"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA JORGE SERRÃO

Temer terá de costurar “diálogo” de Dilma para conter extorsões do vitorioso e dividido PMDB

Dilma Vana Rousseff foi reeleita, mas é o PMDB, partido sempre governista, o maior vencedor da eleição presidencial de 2014. Caberá ao vice-presidente Michel Temer tocar a complicada “reforma política” que Dilma Rousseff, no seu discurso da vitória reeleitoral, definiu como prioridade. O maçom Temer terá a missão de costurar os conflitantes interesses dos 66 deputados federais do PMDB. Liderados por Eduardo Cunha, que deseja presidir a Câmara, eles prometem um jogo de morde e assopra contra Dilma. O plano consistirá em mantê-la estressada, no corner do ringue, e sempre pronta para atender às demandas da revoltosa base aliada.

Temer deverá intermediar negociações complicadíssimas com os demais 196 parlamentares de partidos do “centrão” - além dos 66 PMDB, 37 do PSD, 36 do PP, 34 do PR, 25 do PTB, 21 do PRB, 11 do PROS, 8 do PV, 5 do PHS, 4 do PTN, 3 do PMN, 3 do PRP, 2 do PSDC, 2 do PTC, 2 do PEN, 1 do PT do B, 1 do PSL e 1 do PRTB (o mega-saladão partidário de Bruzunanga, sempre ávido por cargos, favores e negócios com o poder público). Os partidos totalmente pró-Dilma (PT, PDT e PC do B) têm apenas 99 deputados. Dilma fica refém do tal “centrão” da Câmara.

O grande maçom inglês Michel Temer já está pronto para outra missão de emergência. Temer está “de pé e à ordem” (como diriam seus irmãos maçons) para assumir o trono do Palácio do Planalto, caso  Dilma venha a sofrer um impensável e improvável impeachment (apesar de tanta corrupção, que tende a ser abafada pela “vitória” nas urnas). Nas redes sociais, vai começar uma insana luta para tentar derrubar Dilma. Como o “impedimento” é um processo que depende de denúncia do Procurador Geral da República e, depois e mais ainda, da aceitação da denúncia e votação pelo Congresso sob controle, nada deve acontecer contra a “vitoriosa Presidenta”.

Na oposição, certamente sob liderança do senador Aécio Neves, Dilma tentará seduzir, com muita dificuldade, parte dos 147 parlamentares que apostaram nos tucanos no segundo turno: 54 do PSDB, 34 do PSB, 22 do DEM, 15 do SD, 12 do PSC e 10 do PPS. Os 5 do PSOL funcionam mais como críticos radicais que aliados do PT. Só fecham com o petismo nas dogmáticas questões ideológicas de esquerda. Assim, na contabilidade política final, dos 513 deputados, Dilma tem condições de governar com a maioria estável de 304 parlamentares. O número dá para empurrar goela abaixo dos brasileiros a “revolução” sonhada pelos nazicomunopetralhas.   

Também não vai ser fácil para Dilma conter o stalinismo nazicomunopetralha. O discurso da estrela reeleita foi ontem interrompido, longos segundos, pelo violento grito de um velho slogan brizolista (do qual Dilma é adepta): “O povo não é bobo; abaixo a Rede Globo”. Ironicamente transmitido ao vivo pela própria emissora condenada pela fúria dos “combativos militantes” ali exaltados pela Presidenta, o refrão radicalóide foi o primeiro sinal de que o stalinismo vai atrapalhar a tal “conciliação nacional” prometida pela triunfante Dilma. O presidente do PT, Rui Falcão, no palco da vitória, ajudou a incitar a massa na mensagem contra a Globo (em um recado ameaçador que, simbolicamente, vale para todos os veículos e jornalistas que ousarem continuar na oposição ao governo petista).

No primeiro discurso, Dilma nem tocou no tema corrupção – que será a maior ameaça a sua governabilidade. Dilma preferiu falar no sentimento de mudança e de reforma – sobretudo a política. O PT e seus aliados farão de tudo para consolidar o modelito capimunista de politicagem – estatizando ainda mais a ação política sob comando do grupo que tem hegemonia. A tal “reforma” deverá implantar o absurdo financiamento público de campanha, a extinção, na prática, do voto direto para vereadores e deputados, através do voto na legenda que vai empregar no parlamento quem estiver nas listas partidárias fechadas, dentre outras malvadezas anti-democráticas menos votadas...  
 

Dilma já avisou que tudo será tocado na base do plebiscito. O famigerado Decreto 8243 agora vai mostrar para que foi baixado no primeiro mandato. Dilma nem deve esperar o segundo mandato começar para acelerar o processo. De imediato, a prioridade é conter os efeitos das denúncias de corrupção da recente campanha – sobretudo as da Lava Jato, cuja ordem-geral é “abafar”. Será que o Supremo Tribunal Federal vai aceitar tal “missão”? Melhor nem responder...

