores e dos dados decorrentes da quebra dos sigilos fiscal e bancário de Adir Assad e Rodrigo Duran.
A estranheza está no fato de a força-tarefa da Lava-Jato ter informações e provas incontestáveis sobre a participação de vários “tubarões” no esquema criminoso, mas preocupa-se apenas e tão somente com a prisão de “peixes pequenos”. Não se trata de defender a impunidade para alguns e cobrar a aplicação da lei para outros, mas é importante destacar que o montante desviado dos cofres públicos ultrapassa com muita folga o valor lavado por Assad e Duran.
Fora isso, os verdadeiros mandantes da enxurrada de crimes cometidos na estatal petrolífera continuam livres e impunes. É o caso de Lula, o dramaturgo do Petrolão, responsável pelo esquema de corrupção, do qual se beneficiou de forma desavergonhada, como mostram as investigações.
Não se pode esquecer que em março deste ano, quando a PF conduziu coercitivamente Lula para depor, na esteira da Operação Aletheia, o juiz Sérgio Moro afirmou que tinha motivos de sobra para determinar a prisão do ex-metalúrgico. De lá para cá, um sem fim de provas e evidências surgiram no escopo da Lava-Jato, mas Lula continua debochando da Justiça e dos brasileiros de bem.
Somente o escândalo envolvendo o Sítio Santa Bárbara, em Atibaia, no interior de São Paulo, é motivo suficiente para justificar não apenas a prisão de Lula, mas de todos os envolvidos na farsa, como, por exemplo, Fernando Bittar e Jonas Suassuna Filho, sócios do filho do ex-presidente da República, Fábio Luís Lula da Silva, o último dos gênios do planeta.
10 de novembro de 2016
ucho.info
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