Aécio obtém direito de resposta na Folha e repõe a verdade sobre aeroporto em MG.
01 de agosto de 2014
in coroneLeaks
Depois de ser massacrado pelo jornal Folha de São Paulo, que fez rodizio como um time ruim para dar pontapés e pancadas no craque, usando editoriais, manchetes de capa e os seus principais colunistas, Aécio Neves obteve direito de resposta e esclarece, no texto abaixo, a verdade sobre o pequeno aeroporto modernizado no interior de Minas Gerais.
A verdade sobre o aeroporto
Nasci no ambiente da política e vivi nele toda a minha vida. Sei que todo homem público tem uma obrigação e um direito: a obrigação de responder a todo e qualquer questionamento, especialmente os que partem da imprensa. E o direito de se esforçar para que seus esclarecimentos possam ser conhecidos.
Nos últimos dias, fui questionado sobre a construção de um aeroporto na cidade de Cláudio, em Minas Gerais. Como o Ministério Público Estadual atestou e a Folha registrou em editorial, não há qualquer irregularidade na obra. Mas surgiram questionamentos éticos, uma vez que minha família tem fazenda na cidade. Quero responder a essas questões.
A pista de pouso em Cláudio existe há 30 anos e vem sendo usada por moradores e empresários da região. Com as obras, o governo de Minas Gerais transformou uma pista precária em um aeródromo público. Para uso de todos.
As acusações de benefício à minha família foram esclarecidas uma a uma. Primeiro, se disse que o aeroporto teria sido construído na fazenda de um tio-avô meu. A área foi desapropriada antes da licitação das obras, como manda a lei. O governo federal reconheceu isso, ao transferir a jurisdição do aeroporto ao governo de Minas Gerais, o que só é possível quando a posse da terra é comprovada. Depois, levantaram-se dúvidas sobre o valor da indenização proposta pelo Estado. O governo ofereceu R$ 1 milhão. O antigo proprietário queria R$ 9 milhões e briga até hoje na Justiça contra o governo de Minas.
Finalmente, se disse que a desapropriação poderia ser um bom negócio para o antigo proprietário, porque lhe permitiria usar o dinheiro da indenização para arcar com os custos de uma ação civil pública a que responde. Não é verdade. O dinheiro da indenização está bloqueado pela Justiça e serve como garantia ao Estado de pagamento da dívida, caso o antigo proprietário seja condenado. Se não houvesse a desapropriação, a área iria a leilão. Se fosse um bom negócio para ele, não estaria lutando na Justiça contra o Estado.
Sempre tomei cuidado em não misturar assuntos de governo e questões pessoais. Durante meu governo, asfaltamos 5.000 quilômetros de estradas, ligando mais de 200 cidades. Apesar desse esforço, deixei sem asfalto uma estrada, no município de Montezuma, que liga a cidade ao Estado da Bahia e passa em frente à fazenda que meu pai possuía, há décadas, na região. Avaliei que isso poderia ser explorado. Foi a decisão correta. De fato, na semana passada, fui acusado de construir um aeroporto em Montezuma. A pista, municipal, existe desde a década de 1980 e recebeu em nosso governo obras de melhoria de R$ 300 mil, inseridas em um contexto de ações para a região. Pelo que me lembro, pousei lá uma vez.
No caso de Cláudio, cometi o erro de ver a obra com os olhos da comunidade local e não da forma como a sociedade a veria à distância.
Tenho sido perguntado se usei o aeroporto de Cláudio, como se essa fosse a questão central. Priorizei até aqui os esclarecimentos sobre o que me parecia fundamental: a acusação de ter cometido uma ilegalidade à frente do governo de Minas. Hoje, me parece que isso está esclarecido. Não tenho nada a esconder. Usei essa pista algumas vezes ao longo dos últimos 30 anos, especialmente na minha juventude, quando ela ainda era de terra.
Depois de concluída essa obra, demandada pela comunidade empresarial local, pousei lá umas poucas vezes, quando já não era mais governador do Estado. Viajei em aeronaves de familiares, no caso a da família do empresário Gilberto Faria, com quem minha mãe foi casada por 25 anos.
Refletindo sobre acertos e erros, reconheço que não ter buscado a informação sobre o estágio do processo de homologação do aeródromo foi um equívoco. Mas reitero que a obra foi não apenas legal, mas transparente, ética e extremamente importante para o desenvolvimento do município e da região.
AÉCIO NEVES, 54, é senador e candidato à Presidência da República pelo PSDB. Foi governador de Minas Gerais entre 2003 e 2010
Sete ministros e cerca de 50 assessores estavam no evento eleitoral.
O PSDB vai entrar com uma ação para questionar a ida de vários ministros do governo federal ao evento. Sete ministros e quase 50 assessores já foram identificados.
Sete ministros de Estado deixaram o expediente nesta quarta (30) para acompanhar a presidente Dilma Rousseff num evento de campanha. Na plateia da sabatina na CNI (Confederação Nacional da Indústria) estavam Aloizio Mercadante (Casa Civil), Guido Mantega (Fazenda), Mauro Borges (Desenvolvimento, Indústria e Comércio), Thomas Traumann (Comunicação Social), Garibaldi Alves (Previdência Social), Clelio Campolina (Ciência e Tecnologia) e Guilherme Afif (Micro e Pequena Empresa).
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, também acompanhou a fala da presidente, em Brasília. A AGU (Advocacia-Geral da União) diz que a participação de ministros em atos de campanha no horário de expediente não é um problema, desde que não prejudique o "exercício de suas funções". Já Dilma, no entendimento da AGU, está liberada para fazer campanha durante a semana e em horário comercial. O PT, porém, deve pagar as despesas com deslocamentos.
Segundo a CNI, todos os ministros de Estado foram convidados, bem como outras autoridades --argumento também usado pelos ministros para comparecer. Eles só chegaram por volta das 15h, horário previsto para a participação de Dilma. Em nota, o PSDB criticou a participação dos ministros no encontro da CNI. O candidato Aécio Neves disse que sua coligação vai ingressar com ação judicial contra Dilma pela presença dos ministros no evento.
01 de agosto de 2014
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01 de agosto de 2014
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