"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

DE QUANTO DINHEIRO LEGAL/ILEGAL ESTÃO FALANDO?




Os debates e avaliações sobre a “Lava jato” têm deixado passar ao longe alguns detalhes que poderão levar as empresas evolvidas e os demais atores, não apenas ao centro do furacão, mas ao seu fundo.
Enquanto debatermos, trabalharmos e avaliarmos números soltos, avulsos e de apenas alguns dos envolvidos, de forma isolada, deixamos de alcançar o todo.
Pergunto: quanto as empreiteiras repassaram aos partidos e aos candidatos, nas duas últimas eleições (2010-2014)? Aparentemente, tudo está, ou deve/deveria estar, disponível. Cada um dos envolvidos utiliza em sua defesa, os mesmos argumentos: receber é legal e os registros contábeis foram feitos e aprovados. Assim, passam a idéia de que não há ilegalidade, fraude ou corrupção.
FALTA RESPONDER
Mas sempre há um algo a mais que precisa ser devidamente avaliado. Para tanto, aqui vão algumas perguntas.
– Quais o volume total dos valores doados, individualmente, por cada uma das empreiteiras?
– Quais os beneficiados (candidatos e partidos) e os valores repassados?
Esta é a única forma de se comparar e avaliar as somas envolvidas. Assim, os destinatários ficam apresentados e as reais intenções de todos os envolvidos ficam expostas também. E o mesmo levantamento pode/deve ser feito em relação a outras empresas, ainda não mencionadas.
Por tudo que já se viu, resta transparente que a situação econômica/financeira das empresas é muito boa, a ponto de jogarem milhões à corrupção. Para sair de seus próprios cofres, as somas são, por demais, vultosas para uma distribuição tão farta e fácil.
CHEGAM A BILHÕES…
Falam em milhões de reais/dólares, deixando antever que os “negócios” foram de muitos bilhões.
Só as somas disponibilizadas, nas devoluções “espontâneas” dos delatores, deixam transparecer uma verdade nua e crua: trata-se de recursos que não saíram dos lucros regulares das empresas. As comissões estavam “embutidas” nos negócios fechados.
Senhores e senhoras, empresas que doaram, doam e doarão tais somas, assim agem em defesa do que? Da democracia? Da felicidade geral da nação? Com tais “apoios” buscam a eleição dos melhores quadros dos partidos? E os escolhidos/eleitos serão melhores para quem? O que esperam receber de volta, com tamanha “mãozinha”, apenas estendida a alguns dos candidatos?
SÃO ESCOLHIDOS
É claro que não doam para todos, mas apenas para alguns candidatos e, aparentemente, de todos os partidos! Candidatos e partidos são escolhidos: os valores mostram isto!
Se o ditado diz que “nem louco rasga dinheiro”, o que entender-se de empresas que jogam tamanha soma de valores pela janela?
Abrindo os números das doações das duas últimas campanhas (2010-2014), teremos um retrato também das anteriores. O desafio de levantar tais informações, está diante de nossos olhos, de poucos e argutos olhos. Vamos buscá-las?

02 de julho de 2015
Antonio Fallavena

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