"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA JORGE SERRÃO

Dilma, se liga na Cármem Lúcia...



Dá para morrer 13 vezes, de tanto rir, com o trechinho pinçado da entrevista feita sexta-feira pelo jornalista Fernando Rodrigues, colunista do UOL, com a Presidenta Dilma Rousseff Brizola da Silva. O pedacinho em que ela, muito incomodada, foi obrigada a tratar da Lava Jato merece entrar para os anais (ops) do falecido Casseta & Planeta - claro, se o médico da turma, doutor Jacinto Leite Aquino Rego, assim o permitir, com a devida vênia do direito autoral de quem inventou o $talinácio. Releia e ria:

- [A sra. foi ministra Minas e Energia. Foi ministra da Casa Civil. Elegeu-se presidente. Como é possível que não soubesse de algum dos detalhes que agora são desvendados pela Operação Lava Jato?]
- Sabe por quê? Porque é uma contradição em termos a pergunta.

- [Por quê?]
- Se foi preciso a Polícia Federal todinha, o Ministério Público Federal e toda a investigação, como é que você quer que alguém, eu, e todo meu conselho tivéssemos a mesma capacidade de investigação da Polícia Federal e do Ministério Público?

- [E a intuição?]
- A intuição… Você consegue por intuição organizar as pessoas que convivem contigo lá no UOL? Você utiliza esse instrumento?

- [Um pouco. Intuição é importante]
- Ah, sei. Tá bom, querido. Em um caso desses, eu vou usar a intuição? Eu olho para ele e intuo? Você está danado, hein? Você acredita no subjetivo de uma forma estarrecedora para o seu cargo…
- [Mas e essas pessoas que agora fazem delação e falam sobre o uso de dinheiro indevido, com corrupção, inclusive para financiamento eleitoral? Não levavam a sra. a pensar na época em que fez campanhas, em que viu as doações acontecerem, que poderia existir uma série de coisas acontecendo?]
- Para mim jamais trabalharam. Para mim jamais tiveram qualquer ação. É estranho que eles não me mencionem, não é?! Não é? Você não acha? Sabe por quê? Porque nunca ocorreu. Se nunca ocorreu, como é que vão mencionar.
Dilma nos leva a estocar o vento e a saudar a mandioca... Por isso, é melhor deixá-la temporariamente de lado e curtir outra mineira ilustre (deixando claro que não estou falando de uma das 160 garrafas de cachaça da coleção lá do meu barraco). Preste atenção na frase a seguir, e veja se não valeria como um recado para Dilminha e seus comparsas no cativeiro da petelândia:
"A Constituição prevê a imunidade do mandato para a garantia democrática e legítima daquilo que foi recebido do cidadão pelo representante. Mas, em nenhuma passagem, a Constituição permite impunidade a quem quer que seja". Na conjuntura atual, vale muito a pena lembrar deste conceito firmado pela jurista Cármen Lúcia Antunes Rocha (próxima "Presidente" do Supremo Tribunal Federal), recém-escolhida "Personalidade 2015 do Prêmio Faz a Diferença, concedido anualmente pelo jornal O Globo", em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

Na recente entrevista que faz a divulgação da festividade, Cármen Lúcia demonstra que tem comportamento republicano. Solteira, mineira e ariana que completa 62 anos no dia 19 de abril, a ministra fez uma daquelas declarações confirmando que nem tudo está perdido no mundo do funcionalismo público: "Quando me perguntam por que não ando com segurança ou de carro oficial, digo que não ando porque não quero. A dona Maria lá do morro vai pro trabalho sem ter segurança, por que eu precisaria de ter?".

Quem age assim faz realmente a diferença. Ainda mais em um judiciário que não funciona tão bem quanto necessário no Brasil da impunidade e do rigor seletivo. Por isso, vale lembrar de outro ganhador do prêmio de O Globo, em 2014: o juiz Sérgio Moro. Em 2014, a ganhadora foi a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, pela atuação no julgamento do Mensalão, já tinha sido o vencedor em 2012. Nota-se uma clara tendência de premiar o combate à corrupção (claro, aproveitando também para inflar o ego de magistrados que, de alguma forma, conquistam popularidade.

