"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

CUNHA PROPÕE PARALAMENTARISMO, MAS ESQUECE OS PLEBISCITOS DE 63 E 93



Numa entrevista de página inteira a Andréa Sadi e Bruno Boghossian, edição da Folha de São Paulo de 29, o deputado Eduardo Cunha afirmou-se favoravelmente à aprovação de emenda constitucional implantando o parlamentarismo no Brasil, como forma de governo, a partir de 2019. Aliás a palavra certa é reimplantando, já que ele foi instituído em 1961 na posse de João Goulart na presidência quando da renúncia de Jânio Quadros. Mas em 1963, houve um plebiscito: o presidencialismo alcançou 90% dos votos. O resultado, basicamente, não foi alterado pelo plebiscito de 1993, cumprindo alternativa colocada na Carta de 1988.
Foram, assim, dois plebiscitos, logo não possui o menor cabimento querer aprovar a mudança no regime de governo apenas através de emenda constitucional como está propondo o presidente da Câmara. Sustenta ele que o sistema de gabinete dirigido por um primeiro-ministro destina-se a evitar a sucessão de crises que atinge o país. Contradição. Pois se a crise está transcorrendo hoje, 2015, como superá-la a parir de 2019? Não faz sentido, entre o hoje e o amanhã há uma distância de quatro anos. Logo, o posicionamento de Eduardo Cunha, no fundo, tem como alvo outros objetivos.
Um deles a divisão do poder Executivo com o PMDB. Tanto assim que, ao se referir à articulação política coordenada pelo vice Michel Temer, o presidente da Câmara afirmou que “ele ficar vendendo ilusões (promessas não cumpridas de nomeações), ou virando garçom para anotar pedidos do Congresso e não resolver nada, acaba se desgastando. O que a gente (PMDB) não quer que aconteça”, acrescentou. Disse também: “O governo quer tudo para o PT. Prometeu (cargos) e não cumpriu. Michel Temer não vai representar esse papel”.
Eduardo Cunha, com suas palavras, deixou absolutamente claros os alvos e o verdadeiro objetivo de sua entrevista. O que, aliás, constitui uma confirmação, não uma revelação.
SELEÇÃO BRASILEIRA, UM DESASTRE
Depois de falarmos num lance do jogo do poder, vamos falar de futebol. A seleção brasileira que foi eliminada da Copa América pelo Paraguai, representou mais um desastre na história esportiva do país. Não se mostrou firme em nenhuma das partidas de que participou, como todos assistiram pela televisão. O técnico Dunga revelou-se desorientado vacilando entre armações ofensivas e defensivas.
Paulo Cesar Caju, que participou de nossa conquista na Copa de 70, inclusive, escreveu ótimo artigo sobre Dunga e seus esquemas táticos, edição de 29 de O Globo. Focalizou as infelizes declarações envolvendo os afrodescendentes, ofensivas para a maioria da equipe, além de absolutamente sem sentido, e as opções que colocou em prática.
Contra o Paraguai, o time não estava bem, mas vencia a partida e, na ofensiva, mantinha a bola na frente. A defesa respirava e a Seleção dominava a posse da bola, assegurando menor espaço para os paraguaios. De repente, sem se saber por quê, Dunga realiza substituições, entre as quais a de Robinho, escolhendo uma postura defensiva. Foi um erro, dos maiores. Com o recuo, liberou espaços para o Paraguai que passou a dominar a partida. Esse domínio se ampliou a partir do pênalti infantil cometido por Tiago Silva.
De frente para a bola, a defesa colocada, nenhum adversário próximo ao lance e ele usa a mão. Foi o início do fim. O escrete não mais se encontrou em campo, sendo eliminado na cobrança das penalidades depois do empate no tempo regulamentar. Foi um desastre. Completo. O futebol brasileiro precisa voltar a ser verde e amarelo.

02 de julho de 2015
Pedro do Coutto

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