A droga só é maravilhosa quando é usada na roda de grã-finos, gente que tem dinheiro. Por isso mesmo sempre esteve presente entre a elite e nas universidades – que, de ontem até hoje, sempre foi frequentada, predominantemente, pela mesma elite cheiradora.
Quem não se lembra dos cabeludos da década de 70, com os seus carrões, fumando um baseado ou cheirando uma carreira? Naquela época, os pobres ou estavam nas obras ou na roça e se fossem apanhados com droga seriam presos e não teria ninguém para ligar da delegacia, pois nem telefone tinham.
O “filho de papai”, no máximo, iria para a delegacia para que o pai viesse buscá-lo, após “aquela ligação” para aquele sujeito importante (geralmente um general).
Este tipo de usuário jamais precisaria cometer um assalto na esquina para manter o seu vício. Assim exposto, qual é o problema se ele quiser usar drogas até sangrar o nariz? Tem dinheiro e pode gastar como quiser. Que morra em uma bad trip, mas ninguém terá nada a ver com isso!
Até aqui, tudo bem, pois o alcance da escolha pessoal feita por ele não influenciará ninguém além de dele mesmo! Ele deve ter esse direito! Mas…
DROGADOS POBRES
O problema começou quando a droga caiu nas mãos dos pobres e miseráveis deste país, pessoas que não tinham como manter o vício, Se não já estivessem desempregados, foram demitidos pelos patrões por causa do vício!
Então, como essas pessoas manterão o vício, se não têm dinheiro nem para as necessidades mais básicas, como os milhões de trabalhadores deste país? Uma vez desempregados e sem dinheiro, serão obrigados a assaltar para manter o vício!
E olha que não estou me referindo àquelas pessoas que ainda estão a formar a personalidade e o caráter, e que, por isso mesmo, são mais susceptíveis e expostos às drogas – os adolescentes, justamente na fase da vida decisiva para o futuro, quando deveriam receber incentivo do Estado:
AS ALTERNATIVAS
Só há três alternativas, e a primeira é prender o usuário.. Como a maior parte dos drogados pertence à elite econômica do país, os 5% usuários têm mais força política no Congresso Nacional e Tribunais Superiores do que os 95% que não usam drogas ilícitas. Por isso toda essa polêmica.
Foi só a polícia começar a prender alguns ricos que logo mudaram o nome de drogado para usuário e o uso de drogas deixou de ser um vício e passou a ser uma doença! Beber e dirigir é proibido; no entanto, ninguém ouve o governo falar que dá uma cheirada e depois dirigir também seja.
BOLSA-DROGADO
A segunda alternativa é o usuário ter dinheiro para se drogar até rachar o cérebro. Como tem dinheiro, não precisará assaltar nem matar nas ruas. Isso já acontece com os ricos e os filhos dos remediados.
Já com os usuários pobres, o governo terá que conceder a Bolsa-Drogado, como já tem sido feito pelo prefeito de São Paulo (acabando com a necessidade de assaltar para manter o vício). Só não pode fazer como o Governo Lula fez aqui em Brasília: distribuiu cachimbos para os craqueiros, mas não distribuiu a droga. O resultado é que os usuários continuaram a assaltar os pedestres da rodoviária!
ESTATIZAR A PRODUÇÃO
A terceira alternativa é estatizar a produção para que possa ser vendida a preços de custo e quebrar os traficantes pela concorrência. Vejam que no Uruguai e em alguns lugares dos Estados Unidos em momento algum se falou em liberação geral das drogas, mas em liberação da plantação caseira e da venda da maconha. Quero ver liberarem o crack, a heroína e a morfina… A maconha pode até ser produzida em casa, mas o mesmo não acontece com o crack e outras drogas que são feitas em laboratórios.
Para estas drogas ou se compra do governo ou se compra dos traficantes. Assim, ou o Brasil cria a Drogabrás ou se tornará o caos do filme Resident Evil. Mas sem a beleza da Milla Jovovich…
Finalizando, o uso de drogas por quem não pode pagar por ela não é uma escolha pessoal. É um problema social. Tem gente que acha que seremos iguais à Holanda com a liberação das drogas. Eu acredito que estejamos mais é indo rumo à Cracolândia do Haddad. Basta ver, na internet, as atuais imagens dos pontos de consumo de drogas dois países.
23 de agosto de 2015
Francisco Vieira
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