"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 7 de agosto de 2016

UM PRESIDENTE APAGADO E QUASE MUDO, NA FESTA DA RIO 2016


Para evitar maiores vaias,Temer fez uma aparição meteórica

Nitidamente constrangido pelas vaias que recebeu, antes mesmo delas terem começado, Michel Temer demonstrou na abertura das Olimpíadas, sexta-feira, faltarem-lhe condições para enfrentar uma crise de verdade. 

Não terá dificuldades se no palácio do Planalto continuar recebendo a rejeição de parte da população, frente ao aumento do desemprego, quem sabe o mau funcionamento dos serviços públicos e a falência da educação e da saúde públicas. P
ara esses desafios, fechado em seu gabinete, ele está preparado.

O diabo é se um inusitado qualquer ressuscitar explosões populares generalizadas, se um de nossos vizinhos entender avançar sobre o território nacional ou se nossas forças de segurança negarem-se a sair dos quartéis diante de rebeliões profundas. 
 São apenas três exemplos, entre muitos, de verdadeiras crises. Disporá o presidente interino de coragem e força para agir segundo necessidades imprevistas?

Pode ser que não. Nesse caso, o país ficará desamparado, órfão, solto no espaço sem encontrar quem o represente e defenda. 
 Porque o presidente interino em vias de tornar-se definitivo parece em condições de cumprir tarefas rotineiras, mas não desafios extemporâneos. 
Diante da multidão hostil, que aliás não significava qualquer surpresa para ele, encolheu-se. Aceitou a sugestão de não ser anunciado nos microfones por algum locutor entusiasmado. Pediu que as câmeras de televisão não o focalizassem. Declinou de endereçar à multidão ordeira uma mensagem que fosse de confiança e elogio à festa tão bem organizada. Cedeu o lugar que teria de ser dele a Carlos Arthur Nuzman e a um alemão poliglota e desinibido.

A gente fica pensando como se comportariam Juscelino Kubitschek e qualquer outro de seus sucessores. Os 50 mil participantes estavam ali para uma comemoração festiva. Claro que demonstraram, mas até educadamente, sua contrariedade frente a um governante que não elegeram. 
Mas foram apupos singelos, sem criar qualquer clima de beligerância. 
Por que não enfrentá-los? Ou aproveitar a oportunidade para mostrar-se, aceitando a reação popular e dirigindo palavras de ânimo e compreensão? 
Talvez melhorasse sua imagem. Mostrar-se acuado e quase mudo, porém, foi sua pior decisão. Até porque, as Olimpíadas já estavam abertas antes de uma declaração meteórica e claudicante.


07 de agosto de 2016
Carlos Chagas

NOTA AO PÉ DO TEXTO

O país afundando numa crise ética, social e econômica, fruto de gestões corruptas de quadrilhas criminosas que levaram ao desatino um butim de proporções inimagináveis, e até agora incalculável. Estamos nos defrontando com a ponta de um iceberg gigantesco, sobre o qual não temos e ainda não podemos sequer avaliar o tamanho do desastre.
Pesco do texto o parágrafo: "Claro que demonstraram, mas até educadamente, sua contrariedade frente a um governante que não elegeram."
Essa platéia de apupos 'singelos' esquece que elegeu os responsáveis pelo caos. Embarcam na historinha do "golpe" forjado pelos mesmos responsáveis, pela mesma quadrilha, cujo indicador está sempre apontando para a direção errada.
O "golpe", que ainda sustenta no palácio uma das mais incompetentes governantes que esse país já viu, fornida com seu cartão corporativo, com a sua 'entourage' de serventes, ou semoventes, com todas as mordomias palacianas, ainda acredita poder continuar com a demolição previamente planejada. 
O poste, ali colocado pelo grande mentor, o "capo di tutti capi", que não demorará estará em algum presídio, em companhia dos seus "assessores para todos os crimes", certamente não foi capaz de prever o fracasso da 'gerentona'. Com a sua desmedida ambição de poder, com o seu miserável projeto de poder bolivariano, quebrou as pernas e foi para o vinagre.
Sobrou para a nação arcar com o lixo da demolição do país. É o preço que se paga por uma democracia numérica de voto obrigatório, cooptado pelas 'bolsas'. 
E o herdeiro de toda essa zona, a quem coube a tarefa de varrer as sobras do grande bacanal, do grande festival de corrupção, parece, segundo o texto, ter a obrigação de "melhorar a sua imagem" ante os eleitores do mafuá, os maiores responsáveis pela desordem. 
Tenha a santa paciência... Já não há mais imagens para melhorar. A corrupção inundou o país e poucos se salvam da lama derramada. O 'santo' PMDB com seus ícones, que a tudo assistiu na mais sórdida conivência convenientemente fisiológico, mamou em mais tetas do que havia no país.
Sem encômios ao Temer, e sem acusações, mas é demais transformá-lo num farsante. É apenas o sucessor, com tantos votos quantos recebeu a 'gerentona' e que agora, com o esgotamento do país, assume o encargo de evitar o completo naufrágio.
Que o ministro Gilmar Mendes consiga cassar o registro do mais traidor de todos os partidos que já houve por essas bandas. Será bom fechar a tampa do caixão, evitando o mau cheiro que já exala...
E vamos em frente que atrás vem gente. Ou, quem viver verá...
m.americo

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