"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 3 de maio de 2016

DILMA E O FOGO OLÍMPICO: A IMAGEM DE UM MANDATO EM CHAMAS

Sim, é verdade que Dilma Rousseff não anda muito cuidadosa com a própria imagem.
Foi-se o tempo em que cada ato da presidente era minuciosamente calculado por João Santana, seu marqueteiro, preso pela Operação Lava-Jato e hoje recolhido à cadeia em Curitiba.



ARDENDO – Às vésperas de ser afastada, petista oferece ao público as imagens mais emblemáticas do momento que atravessa(Rodrigo Rangel/VEJA)




A petista, acusada pelas famosas pedaladas fiscais, pedala (!) há meses nas proximidades do Palácio da Alvorada. Os passeios matinais são, invariavelmente, um prato cheio para fotógrafos.

Nesta terça-feira, na chegada da chama olímpica ao país, Dilma ofereceu ao distinto público mais imagens emblemáticas do momento que atravessa.

Ao acender a tocha, lá estava a presidente diante das chamas que ardiam na pira: às vésperas de ser afastada do Palácio do Planalto, o mandato em chamas da presidente se materializava na imagem de Dilma ardendo por trás do fogo olímpico.

Há mais: para a festa, a rampa do Planalto foi transformada numa pista de atletismo. 
Em pleno processo de impeachment, com Dilma prestes a descer a rampa (e o vice Michel Temer contando os dias para escalá-la), a ideia de ornamentar o caminho com raias de corrida soa quase que como uma ironia.

Já no fim da festa (sim, a despeito da crise em seu ápice, a Praça dos Três Poderes mais parecia um parque de diversões em dia de domingo), um ciclista parou para guardar uma lembrança do dia histórico.

Estacionou sua bicicleta ao pé da rampa e se pôs a tirar fotos. Estava dada mais uma cena curiosa nestes tempos de pedaladas: uma bicicleta no sopé da rampa do Planalto.

Dilma em chamas, a rampa transformada em pista de corrida, as pedaladas no Planalto... 
Em Brasília, hoje, as metáforas não poderiam ser mais apropriadas.


03 de maio de 2016
Rodrigo Rangel
Veja.com
in resistência democrática

Nenhum comentário:

Postar um comentário