Não é que o Grupo Globo seja bonzinho ou paladino da moralidade. A bilionária família Marinho, que o controla, já deve ter percebido que fazer negócio em um Brasil quarto mundista, em ambiente dominado por sujeita sistêmica e estrutural, pode causar a bancarrota ou a assimilação por algum forte concorrente internacional, em um futuro bem próximo. Além disso, tem aquele escândalo da Fifa e da Comembol no calcanhar deles. Talvez por tudo isso, a Globo venha moendo prefeitinhos com denúncias constantes de descarada corrupção. Suas novelas também têm abordado o tema de forma crítica. Isto ajuda a mexer com o imaginário da massa - que agora, nas pesquisas, aponta a corrupção como um grande problema nacional.

Voltando a lembrar da Dilma (e também do Lula) - que posam sempre de gente inocente e que nunca sabem de nada de grave -, vale destacar a recente entrevista (também concedida a O Globo, que coincidência) pelo procurador da Força Tarefa do Ministério Público Federal na Lava-Jato.  Carlos Fernando dos Santos Lima, de 51 anos, identifica “dedo do governo” na edição de medidas que, segundo ele, beneficiam investigados da operação: a Medida Provisória 703 (que permite à Advocacia Geral da União negociar, diretamente, acordos de leniência com empresas acusadas de corrupção, e a Lei assinada por Dilma permitindo uma vergonhosa repatriação de recursos mediante apenas o pagamento de multa.

Carlos Lima meteu a boca no trombone: "Sempre soubemos que, a longo prazo, as elites vão se compor de maneira a reduzir prejuízos que tiveram nessas operações. É o caso das legislações que vêm a posteriori. A MP 703 (que permitiu à CGU fazer acordo de leniência) e a lei da repatriação (que permite trazer recursos para o Brasil mediante pagamento de multa) são exemplo disso. A repatriação vem sendo falada desde o caso Banestado. É uma medida para socorrer as elites.

O procurador Carlos Lima critica: "A urgência da MP da leniência só existe para evitar a aplicação de inidoneidade contra as empreiteiras. Elas têm muito a falar sobre o próprio governo. Portanto, tem dedo do governo, tanto na repatriação, quanto nessa MP. E pior, nós já sentimos no Congresso uma tentativa de estender isso aí para uma anistia. A repatriação já tem uma anistia incluída nela, e o governo está tentando incluir uma anistia de corrupção. O que é, no final das contas, contra qualquer sentido de um país que se comprometeu a combater a corrupção. Há um ano estamos bloqueando a CGU de fazer acordos a granel, agora ela está autorizada por lei".

Carlos Lima explica por que a repatriação é prejudicial: "Você está dizendo para a população que vale a pena fazer isso (mandar recursos para o exterior ilegalmente), que no futuro haverá uma opção indolor para resolver isso: no caso, uma mera tributação. Você vai pagar uma multa, não vai ter sanção criminal, que é o que assusta as pessoas. Essa é a principal mensagem: você pode mandar para o exterior dinheiro irregular, nós vamos resolver. Em diversos momentos, quando se tentou processar criminosos, houve uma intervenção do governo de modo a beneficiá-los. E quem se beneficia? Elites. E o discurso é sempre do medo. Isso é um risco sistêmico, vai dar quebradeira, eles dizem. Colocam o medo no coração do trabalhador como se ele fosse o prejudicado. Ele é prejudicado quando a corrupção acontece, quando o dinheiro sai do Brasil irregularmente, quando você deixa de pagar tributos".

Carlos de Lima também aproveita para condenar reclamações básicas contra o trabalho do MPF no Petrolão: "Há pontos fora da curva, porque no Brasil não se pune. A Lava-Jato é um ponto fora da curva porque está tentando efetivar o processo penal. Se essa é a afirmativa, eu concordo com ela. Agora, se é reclamação de qualquer violação de direitos, não concordo. Tivemos mais de 700 habeas corpus e recursos julgados, nem 10% foram concedidos, acho que nem 1%. A Lava-Jato está fazendo com que o Brasil tenha um caminho da punição para quem cometeu crimes".

O procurador Carlos Lima não perdoa: "Como diz o Dr. Deltan (Dallagnol, outro procurador da Lava-Jato), a corrupção é uma questão moral, mas também econômica. (As medidas) passam o recado de que este é um jogo que vale a pena ser jogado. Vale a pena ser corrupto no Brasil porque, ao final, nossa Justiça é lenta, nossos processos são intermináveis e, além de tudo, se nada disso der certo, você vai no governo e resolve o problema com uma nova lei".

