"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 27 de abril de 2016

MEIRELLES VAI USAR A FAZENDA COMO TRAMPOLIM PARA O PLANALTO




Como sempre, Meirelles está de olho na Presidência…
Frio ao lidar com os números da economia, Henrique Meirelles, 70 anos, nunca escondeu sua ambição política. Antigos auxiliares não duvidam que ele faça de um eventual posto de ministro da Fazenda num governo Michel Temer (PMDB) um trampolim para viabilizar uma candidatura presidencial em 2018. Essa ambição fez com que Meirelles pulasse de galho em galho na política, com filiações a três legendas nos últimos 14 anos — hoje está no PSD. E também quase o levou ao lugar do futuro chefe. Em 2010, Meirelles sonhou ser indicado pelo PMDB, sua legenda na época, para vice da chapa de Dilma Rousseff. O então presidente Lula, apoiou a ideia, mas Temer se impôs e ficou com a vaga.
Depois de uma carreira de sucesso no BankBoston, no qual chegou a ser presidente mundial, Meirelles voltou ao Brasil no início dos anos 2000 disposto a ingressar na política e seguir uma tradição familiar — seu avô foi prefeito de Anápolis (GO), sua cidade natal.
VIROU DEPUTADO
Filiado ao PSDB, queria disputar o Senado por Goiás. Não conseguiu e acabou candidato a deputado federal. Foi o mais votado do estado, com 183 mil votos. O sucesso eleitoral não o impediu de romper com os tucanos dois meses depois para atender ao convite de Lula para assumir o Banco Central.
No comando do BC, ajudou a reduzir a resistência dos mercados ao PT e mostrou grande habilidade política. Sempre evitou os conflitos. Um ex-auxiliar lembra que quando o então vice-presidente José de Alencar iniciou uma campanha pública pela redução dos juros, Meirelles, em vez de contra-atacar, decidiu chamar o crítico para um almoço com a diretoria do BC.
— Ele é muito frio. Dificilmente, se altera e nunca eleva a voz. Também é bastante reservado — conta um ex-diretor do BC.
FORO PRIVILEGIADO
No governo Lula, nem a queda do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, com quem era alinhado na defesa de uma linha ortodoxa de condução da economia, em 2006, abalou o seu prestígio.
Lula chegou a baixar um decreto para dar ao presidente do BC o status de ministro, o que fez com que uma investigação de sonegação de patrimônio contra Meirelles fosse levada para o Supremo Tribunal Federal, que acabou arquivando o caso, em 2010.
LULA ATÉ TENTOU
A nomeação para a Fazenda já poderia ter acontecido no começo do ano passado. No início do segundo mandato de Dilma, Lula indicou Meirelles para a presidente, que não se empolgou. O líder petista voltou a defender o ex-presidente do BC quando Joaquim Levy deixou o cargo, mas a presidente preferiu Nelson Barbosa.
— Ele não faz o que as pessoas querem, faz as pessoas quererem o que ele entende ser o melhor. Isso faz com que o Meirelles tenha a segurança de que, em qualquer governo, será capaz de implementar o programa dele — conta um antigo colega de partido.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Parece que já publicamos matéria semelhante aqui na Tribuna da Internet. No entanto, como dizia nosso amigo Manoel Pineda, quando se esgota o assunto é preciso recapitular… (C.N.)


27 de abril de 2016
Sérgio Roxo

O Globo

Nenhum comentário:

Postar um comentário