Se o clima de derrota e as pressões de todo tipo não esmorecerem a disposição do juiz Sérgio Fernando Moro, conhecido como o “Homem de Gelo” da 13ª Vara Federal em Curitiba, a Lava Jato ainda fará grande estrago nas relações entre políticos, o governo, a Petrobras e as empreiteiras que fazem bilionários negócios com todos eles. Só por milagre (ou por ameaças covardes e criminosas), a turma de Dilma conseguirá conter a detonação de novas denúncias contra a Petrobras.

Nem com o prestígio da reeleição apertadinha Dilma tem condições de conter a ira de investidores internacionais da estatal – que apóiam investigações da Corte de Nova York e da Security Exchange Comission (a SEC, que fiscaliza o mercado de capitais nos EUA, onde a Petrobras negocia ações). Desdobramentos internos dos quase certos processos no exterior, contra dirigentes e conselheiros atuais e passados da Petrobras – incluindo Dilma Rousseff – podem redundar em processo de impeachment. Quando isto ocorrerá? Talvez, nunca, se Dilma contiver a base aliada e coagir a “oposição” – novamente derrotada...

Concretamente, a maré de lama vermelha derrotou a onda azul – que parecia se transformar em um tsunami. A Governança do Crime Organizado foi novamente vitoriosa. Os negócios lícitos vão parar a partir desta segunda-feira. Investidores internacionais não vão apostar um centavo em um governo absolutamente desmoralizado. Ao contrário do que o chefão Lula proclamou ontem, que “quem ganha governa”, Dilma terá instáveis condições de governabilidade se a crise econômica se intensificar em 2015, como até os mais otimistas prevêem. Dilma tende a ser tragada pelos escândalos da Petrobras. A não ser que o incomensurável poder da reeleita consiga fabricar a maior pizza nunca antes enfiada cloaca adentro dos brasileiros.


O Brasil está rachado ao meio. O mapa da vitória mostra o Brasil dividido numa diagonal. De MG para cima, deu Dilma. Da terra de Aécio, passando pelo centro-oeste, para baixo, o vencedor moral foi o neto de Tancredo Neves." Dilma Rousseff discorda que o Brasil esteja dividido (como a matemática demonstra). Ela foi reeleita por 51,64%. Obteve 54.498.193 votos. Aécio Neves perdeu por insignificante diferença (48,36%). O tucano conquistou os votos de 51.040.857 insatisfeitos com o regime nazicomunopetralha.

Foi o resultado mais apertado desde a eleição presidencial de 1989. No entanto, Dilma já aproveitou para mandar seu recado bem no estilo stalinista-brizolista que a caracteriza: “Algumas vezes, na História, resultados apertados produziram mudanças maiores e mais rápidas do que vitórias amplas”.

A interpretação dela já indica como será seu “compromisso de promover o diálogo para fazer grandes mudanças”. A mensagem de Dilma é claramente demagógica, de quem se prepara para sair do palanque para uma batalha que vai impor o “diálogo”. Dilma discursou: “Minhas primeiras palavras são de chamamento à base e à união. Nas democracias, união não significa necessariamente unidade de ideias. Pressupõe, em primeiro lugar, abertura e disposição para o diálogo. Essa presidenta está disposta para o diálogo e esse é meu primeiro compromisso para o segundo mandato: diálogo”.

O triste é que vamos ter muitos inocentes e otários acreditando nessa conversinha fiada... Na verdade, a máquina nazicomunopetralha, com forte pitada stalinista, vai partir para cima. As prioridades são neutralizar problemas que possam afetar a governabilidade, assassinando reputações de adversários-inimigos caso haja necessidade extrema. Se a pretensa “oposição”, novamente derrotada, demonstrar fragilidade, baixar a guarda e não retomar a ofensiva do final da campanha, será triturada pela petralhada e seus agentes credenciados do mal.

O Brasil segue, em velocidade maior ainda, no insano aprofundamento do Capimunismo – regime que mistura um capitalismo de Estado atrasado, corrupto, improdutivamente dispendioso e desperdiçador de valores, junto com um discurso e medidas clientelistas, assistencialistas e controladoras no mais improdutivo estilo comuno-socialista, fazendo a estranha combinação do stalinismo com o gramscismo.

Enfim, geopoliticamente falando, foi mais uma vitória do Foro de São Paulo. Fidel Castro já mandou o rum e os charutos cubanos para a comemoração do triunfo. Seguimos no caminho da ruptura. O Brasil como nação soberana torna-se inviável. A tendência, no futuro não muito distante, é a desintegração – tão desejada pela Oligarquia Financeira Transnacional – que este ano apostou contra Dilma, mas que vai compor com ela por mais quatro anos, no velho jogo de morde e assopra...

