"Mas cabe perguntar: em que serão, os três da foto (até ontem colaboradores deste governo carunchado), piores do que a quadrilha ora no Planalto? Cunha, Padilha e Jucá [os da foto] serão piores do que Lula, Jaques Wagner e Mercadante, por exemplo?" O questionamento, com resposta implícita, está no meu post anterior e deu margem a que alguém imaginasse que tenho algum entusiasmo pelo PMDB. Não! Pelo contrário: acho o PMDB por demais fisiológico. A perspectiva de um governo comandado por ele é ruim. Só a permanência da Dilma é pior!
Esclarecendo
1. O paralelo entre as figurinhas carimbadas do PMDB e as do PT pretendeu destacar a conduta do ministro Barroso, "estarrecido" com as figuras do PMDB, sendo que ele jamais foi visto a demonstrar indignação com os flagrantes abusos governistas.
2. Minha opinião: Barroso, falando aos alunos da Fundação Lemann (gravado e divulgado para o Brasil), disse de forma oblíqua que não vale a pena promover a mudança desejada pela maioria dos brasileiros. É a retórica pop do "trocar seis por meia dúzia" como a dizer "não adianta!". Errado! O afastamento de Dilma levará pelo menos a uma mudança de agenda. Já vale a pena!
3. SALIENTE-SE COM MÁXIMA ÊNFASE: o impeachment é uma saída constitucional. E a admissibilidade do pedido, com instauração do processo, deu-se de modo regular. O julgamento será político. Mas ainda que as motivações, da maioria dos parlamentares pró-impeachment, sejam inconfessáveis, nem por isso existe o golpe alegado pelas carmelitas do governo.
4. Imaginemos a hipótese de Michel Temer virar presidente por causa do impeachment de Dilma; e que ele vai ser um presidente medíocre. Mesmo assim a troca é conveniente pela mudança de agenda.
5. Há muitos exemplos sórdidos. Um dos mais graves é este: desde que pôs o pé no Planalto, o PT mantém na agenda o "controle da mídia". Sim, o PT é obcecado por amordaçar a imprensa, havendo feito duas grandes investidas nesse sentido: através do macabro Plano Nacional de Direitos Humanos (2009) e do nefasto Decreto 8.243 (2014).
6. O sonho de consumo do PT é implantar a exclusividade de uma imprensa oficialista, como existe em Cuba e na Coreia do Norte e é característico dos regimes totalitários.
7. A dinastia Kirchner na Argentina e o chavismo na Venezuela - que fazem parte do nefasto Foro de S. Paulo junto com o PT - avançaram muito nessa pauta.
8. Será necessário explicitar os motivos por que é absolutamente ANTIDEMOCRÁTICO e, por conseguinte, repudiável a CENSURA Á IMPRENSA? Alguém terá dificuldade de saber para que fim o PT contínua e sistematicamente diaboliza a imprensa, em que pese receber dela permanentes favores? Haverá alguém ao mesmo tempo honesto e esclarecido que não perceba ser essa uma estratégia para instituir o sórdido amordaçamento da imprensa?
9. Aí está, pois, um ganho inestimável com a mudança de agenda: o fisiológico PMDB, que tem defeitos repugnantes, não demonstra a menor inclinação para instituir o "controle da mídia". Não estou dizendo que o pessoal do PMDB tem especial respeito pela imprensa. Afirmo apenas que o "corpus" partidário jamais demonstrou interesse em instituir o "controle da mídia". Em suma, o fato relevante é que tirar o PT do governo implica afastar a ameaça de cerceamento da liberdade de imprensa, que é ameaça às liberdades individuais.
10. É impossível conhecer o fluxo de consciência de uma pessoa. Logo, não posso julgar intenções. Eu não sei o que passava pela cabeça de Luís Roberto Barroso quando fez a manifestação criticada no post anterior. Contudo, ainda posso analisar o discurso. E foi repudiável! Mas os governistas adoraram...
Conclusão
Pode soar estranho, mas é boa síntese: a única certeza que há é que, não mudando, nada muda! Os cidadãos de boa vontade precisam tomar a decisão de SOBREVIVER AO DESÂNIMO E MANTER A ESPERANÇA, contrariando a estratégia governista de matar a coragem e a iniciativa dos brasileiros.
O petismo faz o que pode para desanimar cada um de nós e ficar com o caminho livre para implantar a sua ditadura. Mas nós não deixaremos o PT transformar o Brasil numa Venezuela!
10 de abril de 2016
Renato Sant'Ana é Psicólogo e Bacharel em Direito.
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