"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 2 de junho de 2015

RESPONDENDO A OLAVO DE CARVALHO

Vamos deixar uma coisa clara, se Olavo de Carvalho diz A e eu digo B então o mais provável é que ele esteja certo e eu errado. Dito isso, vamos em frente.


Olavo deu a entender que a Marcha pela Liberdade cometeu um equivoco ao incluir os políticos na manifestação. Claro que entendo o risco, mas vejamos dois fatos importantes: a) a manifestação de 12/04 foi bem menor que a de 15/03, além disso não parece provável que uma terceira manifestação de rua por todo o Brasil tenha destino melhor. Sendo assim, a opção pelas grandes manifestações de rua no Brasil parecem esgotadas (existe ainda uma esperança para o dia 07/09 em Brasília); e b) o processo de impeachment passa necessariamente por políticos.

Como não há muito mais espaço para outras manifestações de rua, e na tentativa de levar o impeachment adiante me parece que incluir políticos era um caminho natural. Basicamente não há como fazer o impeachment sem o apoio de deputados e senadores. Então quando o professor Olavo pergunta "De quem foi a ideia de incluir políticos?", bem eu não sei a resposta. Não sei quem deu a ideia, mas me parece que a inclusão de políticos era necessária. A opção de não incluir políticos no processo tem outro nome, e honestamente não concordo com a retirada de Dilma que não seja feita pelo Congresso Nacional.

O professor Olavo também diz que temos que aprender com a esquerda, ocupar espaços, e lentamente alcançarmos o poder (dominando a alta cultura por exemplo). Sim, certamente esse eh um caminho inteligente. Contudo, tenho aqui uma dúvida: quem disse que a esquerda será tão gentil conosco? Quem disse que a esquerda nos permitirá essa estratégia? No passado a esquerda foi dominando e ocupando espaços sem enfrentar resistência. Mas acaso essa opção existe hoje? Acaso os jornais (revistas, editoras, universidades, etc.) estão abertos hoje como estavam para a esquerda no passado? Será que temos 10 anos de prazo para irmos conquistando o poder aos poucos?

Claro que entendo os pontos do Professor, contudo creio que minha duvidas também são pertinentes. Em minha modesta opinião, nós não temos 10 anos... temos no máximo até 2018 para revertermos o quadro, depois disso será ladeira abaixo. Também não apoio a retirada de Dilma Rousseff da presidência sem a aprovação do impeachment pelo Congresso Nacional.

Para encerrar, recomendo que leiam novamente o primeiro parágrafo. Existe uma boa chance de eu estar errado. Mas minhas dúvidas são honestas.

02 de junho de 2015
adolfo sachsida

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