O Brazil ganhou... O Brasil perdeu... A Perda Total se consolidará mais adiante... E PT saudações, apesar da metade que continua pt da vida com o desgoverno e a derrota de domingo para o gramscismo stalinista...

Futuro Mapa do Brasil?

 

Sacanagem pura

A elevada abstenção (21%), sobretudo no Norte-Nordeste, tirou votos do PT, mas não prejudicou o resultado final favorável a Dilma.

Por ironia regional, os votos decisivos para a derrota de Aécio vieram dos mineiros e dos cariocas.

Aécio, que governou Minas e que sempre vive no Rio de Janeiro, foi detonado pelo eleitorado que deveria ser seu aliado.

Puxação de saco global

A Rede Globo, no Fantástico de ontem, confirmou que consegue ser sempre mais governista até que o PMDB.

Botou no ar uma reportagem sobre a trajetória da Presidenta Dilma Vana Rousseff, no melhor estilo puxa-saco, exaltando até o papel da nossa querida “Coração Valente” como “combatente sem trégua à corrupção por compromisso de seu governo”.

O editorialismo baba-ovo da Globo conseguiu até a façanha de elogiar o desempenho da economia, embora lembrasse que a inflação subiu e o crescimento desacelerou...

Exagerou na dose

A matéria da Globo até ponderou e reforçou o discurso de Dilma de que suas medidas econômicas preservaram o emprego...

Talvez a “reportagem chapa-branca” da Globo, que elogiou até a “vovó Dilma”, seja um recadinho da Globo para que os petistas parem com o tal slogan “o povo não é bobo; abaixo a Rede Globo”...

O Fantástico até terminou com a imagem da massa cantando, no discurso da Dilma, o refrão: “Olé, Olé, Olê, Olá, Dilma... Dilma...”

Se o William Bonner e a Miriam Leitão fizeram o mesmo, quem sabe, ganham até o perdão do chefão $talinácio – que andou falando mal deles nos raivosos comícios de campanha...

Por que o PT venceu de novo?

A marketagem de João Santana superou, novamente, a visão defensiva e muito acadêmica e estrategicamente amadora dos publicitários e políticos tucanos.

O PT venceu de novo graças aos ataques implacáveis para desconstruir os adversários-inimigos.

Comprovou a eficácia das mensagens coloquiais e palavras de ordem difundidas no meio da massa e nas redes sociais, repetidas até a exaustão, com a tônica na luta de classes – eles (ricos) contra nós (pobres), justificando a ofensiva do nós (militantes) contra eles (os meliantes da elite)...

Também deixou clara a eficácia de se investir milhões em um sistema de comunicação (inclusive infiltrando jornalistas aliados em redações adversárias) para vencer o jogo por dentro da mídia que o partido insiste em “democratizar”...   

Força, Morto-vivo


A maior sacanagem do fim de semana foi “o assassinato, por envenamento” do doleiro Alberto Youssef.

Tudo bem que deve ter muito nazicomunopetralha sedento de vontade de ter o traidor-delator-premiado da Lava Jato embaixo de sete palmos de terra.

Mas o hoax (mentirinha viral via Internet) que atormentou as redes sociais desde sábado, falando da morte subida do doleiro, em nada ajudou Aécio Neves.

Te cuida...

Yousseff permanece internado na UTI Coronariana do Hospital Santa Cruz, em Curitiba, com quadro de “angina instável”, sob cuidado de eficientes médicos, proteção da Polícia Federal e o monitoramento atento do “Homem de Gelo”...

O doleiro foi o tema da reportagem capa da revista Veja, que tanto revoltou os nazicomunopetralhas, porque ele teria revelado que Lula e Dilma sabiam de todos os esquemas de corrupção na Petrobras...

Agora, o que se espera, é que o coração de Youssef seja valente o suficiente para aguentar as pressões e superar sua grave cardiopatia (que só pode ser cuidada a base de remédios ou (talvez) por transplante)...

Quem tem...


Estude mais...

Recebo do leitor Robertho Camillo a seguinte provocação idiota:

“Prezado Serrão. Acabou, Dilma reeleita. Onde fica tudo aquilo que o senhor pregou como certo? Cadê a OFT???? Sinceramente o Senhor  sabe menos do que eu. Talvez até esteja comemorando a vitória do PT, faz parte da imprensa corrupta. Tenho dó dos seus alunos. Kkkkkk”.

Caro Ducamillo, antes de perder tempo fazendo gracinha idiota, estude um pouco mais a complexa dinâmica da História Global e leia o que escrevi acima, já sabendo que a Oligarquia Financeira Transnacional nunca perde no final, apenas move seus cavalos na disputa, conspira e se adapta aos resultados...

A Festa continua


27 de outubro de 2014
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.

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