"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 12 de julho de 2015

A GRANDE MENTIRA DO Nº. 1

Os arranjos para aqueles almoços dominicais continuam frescos na minha memória - papai nos levava até um lago particular afastado de casa, onde basicamente o esquema consistia em pescar algumas trutas e na saída pagar pelas ditas cujas. Eu e meu irmão nos divertíamos bastante, qualquer coisa seria melhor do que comprar peixe no supermercado, porém, e deixando a nostalgia de lado, me questiono sobre nossas noções de entretenimento à época. Afinal, que graça tem pescar se o sucesso é garantido? Pois para muitos a idéia é justamente essa.

Não surpreende a mais ninguém o fato do nosso ambiente político favorecer a eleição e eternização de todo tipo de escroque. Tampouco a infinidade de legendas e o voto obrigatório, fundamentais para o bom funcionamento da engrenagem. Assim, não só a cada dois anos somos obrigados a tomar uma decisão que tem tudo para ser equivocada, mas nos deixamos enredar de tal maneira que passamos a defender este ou aquele candidato, mesmo partidos políticos, como se fossem times de futebol. Dito isso, o cenário conseguiu piorar bastante, graças à contribuição decisiva de uma mente tão perversa que deixaria rubro o próprio Richelieu.

Seria pretensão apontar a maior mentira parida e instrumentalizada por Lula, são inúmeras, mas indicar a lorota fundamental, aquela decisiva na horripilante escalada ao poder deste que, insisto, é o menor dos brasileiros, não requer muito esforço. Falo aqui do “nós contra eles”. E de sua customização.

Percebam, definir uma roupagem específica nunca teve importância, muito pelo contrário, o discurso sempre foi dirigido, como determina qualquer manual de marketing elementar. Digo, se o momento pedisse um discurso voltado para o militante, dá-lhe luta de classes fuça adentro do beócio. Plateia de baixa renda? Ódio racial na ponta da língua, como não? Já para o pessoal universitário-classe média ou, melhor ainda, classe alta com a consciência pesada embebida de ranço religioso, bastava uma pílula de populismo chinfrim para garantir o objetivo.

O massacre retórico foi tão grande que até os detratores do PT aceitaram-no como verdadeiro. Ou existe maior prova disso que cobrar do PSDB uma postura diferente da que sempre teve, de direita, quando no fundo existem mais semelhanças do que diferenças entre suas visões e aquelas petistas?

Tudo começou com a necessidade de fabricar inimigos. Desde o início o Luiz Inácio entendeu que diferenciar-se era fundamental, principalmente quando os discursos mais populares passaram a ser tão próximos. Claro, a natural falta de escrúpulos ajudou, assim como de adversários que se negassem a servir de trampolim.

O Brasil é um grande pesque-pague que durante mais de uma década foi fragmentado com a nossa complacência. A boa notícia é que, graças a incompetência e desonestidade dos próprios gatunos, a mentira perdeu seu viço, hoje em dia apenas os fanáticos levam a sério o discurso de castas esquerdóide.

É, Brahma, ao que parece seu nariz finalmente cresceu. Ufa!


12 de julho de 2015
Mario Vitor Rodrigues

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