Além de discordar da Presidenta Dilma, que reclama do excesso de delações premiadas, Carlos de Lima também acha improcedentes as reclamações do ex-Presidente Lula, alegando que as delações só valem se tiverem o nome dele. Carlos Lima rebate: "Não creio que seja verdade, pois desconheço uma colaboração onde o ex-presidente tenha sido citado expressamente. Portanto, ela (a afirmação) é injusta. E nem sei também se ele poderia saber das delações, já que a maior parte delas está em sigilo".

Frisando que o esquema de compra de apoio político-partidário se replica em diversas empresas estatais, que vai se revelando aos poucos, Carlos Lima admite, de forma enigmática, que até já sabe quem aparece por trás do quebra-cabeça gigante: "O rosto nós já sabemos. Existe uma forma pela qual se compra o apoio no Congresso Nacional. E esta forma foi a distribuição de cargos em alto escalão para que fizessem caixa para o governo. Quando você vê a Zelotes, passando pela Lava-Jato, Eletronuclear, Belo Monte e outras questões que vão surgindo, vê o mesmo fenômeno. Só que as fontes de pagamentos são diversas. Para aprovar uma lei, fazer um determinado negócio com o governo, construir alguma coisa, paga-se pedágio. Esse é o rosto que vamos tentar mostrar para a população".

Enquanto o rosto não é claramente revelado, fica claro e evidente que o grande bandido é o ente fictício chamado Estado Brasileiro sem controle pela sociedade. Ele é o "Pai" de todos os bandidos. Por isso precisa ser radicalmente mudada a estrutura Capimunista Rentista tupiniquim - centralizadora, cartorial, cartelizada e corrupta.

O Brasil precisa ser redundado sob uma nova matriz constitucional federalista, realmente republicana, que garanta o controle do direto do cidadão sobre a máquina estatal. Só uma inédita Intervenção Cívica Constitucional - que começa a ser debatida a partir das redes sociais - tem condições de colocar o Brasil nos eixos corretos.

Enquanto não chegamos nesse estágio ideal, é bom que a Presidenta fique de olho na Cármem Lúcia - que será a próxima "Presidente" do STF e do Conselho Nacional de Justiça. 

O que o herói Brizola diria desta foto?


É comovente a sinceridade do Carlos Lupi (Presidente do PDT) sendo carinhoso com a amiguinha Dilma - uma brizolista sequestrada no ninho da Petelândia...

Repeteco

Mais de cinco milhões de pessoas assistiram à criativa retrospectiva 2015 do canal Nostalgia, no Youtube


Se meu relógio falasse direito...

Aviso aos puxa-sacos de plantão: o Apple Watch da Dilma Rousseff não está funcionando direito.

Parece que caiu na água. Está com problema na bateria. Desliga depressa demais. Assim, não tem avisado direitinho à dona do reloginho: "Levante que está há muito tempo sentado".

O bicho, apesar da altíssima tecnologia que o agrava ao IPhone, não respeita a transgressão de gênero.

Trata Dilma como Presidente e não como ela gosta: "Presidenta".

Tucanos em pânico

O PSDB paulista ficou aloprado com a denúncia do Estadão detonando que três investigados pela Operação Alba Branca ligam o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Fernando Capez (PSDB), e o ex-chefe de gabinete da Casa Civil do governo Geraldo Alckmin (PSDB) Luiz Roberto dos Santos, conhecido como “Moita”, ao suposto esquema de fraudes na compra de produtos agrícolas destinados à merenda escolar da rede estadual de ensino paulista.

Antes de se tornar político, Capez ficou famoso como promotor de carreira que fez parte do Gaeco (grupo de combate à corrupção do Ministério Público Estadual).

Fernando Capez é apontado como principal candidato à sucessão de Alckmin.

Verdadeiras ou não as denúncias, o mais grave é que o episódio expõe, mais uma vez, a total falta de credibilidade institucional no Brasil - País que já passou da hora de ser passado a limpo.

Caçadores de relíquias


Ligações perigosas


Reciprocidade


Maçons na rua




Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!

26 de janeiro de 2016
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.

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