"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 16 de agosto de 2016

MENDES: CRIMES DE CAIXA 2 DEVE SER DISCUTIDO NO CONTEXTO DA REFORMA ELEITORAL

PARA ELE, DEBATE DEVE ACONTECER APÓS DEFINIÇÃO SOBRE O SISTEMA ELEITORAL

“ISSO PRECISA SER DISCUTIDO, MAS NO CONTEXTO DA REFORMA ELEITORAL QUE SE DESENHA", DISSE (FOTO: ROBERTO JAYME)


O presidente do Superior Tribunal Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, defendeu nesta terça-feira, 16, que a criminalização do caixa 2 em campanhas eleitorais só deve ser discutida dentro do contexto da reforma eleitoral. Em entrevista após participar de lançamento de sistema de informações eleitorais na Câmara dos Deputados, ele afirmou que o debate deve ser feito após a definição sobre qual sistema eleitoral o Brasil pretende adotar após as eleições municipais deste ano.

“Isso precisa ser discutido, mas no contexto da reforma eleitoral que se desenha. Qual sistema eleitoral vamos ter pós-eleição? Vamos para um modelo distrital? Vamos para um modelo distrital misto? Vamos para um modelo proporcional de lista fechada?”, afirmou Mendes. “Em suma, isso precisa ser discutido e, nesse contexto, certamente vamos poder ter definição de (forma de) financiamento mais adequado”, emendou.

Na Câmara, deputados discutem a possibilidade de criminalizar o caixa 2 em comissão especial que debate as dez medidas de combate à corrupção apresentadas por integrantes do Ministério Público. Como mostrou a reportagem na última segunda-feira, 15, integrantes da comissão estão insatisfeitos com algumas dessas propostas e discutem mudanças para desidratar alguns pontos do texto, entre eles uma forma de abrandar a pena para caixa 2.

O Ministério Público Federal (MPF) quer responsabilizar não só pessoas físicas, mas também os partidos que praticam o caixa 2, hoje considerado um ilícito. Já deputados como Carlos Marun (PMDB-MS) defendem que a criminalização do caixa 2 só seja aprovada se houver uma distinção entre a prática – que consiste na doação ou recebimento de recursos não declarados à Justiça Eleitoral – e o recebimento de dinheiro oriundo de corrupção.

O presidente do TSE afirmou que a proibição de financiamento privado para campanhas eleitorais também só deveria ter sido aprovada pela maioria do Supremo Tribunal Federal (STF), do qual também é ministro, e ratificada pelo Congresso Nacional após mudança no sistema eleitoral. Com a proibição, ele teme que haja “abusos” e prevê que certamente haverá uma judicialização pós-eleição sobre a forma de financiamento eleitoral.

Favorável à doação empresarial de campanha, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também defendeu uma “reforma ampla” no sistema eleitoral. Segundo ele, os candidatos a prefeitos e vereadores ainda não entenderam que não terão financiamento privado no pleito deste ano e que, por isso, alguns vão ter de acabar refazendo seus planos. “Não haverá jeitinho este ano. (…) Vai ter que ser papel e sola de sapato”, disse.

Maia e Mendes ressaltaram que o sistema lançado pela Câmara nesta terça-feira vai contribuir para que os deputados sugiram propostas para uma reforma eleitoral, com base nos dados das eleições deste ano. O presidente da casa legislativa disse esperar que o resultado do pleito municipal deste ano mostre a necessidade de mudanças no sistema eleitoral brasileiro que, na avaliação dele, é “distorcido”. (AE)



16 de agosto de 2016
diário do poder

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