"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 18 de julho de 2016

INVESTIGAÇÃO SOBRE A MÁFIA DA MERENDA EM SÃO PAULO CONTINUA TRAVADA


Estudantes fizeram protestos, mas não adiantou nada








Seis meses após a Polícia Civil de São Paulo deflagrar a Operação Alba Branca, continua emperrada a investigação sobre um grupo acusado de fraudar a venda de suco de laranja para a merenda escolar do governo estadual de São Paulo e de pelo menos 22 prefeituras. O processo, que corre o risco de ser anulado, ainda não apontou culpados. O inquérito que apura a participação de deputados no esquema também está travado.
Ao longo da investigação, nomes de prefeitos, secretários e funcionários públicos de dezenas de prefeituras foram citados em escutas telefônicas como integrantes na rede de corrupção, mas ninguém foi indiciado. Dois advogados ainda acusam policiais e promotores de terem coagido seus clientes a dizer coisas que não queriam nos depoimentos. A denúncia está sendo investigada pela Corregedoria da Polícia Civil, mas é contestada pelos policiais.
DELAÇÃO – O advogado Pedro Menin, que defendeu Marcel Ferreira Júlio, apontado como o principal lobista do esquema, abandonou o caso em abril, alegando que não concordava com a forma como os depoimentos estavam sendo tomados. Após ficar foragido por 72 dias, Marcel se apresentou à polícia em 31 de março e resolveu fazer uma delação no dia em que seu pai, o ex-deputado Leonel Júlio, foi preso. O depoimento está sob sigilo.
Em junho, o Ministério Público de São Paulo decidiu encaminhar o caso à Justiça Federal, alegando que 92% dos recursos usados pelas prefeituras para comprar o suco vinham do governo federal, por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Os advogados alegam que, como o caso envolve verbas federais, os policiais não tinham competência para continuar o inquérito. À frente do caso, o promotor Leonardo Romanelli não comentou.
DENÚNCIA – A Polícia Civil começou a investigar a máfia da merenda em julho de 2015, a partir da denúncia de um ex-funcionário da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf). Em janeiro deste ano, seis pessoas foram presas. Numa segunda etapa, em março, mais sete foram detidos. Hoje, ninguém está preso.
18 de julho de 2016
Tiago DantasO Globo

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